Jennifer Lawrence e Reese Witherspoon revelam ter sofrido abusos
A indústria do cinema vive imersa em uma grande polêmica após o escândalo com Harvey Weinstein, produtor envolvido em casos de abuso e assédio sexual
EFE
Publicado em 17 de outubro de 2017 às 18h15.
Última atualização em 18 de outubro de 2017 às 10h12.
Los Angeles - As atrizes Jennifer Lawrence e Reese Witherspoon revelaram nesta terça-feira que foram alvo de abusos em Hollywood, ampliando a campanha "Me Too", que incentiva nas redes sociais que as mulheres denunciem agressões sexuais .
A indústria do cinema dos Estados Unidos vive imersa em uma grande polêmica após o escândalo com Harvey Weinstein, um dos produtores mais poderosos de Hollywood, que está envolvido em dezenas de casos de abuso e assédio sexual.
Depois de Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Ashley Judd, entre outras, denunciassem desde comportamentos sexuais abusivos ou violações de Weinstein, muitas mulheres decidiram compartilhar suas próprias experiências como vítimas de agressões do mesmo tipo.
Lawrence participou na segunda-feira, em Los Angeles, de um evento da revista "Elle", dedicada às mulheres de Hollywood. A atriz citou experiências "degradantes e humilhantes" que viveu ao longo de sua carreira no cinema.
A atriz revelou que uma produtora a obrigou a ficar nua junto com outras cinco mulheres que eram muito mais magras que ela. "A produtora me disse que eu deveria usar minhas fotos nuas como uma inspiração para a minha dieta", afirmou.
Vencedora do Oscar de melhor atriz por "Um Lado Bom da Vida" (2012), Lawrence também contou que, em outra ocasião, foi pedida a perder quase sete quilos em duas semanas.
Em outro episódio, após reclamar com um produtor sobre a perda de peso exigida, ouviu um executivo dizer que não entendia quando diziam que ela estava gorda. Para ele, Lawrence "estava perfeitamente atraente (embora usando uma expressão chula)".
Já Witherspoon disse no mesmo evento que foi vítima de um assédio sexual de um diretor quando tinha 16 anos.
Oscar de melhor atriz no filme "Johnny e June", ela explicou que ficou irada com os agentes e produtores que a explicavam que o "silêncio" era uma condição para trabalhar em Hollywood.
Também no evento da "Elle", a presidente da Lucasfilm, Kathleen Kennedy, defendeu a criação de uma comissão para idealizar novos mecanismos de proteção contra o assédio sexual em Hollywood.
A executiva, responsável pelos filmes da saga "Star Wars", pediu que a comissão tenha a participação de toda indústria - estúdios, sindicatos e agências de talentos.
"Esse tipo de abuso é epidêmico. Em todos os setores da indústria e em toda a nossa sociedade. Temos que agir para mudar isso. Deveríamos ter agido há muito tempo. Temos que fazer algo agora", disse.
Essas novas revelações feitas por estrelas de Hollywood ocorrem de forma paralela ao crescimento nas redes sociais da campanha "Me Too", promovia pela atriz Alyssa Milano.
"Se você foi assediada ou abusada sexualmente, escreva 'me too' (eu também) como resposta a esse tweet", escreveu Milano no Twitter ontem, uma mensagem que já recebeu 60 mil respostas.