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"Jobs" revive legado, mas questiona futuro da Apple

Como obra, o filme não vai deixar marcas, a não ser a de ser o primeiro longa a contar a trajetória de Jobs depois de sua morte


	Trailer de "Jobs": crítica de Hollywood chegou a descrever o filme como uma reportagem de duas horas sobre a Apple
 (Reprodução)

Trailer de "Jobs": crítica de Hollywood chegou a descrever o filme como uma reportagem de duas horas sobre a Apple (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2013 às 14h51.

Los Angeles - O esperado filme sobre a vida de Steve Jobs estréia nesta sexta-feira nos Estados Unidos e traz um relato sobre um legado surpreendente que acaba por questionar o rumo da empresa, mas sem convencer os críticos e na expectativa de arrecadar milhões graças ao magnetismo do co-fundador da Apple.

Como obra, o filme "Jobs" não vai deixar marcas, a não ser a de ser o primeiro longa a contar a trajetória de Jobs depois de sua morte.

Como produto, lembrará aos consumidores o talento que levou a Apple a se tornar a vanguarda do setor tecnológico e a companhia mais valiosa do mundo, adjetivos que dois anos depois da morte de Jobs já não se aplicam à marca.

A crítica de Hollywood chegou a descrever o filme como uma reportagem de duas horas sobre a empresa, ao contar a história do criador da marca até o início dos gloriosos anos do universo "i", com a criação do iPod e iPhone.

A batalha de Jobs contra o câncer não entrou no roteiro do novato Matt Whiteley, mas sua morte em outubro de 2011 deu a urgência para tirar o projeto, dirigido por Joshua Michael Stern, da gaveta. Da noite para o dia, Jobs passou a ser comparado com Albert Einstein, Leonardo da Vinci e Benjamin Franklin.

Levar o roteiro para as telas foi um processo difícil. A produção independente sofreu atrasos, em parte atribuídos ao compositor da trilha sonora Lucas Vidal, mas engrenou depois que Ashton Kutcher aceitou o papel do protagonista.

Kutcher estudou todos os detalhes de Jobs, movimentos, poses, tom de voz e inclusive seguiu sua dieta de frutas até o corpo dizer basta. Ele teve que ser hospitalizado durante a preparação para o papel.

A crítica reconheceu o voluntarioso esforço de Kutcher, mas seu trabalho, no entanto, não convenceu, afirmou a revista "Variety", especialmente na hora de transmitir sentimentos, assim como o site "The Verge", que considerou a falta de credibilidade emocional um dos principais problemas do filme.


O outro co-fundador da Apple, Steve Wozniak, fez críticas à verossimilhança do filme, principalmente sobre o relato do início da empresa. Ele disse ao site "Gizmodo" que Jobs não era tão iluminado, como o filme apresenta, quando o conheceu, tinha uma mente mais comercial e queria ganhar dinheiro rápido.

No filme, os envolvidos se preocuparam demais em elevar o protagonista à categoria de gênio, disse o site especializado "Cnet", e que chega exatamente no momento em que as idéias brilhantes da Apple parecem ter acabado.

Após sua morte, os analistas afirmaram que Steve Jobs tinha deixado encaminhada a companhia com desenhos e projetos para os três anos seguintes, mas hoje, com este prazo quase se esgotando, a Apple se encontra em um momento crucial que vai determinar seu futuro.

A Samsung ganhou terreno no campo da telefonia móvel e disputa o saturado negócio dos tablets, enquanto os reprodutores iPod estão em queda e os computadores Mac não conseguem alavancar suas vendas mesmo com a decadência dos PCs no mercado.

Nos últimos 11 meses, as ações da Apple perderam 30% do valor, em parte porque a companhia ainda não lançou este ano nenhuma novidade na linha de frente dos produtos, os "i", e responsáveis pela maior fatia do faturamento da empresa.

A falta de propostas inovadoras em um mercado já maduro gera dúvidas sobre o futuro da Apple. O mercado e os analistas esperam que até o fim do ano acabe o silêncio sobre a nova geração de iPhones e iPads, e especula-se que o seu lançamento seja agora em setembro.

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