Maserati Levante GTS: empresa quer conquistar mais compradores nesse segmento de SUVs de luxo (Maserati/Divulgação)
Marília Almeida
Publicado em 31 de outubro de 2018 às 05h00.
Última atualização em 31 de outubro de 2018 às 05h00.
O lendário chefe da Fiat Sergio Marchionne faleceu neste ano, mas os planos para uma de suas joias da coroa não foram alterados.
A Maserati continuará aumentando suas margens com SUVs e, em breve, com a eletrificação.
Ultimamente, a fabricante tem se concentrado cada vez mais no pulsante coração da Porsche – a empresa quer uma fatia maior do bolo de SUVs de luxo. Para conquistar mais compradores nesse segmento, a Maserati colocou neste ano seu potente motor V8 biturbo em duas novas versões do Levante, o SUV que lançou há dois anos: o superesportivo Levante Trofeo, de 590 cavalos de potência, e o elegante e poderoso Levante GTS, que será analisado aqui.
A Porsche abriu precedente em 2002 quando apresentou o Cayenne a fim de gerar lucro suficiente para resgatar a empresa, que então enfrentava dificuldades. O Cayenne foi o primeiro SUV de luxo produzido por uma marca tradicional de carros esportivos de luxo, e a Porsche fez muito sucesso: no ano passado, a empresa vendeu mais de 13.000 unidades nos EUA. O lançamento do Cayenne também ajudou a abrir caminho para o Macan, um modelo de menor porte que estreou em 2014 e é o veículo mais vendido da Porsche.
A Maserati está seguindo pelo mesmo caminho. A empresa apresentou as duas versões de alto desempenho do seu Levante e lançará um SUV de menor porte até 2020. Marchionne disse que, com ajuda do segundo SUV, a Maserati conseguiria gerar 1 bilhão de euros (US$ 1,4 bilhão) em lucros com a venda anual de 70.000 a 80.000 veículos no mundo inteiro. No ano passado, a marca vendeu pouco mais de 50.000 veículos em todo o mundo.
Eu dirigi o Maserati Levante GTS 2019 durante uma semana pela região metropolitana de Nova York. Com uma grade dianteira parecida com um sorriso entalhado em uma abóbora de Halloween, pouca eficiência de combustível (6,3 quilômetros por litro), opções limitadas de cor externa e sem histórico de confiabilidade no longo prazo, o carro italiano de US$ 120.000 não é perfeito. Mas está bem equipado para seu preço, com um motor V8 maravilhosamente potente que emite o barulho emocionante projetado e construído pela Ferrari e com várias classificações de desempenho (um pouco) superiores às do Porsche Cayenne turbo, de US$ 124.600.
O que mais gostei do carro foi a personalidade, se é que dá para dizer algo assim sobre um SUV de médio porte (o segmento está repleto de máquinas insípidas com quatro rodas). Um enorme tridente de metal polido no centro da parte frontal dá o tom, junto com largas lâminas na grade que cobre a parte dianteira e as características aberturas laterais que parecem as brânquias de um tubarão. O GTS é tão baixo que seria difícil discerni-lo em uma fila de carros estacionados na rua, mas elementos opcionais como rodas opacas de liga leve de 22 polegadas cor cinza escuro, faróis com matriz em LED e um pequeno spoiler sobre o vidro traseiro dão toques interessantes que chamam a atenção.
A personalidade do carro se estende à direção. Ao passar do zero pelas suas oito marchas a velocidades de estrada, o GTS parece ávido pelo asfalto: o motor é o mesmo V8 biturbo de 550 cavalos de potência que tinha sido reservado para o carro-chefe da marca, o sedã Quattroporte GTS. O SUV atinge 96 quilômetros por hora em quatro segundos. A velocidade máxima é 291 quilômetros por hora.
O Levante GTS é melhor do que o Cayenne turbo? Não, mas também não está muito longe, e será um veículo gratificante se você conseguir superar o fato de não ter um Porsche – e você é o tipo de pessoa que se importa com essas coisas. Para ser um dos primeiros a comprar uma linha de modelos distintiva e competente que poderia se tornar excelente, comece aqui.