"Garota de Ipanema" completa 50 anos de sucesso mundial
Tom Jobim, João Gilberto, Vinícius de Moraes, o baterista Milton Banana e o contrabaixista Otávio Bailly deslumbravam o Rio de Janeiro interpretando em um clube a canção
Da Redação
Publicado em 2 de agosto de 2012 às 06h57.
Rio de Janeiro - A canção mais célebre da Bossa Nova, a mítica "Garota de Ipanema", completa nesta quinta-feira 50 anos desde que foi interpretada pela primeira vez em público, dando início à sua incomparável trajetória de sucesso que ultrapassou as fronteiras da música .
Em 2 de agosto de 1962, Tom Jobim, João Gilberto, Vinícius de Moraes, o baterista Milton Banana e o contrabaixista Otávio Bailly deslumbravam o Rio de Janeiro interpretando em um clube a canção que faria sombra a todas as demais desse gênero musical.
A simples mas elegante melodia de "Garota de Ipanema" passou por acima de outras mais elaboradas, como a genial "Chega de Saudade", também do prolífico Tom Jobim.
A letra, escrita por Vinícius por encomenda de seu amigo Tom para acompanhar uma melodia que fizera pouco tempo antes, nasceu com o nome de "Menina que Passa", mas foi rebatizada, dando lugar ao título conhecido por todos, segundo explicou à Agência Efe o professor de literatura e especialista em Bossa Nova Carlos Alberto Afonso.
No início dos anos 60, quando Vinícius e Jobim dedicavam horas ao uísque no Bar Veloso, na antiga Rua Montenegro (hoje Rua Vinícius de Moraes), em Ipanema, os dois gênios da música brasileira espiavam o "doce balanço" dos quadris de uma linda jovem que passava em direção à praia.
Três meses depois da apresentação no Brasil, aconteceu a estreia na famosa sala de concertos Carnegie Hall, em Nova York, onde os mestres da Bossa Nova deixariam plantada uma semente que germinaria em forma de disco gravado com o saxofonista americano Stan Getz.
O tema foi gravado em inglês por Astrud Gilberto e foi estendida pela célebre execução de Getz a pouco mais de cinco minutos.
"Para reconhecer a melodia de "Garota" não é preciso mais que um minuto, mas essa forma maravilhosa de interpretá-la de Getz a estendeu mais que na versão original", disse Afonso à Efe em sua loja, chamada Toca do Vinícius, situada no coração de Ipanema e transformada em um autêntico museu e templo da Bossa Nova.
Mais tarde, em 1965, Vinícius confessaria que sua musa foi uma adolescente chamada Helô Pinheiro, que graças a sua figura inspiradora desfruta de fama no Brasil e em outros países, se tornou uma atriz de telenovelas, organizadora de concursos de beleza e empresária.
"Eu nunca respondia a seus elogios, só entrava no bar para comprar cigarros para meus pais ou passava por ali para aproveitar meus dias livres ao sol", explicou Helô à Efe em recente entrevista.
Afonso assinalou que foi a Bossa Nova que exerceu influência no jazz, não o contrário, "porque nessa época as melodias de Cole Porter já estavam desgastadas".
Para Afonso, também houve motivos políticos para o impulso que os americanos deram à Bossa Nova, já que a Guerra Fria fez com que quisessem usar a música tropical brasileira para resistir à salsa cubana.
"A Bossa Nova busca o mesmo que a arte renascentista: a perfeição através da simplicidade", concluiu Afonso.
Em 1967, Frank Sinatra ligou para Tom Jobim, que atendeu ao telefone no próprio Bar Veloso, e o convidou para gravar "Garota de Ipanema". A voz de Sinatra fez com que a canção chegasse ao mundo inteiro.
Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro, é hoje um lugar de visita obrigatória para os amantes do jazz, da Bossa Nova e da música em geral.
Em suas ruas podem ser encontradas a casa onde Tom Jobim viveu grande parte de sua vida, o bar onde o maestro se encontrava com Vinícius e um dos últimos locais remanescentes na cidade com programação diária de Bossa Nova ao vivo.
