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John Boyega critica forma como Disney o tratou em Star Wars

Boyega falou sobre sua experiência como ator negro em Star Wars depois de analisar sua participação em protestos contra o racismo nos Estados Unidos

John Boyega interpretando Finn, em Star Wars: "O que eu diria para a Disney é: não crie um personagem negro, o venda como se fosse muito mais importante para a franquia do que ele realmente é e então o coloque de lado. Isso não é bom" (Disney/Reprodução)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de setembro de 2020 às 10h21.

Última atualização em 3 de setembro de 2020 às 13h00.

O ator John Boyega criticou a forma como a Disney tratou os atores que não são brancos que participaram dos últimos filmes da saga Star Wars. Uma das estrelas da trilogia mais recente, ele falou sobre o tema em entrevista publicada nesta quarta-feira, 2, e destacou que considera ser "o único membro do elenco que teve toda sua experiência com Star Wars baseada na minha raça".

Boyega falou sobre sua experiência como ator negro em Star Wars depois de analisar sua participação em protestos contra o racismo, desencadeados após o assassinato de George Floyd por um policial nos Estados Unidos. Ele comentou, em entrevista para a GQ Magazine, que sua participação nos filmes entre 2015 e 2019, como o personagem Flynn, foi uma "oportunidade incrível" em sua carreira, mas não foi completamente positiva.

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"O que eu diria para a Disney é: não crie um personagem negro, o venda como se fosse muito mais importante para a franquia do que ele realmente é e então o coloque de lado. Isso não é bom", afirmou Boyega. Ele destaca que recebeu mensagens de ódio, ameaças e comentários de pessoas que diziam que não veriam os filmes devido à sua participação.

O ator argumentou que o mesmo ocorreu com outros atores da franquia que não são brancos, como Kelly Marie Tran e Oscar Isaac: "Os caras sabiam o que fazer com Daisy Ridley, o que fazer com Adam Driver. Sabiam o que fazer com essas pessoas, mas quando se tratou da Kelly Marie Tran, do John Boyega, eles erraram tudo".

"Então o que você quer que eu fale? O que eles querem que eu fale é que 'eu gostei de fazer parte disso. Foi uma boa experiência…'. Não, não, não. Eu aceito esse acordo quando for uma grande experiência. Eles deram mais nuance para o Adam Driver, para a Daisy Ridley. Sejamos honestos. Daisy sabe disso. Adam sabe disso. Todo mundo sabe disso", concluiu o ator, citando outros dois colegas de elenco que são brancos.

Boyega também lembrou de momentos enquanto divulgava os filmes em que o figurinista se envergonhou de algumas roupas que ele queria usar, e que o cabeleireiro não tinha experiência para trabalhar com seu cabelo e "teve a coragem de fingir" que tinha. O ator considera que foi por causa de todos esses eventos que ele perdeu a capacidade de "sorrir e aturar isso como se fosse um ganhador agradecido de uma competição".

Depois da repercussão das falas, Boyega fez uma publicação no Twitter em que falou sobre a entrevista: "Essas conversas não são uma caça às bruxas. É sobre trazer clareza para uma raiva que pode ser vista como egoísta, disruptiva e auto indulgente. Obviamente na esperança de uma mudança positiva".

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