Neste sábado, o festival recebe o Foo Fighters, que por si só já garantiria boa parte dos ingressos, mas juntos virão nomes do pop eletrônico e até das hypadas bandas indie (Jason Merritt/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2012 às 11h37.
São Paulo - Se o preço para assistir a um show de qualidade continua vil no início deste terceiro ano do boom de apresentações internacionais no País, serve de consolo a notável escalada na relevância dos line-ups que, até o fim de 2011, desanimavam o público relutante a gastar mais de R$ 200 para ver bandas de suas infâncias. As mudanças são ressaltadas pelo Lollapalooza, primeiro grande evento do ano, a ser realizado neste fim de semana, no Jockey Club. Em sua primeira edição brasileira, o circo pop idealizado pelo roqueiro/empresário Perry Farrell, líder do Jane's Addiction, dá indícios de que o Brasil está, enfim, mais sincronizado com a programação dos festivais internacionais, não apenas pelo fato de que o Lolla é um dos festivais mais expressivos do circuito americano, mas também pelas apostas na escalação do próprio.
Onde antes havia espaço somente para vacas sagradas, donos da Billboard e veteranos longe de seus ápices, a confiança em nomes de públicos mais segmentados cresce. Neste sábado, o Jockey recebe o Foo Fighters, que por si só já garantiria boa parte dos ingressos, mas juntos virão nomes do pop eletrônico, hypadas bandas indie, alguns veteranos e, ao menos, um nome de impacto insofismável no rock atual. Isto, sem mencionar o outro grande festival deste primeiro semestre, o Sónar, e a consistente qualidade de artistas que vêm para shows individuais, em casas como Cine Joia, Beco, Clash e Studio SP. Para o Sónar, que acontece em maio e cuja entrada é mais em conta que a do Lollapalooza, uma elogiável escalação traz nomes eletrônicos, pop e experimentais que moldam os caminhos da música contemporânea. Embora haja uma bela distância entre os dois, em termos de curadoria (além de conhecidos como Björk e Cee-Lo Green, o Sónar traz o fino da vanguarda), o sucesso pode normalizar ainda mais a vinda consistente de artistas que ocorrem agora.
Na programação do Lollapalooza, a maioria dos artistas tem disco lançado no último ano. O próprio Foo Fighters, que toca no já esgotado primeiro dia, chega depois de lançar o enérgico álbum "Wasting Light". O festival ainda verá o fenômeno das pick-ups Skrillex, cuja mescla de eletropop e dubstep tem ajudado a definir o som da atual geração teen americana. O grupo mais-pop-que-indie Foster the People, uma espécie de Peter, Bjorn and John de 2011, chega na trilha do hit "Pumped Up Kicks"; o DJ Calvin Harris na "We Found Love". Há indie rock nos moldes mais clássicos com o Arctic Monkeys, que mostra "Suck it and See", o maduro e consistente quarto álbum. MGMT deve agradar com indie pop. Perry Farrell, o dono da bola, toca com o Jane's Addiction, formando o line-up de veteranos com Joan Jett, Racionais e Pavilhão 9. Friendly Fires fazem dance rock de primeira e Thievery Corporation belos grooves de dub, jazz e funk.
No entanto, a aclamada banda TV On The Radio deve ser a cereja no bolo do festival. Vieram ao País quando eram apenas um hype, e desde então lançaram discos magistrais, como "Return to Cookie Mountain", que tem a excelente "Wolf Like Me".
Destaques:
Sábado
13 h - Wander Wildner
14 h - Marcelo Nova
15 h - Cage the Elephant
16 h - O Rappa
17 h - Band of Horses
17h30 - Peaches
18 h - TV On The Radio
19h15 - Joan Jett and the Blackhearts/ Pavilhão 9
20h15 - The Crystal Method
20h30 - Foo Fighters
21h30 - Calvin Harris
Domingo
13 h - Plebe Rude
14 h - Gogol Bordello
15 h - Thievery Corporation / Killer on the Dancefloor
16 h - Friendly Fires
18 h - MGMT / Garage Fuzz
19 h - Skrillex / Foster the People
20h15 - Jane's Addiction / Velhas Virgens
20h45 - Racionais MCs
21h30 - Arctic Monkeys
Lollapalooza - Jockey Club (Av. Lineu de Paula Machado, 1.263). Sáb. e dom., a partir das 12 h. R$ 150/R$ 300. www.lollapaloozabr.com