Em Ipanema também está o primeiro monumento erguido em homenagem a este estilo musical, um mural que enfeita a parede da estação de metrô do bairro.
Rio de Janeiro - A canção mais célebre da Bossa Nova, a mítica "Garota de Ipanema", completa nesta quinta-feira 50 anos desde que foi interpretada pela primeira vez em público, dando início à sua incomparável trajetória de sucesso que ultrapassou as fronteiras da música .
Em 2 de agosto de 1962, Tom Jobim, João Gilberto, Vinícius de Moraes, o baterista Milton Banana e o contrabaixista Otávio Bailly deslumbravam o Rio de Janeiro interpretando em um clube a canção que faria sombra a todas as demais desse gênero musical.
A simples mas elegante melodia de "Garota de Ipanema" passou por acima de outras mais elaboradas, como a genial "Chega de Saudade", também do prolífico Tom Jobim.
A letra, escrita por Vinícius por encomenda de seu amigo Tom para acompanhar uma melodia que fizera pouco tempo antes, nasceu com o nome de "Menina que Passa", mas foi rebatizada, dando lugar ao título conhecido por todos, segundo explicou à Agência Efe o professor de literatura e especialista em Bossa Nova Carlos Alberto Afonso.
No início dos anos 60, quando Vinícius e Jobim dedicavam horas ao uísque no Bar Veloso, na antiga Rua Montenegro (hoje Rua Vinícius de Moraes), em Ipanema, os dois gênios da música brasileira espiavam o "doce balanço" dos quadris de uma linda jovem que passava em direção à praia.
Três meses depois da apresentação no Brasil, aconteceu a estreia na famosa sala de concertos Carnegie Hall, em Nova York, onde os mestres da Bossa Nova deixariam plantada uma semente que germinaria em forma de disco gravado com o saxofonista americano Stan Getz.
O tema foi gravado em inglês por Astrud Gilberto e foi estendida pela célebre execução de Getz a pouco mais de cinco minutos.
"Para reconhecer a melodia de "Garota" não é preciso mais que um minuto, mas essa forma maravilhosa de interpretá-la de Getz a estendeu mais que na versão original", disse Afonso à Efe em sua loja, chamada Toca do Vinícius, situada no coração de Ipanema e transformada em um autêntico museu e templo da Bossa Nova.
Mais tarde, em 1965, Vinícius confessaria que sua musa foi uma adolescente chamada Helô Pinheiro, que graças a sua figura inspiradora desfruta de fama no Brasil e em outros países, se tornou uma atriz de telenovelas, organizadora de concursos de beleza e empresária.
"Eu nunca respondia a seus elogios, só entrava no bar para comprar cigarros para meus pais ou passava por ali para aproveitar meus dias livres ao sol", explicou Helô à Efe em recente entrevista.
Afonso assinalou que foi a Bossa Nova que exerceu influência no jazz, não o contrário, "porque nessa época as melodias de Cole Porter já estavam desgastadas".
Para Afonso, também houve motivos políticos para o impulso que os americanos deram à Bossa Nova, já que a Guerra Fria fez com que quisessem usar a música tropical brasileira para resistir à salsa cubana.
"A Bossa Nova busca o mesmo que a arte renascentista: a perfeição através da simplicidade", concluiu Afonso.
Em 1967, Frank Sinatra ligou para Tom Jobim, que atendeu ao telefone no próprio Bar Veloso, e o convidou para gravar "Garota de Ipanema". A voz de Sinatra fez com que a canção chegasse ao mundo inteiro.
Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro, é hoje um lugar de visita obrigatória para os amantes do jazz, da Bossa Nova e da música em geral.
Em suas ruas podem ser encontradas a casa onde Tom Jobim viveu grande parte de sua vida, o bar onde o maestro se encontrava com Vinícius e um dos últimos locais remanescentes na cidade com programação diária de Bossa Nova ao vivo.
Em Ipanema também está o primeiro monumento erguido em homenagem a este estilo musical, um mural que enfeita a parede da estação de metrô do bairro.