Casual

Mad Men começa a se despedir do público com última temporada

'Mad Men' chega a sua sétima e última temporada como uma das séries mais bem-sucedidas da história.

mad men (EFE/Frank W.Ockenfels/AMC/Lionsgate)

mad men (EFE/Frank W.Ockenfels/AMC/Lionsgate)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2014 às 08h47.

Desvencilhar Jon Hamm da imagem de Don Draper é impossível. Quase uma década de brilhantes campanhas publicitárias, cabelo engomado, traje impecável e elegantes baforadas o deixaram inseparável do personagem que deu fama e de quem agora se prepara para dizer adeus com a última temporada de "Mad Men".

"Não sinto pressão de superar Don Draper. Atuar não é uma competição", sentenciou o ator, que foi alçado à fama mundial graças a um personagem obscuro e de personalidade autodestrutiva, mas também dotado de uma imagem magnética e atraente que conquistou um público fiel.

A Alma de "Mad Men"

É complexo enumerar as mil e uma caras de Don Draper. Brilhante publicitário, pai ausente, marido mulherengo, às vezes excelente chefe, em outras o pior, sua personalidade sofreu vários altos e baixos ao longo das seis temporadas: "Muitas vezes é detestável, mas tento humanizá-lo, porque entendo que todos podemos ser de algum modo detestáveis à nossa maneira", defendeu Hamm.

Então, onde reside a fascinação do público por este personagem? "O público se conecta com Don porque entende perfeitamente essa sensação de insatisfação pessoal e desafeto profissional", explicou. E razão não falta.

Apesar da obscuridade de Don Draper, durante estes seis anos Hamm, nascido no Missouri em 1971, acumulou uma grande massa de "madmenadictos", que acompanharam fielmente a série ambientada nos anos 50 e 60.

"Don Draper percorre um caminho muito áspero em sua vida, em sua profissão e em sua existência, e isso é muito duro", justificando a complexa personalidade de seu personagem.

A época dourada da televisão

"Os Sopranos", no final dos anos 90, iniciaram uma magnífica e prolífica época dourada para a televisão que "Mad Men" confirmou quase uma década depois com uma trama à primeira vista singela: o dia a dia de uma agência de publicidade na década de 60.

"Já não é nenhum estigma trabalhar em televisão, e acho que a qualidade de muitas séries, como Mad Men ajudaram a chegarmos a este momento", explicou.

Com uma humildade inusitada para o mundo de Hollywood, Hamm atribui o sucesso da série e de sua carreira como ator ao seu criador, Matthew Weiner: "Devo 100% do sucesso da minha carreira a este tipo e o reconheço. Só sou um bobo com sorte e espero continuar com tanta sorte", acrescenta.

Com tinturas de drama de comportamento, Weiner conseguiu prender o espectador com um elenco banhado em "glamour vintage", aonde Draper maneja o destino de um grande número de personagens, desde o patético Pete Campbell até Joan Holloway e sua sinuosa silhueta, passando pela reveladora Peggy Olson e pelo cínico Roger Sterling.

Bye Bye, Dom

"Não tenho nada em projeto, só tenho a certeza que vou a estar desempregado muito em breve. Não sei o que me aguarda no futuro, mas há um mundo novo me esperando", disse com otimismo o ator americano, que consolidou a fama de comediante com suas participações em "Saturday Night Live" e "30 Rock".

Ainda falta muito para a despedida final, mas "Mad Men" optou por um encerramento ao estilo de "Breaking Bad" e dividiu a última temporada em duas partes, para prender o espectador até o final, por isso o último capítulo só será exibido em 2015.

Embora Hamm resista a revelar qualquer detalhe, o cartaz da nova temporada traz um psicodélico e colorido fundo que se aproxima de 1969, um ano conturbado com a Guerra do Vietnã, a doutrina Nixon, Woodstock e o auge da batalha pelos direitos civis nos Estados Unidos.

Também estão presentes as constantes referências à morte da sexta temporada, que parecem indicar um final trágico para algum dos personagens; atentando para o perturbador detalhe da segunda mulher de Don, Megan Calvet, que aparece em uma das cenas da sexta temporada com a camiseta que Sharon Tate, a mulher de Roman Polanski assassinada pelos seguidores de Charles Manson, tornou famosa.

"'Mad Men' foi uma montanha-russa emocional. Conheci muita gente que agora é minha amiga, tive muitas experiências maravilhosas, todas estas coisas que, quando começa sua carreira, você aça que nunca acontecerão", confessou o ator, que está convencido de que haverá lágrimas quando acabar a filmagem do último capítulo.

"A série termina, porque todas as coisas boas acabam; não quero estar em uma série que se queima por não ter fim. Produções como '30 Rock' e 'Breaking Bad' terminaram, e seu terceiro ato foi bom: espero que o nosso também", concluiu.

Acompanhe tudo sobre:EntretenimentoINFOProgramas de TVSériesServiçosTelevisãoTV

Mais de Casual

Sexy repaginado: Calendário Pirelli traz nudez de volta às páginas — e dessa vez, não só a feminina

12 restaurantes que inauguraram em 2024 em São Paulo

João Fonseca bate Van Assche e vai à final do Next Gen Finals

Guia de verão no Rio: dicas de passeios, praias, bares e novidades da estação