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Hábito de voar menos persistirá no pós-pandemia, diz pesquisa

Quando as restrições relacionadas à covid-19 forem suspensas, 43% dos europeus, 40% dos americanos e 65% dos chineses disseram que vão tentar evitar voos

Cabine de primeira classe da Air France (Air France/Divulgação)

Cabine de primeira classe da Air France (Air France/Divulgação)

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Daniel Salles

Publicado em 11 de janeiro de 2021 às 12h17.

Quase um terço da população global estaria disposta a voar menos, mesmo com o fim das restrições por causa da pandemia, segundo pesquisa que mostra uma convicção crescente de que ações individuais impactam o clima.

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A pesquisa com mais de 30 mil pessoas publicada na segunda-feira pelo Banco Europeu de Investimento (BEI) revela que 72% dos europeus e americanos e 84% dos chineses acham que o próprio comportamento pode fazer a diferença no combate à mudança climática, um aumento entre 7 e 12 pontos percentuais desde o ano passado.

Os entrevistados agora acham que deixar de voar seria uma das coisas mais fáceis ao seu alcance para reduzir a pegada de carbono, e se mostraram muito mais relutantes em suspender o streaming de vídeo, comprar roupas novas ou comer carne.

Quando as restrições relacionadas à Covid-19 forem suspensas, 43% dos europeus, 40% dos americanos e 65% dos chineses disseram que vão tentar evitar viagens aéreas, de acordo com a pesquisa realizada em outubro. Muitos deles citaram a mudança climática como o principal motivo.

Embora o número de passageiros tenha caído no ano passado devido à pandemia, a previsão é que a aviação responda por uma parcela crescente da poluição por carbono nas próximas décadas. O setor despejou mais de 1 bilhão de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera em 2019, segundo a BloombergNEF, e companhias aéreas mostraram sucesso limitado até agora na redução das emissões.

Salto quântico
“O período pós-Covid-19 proporcionará oportunidade de dar um salto quântico na transição para uma economia de baixo carbono e resiliente ao clima”, disse o vice-presidente do BEI, Ambroise Fayolle.

No entanto, a pesquisa também revelou que as pessoas estão muito menos dispostas a abrir mão de ter um carro, o que poderia ter um impacto climático maior. A aviação ainda responde por apenas 2,5% das emissões globais, enquanto o transporte rodoviário é responsável por cerca de 15%.

Em uma lista de ações para combater a mudança climática, 39% dos europeus e 38% dos americanos disseram que renunciar a ter um carro seria o mais difícil para se acostumarem. Isso destaca a necessidade de as montadoras investirem em veículos elétricos e movidos a hidrogênio para reduzir o impacto ambiental.

Sem surpresa, uma grande proporção de pessoas ao redor do mundo disse que é menos provável que usem transporte público para evitar pegar Covid-19. As alternativas de transporte tiveram forte aumento: 89% dos entrevistados chineses, 73% dos europeus e 69% dos americanos disseram que estão pedalando e caminhando mais.

Com a colaboração de Ewa Krukowska.

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