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Itália proíbe grandes cruzeiros de entrarem no centro de Veneza

Defensores do patrimônio e do meio ambiente há anos denunciam os danos que esses navios causam ao frágil ecossistema da lagoa e às fundações do centro histórico da cidade

Veneza: Navios com mais de 25 mil toneladas brutas ão poderão entrar na bacia nem no canal de San Marcos (Reprodução/AFP)
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AFP

Publicado em 14 de julho de 2021 às 07h00.

A Itália proibiu grandes navios de cruzeiro de navegarem no centro de Veneza a partir de 1º de agosto, anunciou o governo italiano.

O primeiro-ministro Mario Draghi comemorou a chegada de "uma etapa importante na preservação da lagoa veneziana", que há décadas sofre com a passagem de navios de cruzeiro que transportam milhões de turistas à cidade italiana.

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Navios com mais de 25 mil toneladas brutas, com mais de 180 metros de comprimento e 35 de altura, cujas emissões contêm mais de 0,1% de enxofre, não poderão entrar na bacia nem no canal de San Marcos, assim como no canal de Giudecca.

Esses navios terão que atracar no porto industrial de Marghera, dentro da lagoa, onde está prevista a construção de uma infraestrutura para acomodá-los, enquanto os cruzeiros menores (de cerca de 200 passageiros) poderão continuar desembarcando no coração da cidade, segundo o comunicado do governo.

Defensores do patrimônio e do meio ambiente há anos denunciam os danos que esses navios causam ao frágil ecossistema da lagoa e às fundações do centro histórico da cidade.

Esse debate voltou à tona no mês passado com o retorno dos navios após a pandemia, que acabou proporcionando tranquilidade e melhor qualidade de ar aos venezianos.

O ministro da Infraestrutura, Enrico Giovannini, disse que esse foi um "passo necessário para proteger a integridade ambiental, paisagística, artística e cultural de Veneza".

De acordo com o ministro italiano da Cultura e do Patrimônio, Dario Franceschini, a medida visa "evitar o risco concreto de a cidade entrar em uma lista de patrimônios em perigo".

O tempo de fato corria contra Veneza, já que os órgãos consultivos da Unesco propuseram essa inscrição para o final de junho, e o Comitê do Patrimônio Mundial deve emitir uma decisão durante sua reunião na China entre 16 e 31 de julho.

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