Carro da Drayson Racing, uma das equipes da Fórmula E: carros da modalidade podem alcançar mais de 220 km/h (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2013 às 12h11.
Última atualização em 14 de dezembro de 2018 às 19h32.
Madri - A Federação Internacional de Automobilismo aprovará em setembro o calendário da primeira temporada de Fórmula E, considerada a Fórmula 1 elétrica, que será disputada entre setembro de 2014 e junho de 2015 em dez grandes cidades da Europa, América e Ásia.
O Conselho Mundial de Motor será responsável por decidir as datas de realização dos grandes prêmios em Londres, Roma, Los Angeles, Miami, Pequim, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Putrajaya, Bangcoc e Berlim.
A cidade de Berlim foi a última a ser incorporada na lista das sedes do Grandes Prêmios Elétricos e terá uma corrida em um circuito desenhado no antigo aeroporto de Tempelhof.
Este calendário de dez grandes prêmios contará com dez equipes com dois pilotos cada, que disputarão uma corrida de aproximadamente uma hora com carros capazes de alcançar uma velocidade de mais de 220 km/h.
Até hoje, três equipes já foram confirmadas: Drayson Racing, dirigida pelo ex-ministro de ciência do Reino Unido Lorde Paul Drayson; China Racing, dirigida por Steven Lu; e a americana Andretti Autosport, dirigida por Michael Andretti.
As sete equipes restantes, segundo a organização, serão conhecidas ao longo de 2013, e serão participantes provenientes dos campeonatos mundiais, assim como líderes no campo dos veículos elétricos e esportes de motor.
A organização espera que os pilotos selecionados para o Campeonato tenham um bom perfil e procedam da Fórmula Indy, da GP2 e da Fórmula 1.
Para a primeira temporada, cada equipe disporá de quatro carros Spark-Renault SRT_01E, dois por motorista, que serão transportados para os locais das corridas pela organização da Fórmula E.
Os carros, além disso, ficarão em uma oficina central com o propósito de reduzir os custos, junto com outras medidas como a restrição do número de pessoas da equipe, a fixação das relações de transmissão do veículo, e a mudança de pneus durante a corrida a fim de reduzir custos para as equipes de parada em boxes.
A organização propõe que a Fórmula E seja um campeonato aberto que permita às equipes desenhar e desenvolver seus próprios carros, conforme às especificações técnicas estabelecidas pela FIA, para conhecer suas inovações no campo da energia elétrica no competitivo entorno das corridas.
Cada Grande Prêmio será realizado com uma sessão de treino, outra de classificação e a corrida, tudo isso em um só dia, com os propósito, novamente, de reduzir custos e minimizar a interrupção da atividade da cidade anfitriã.
Cada jornada será aberta com uma sessão de treinamentos de uma hora e cada piloto disporá de um máximo de dois veículos, dando a opção de mudar de carro. A potência máxima neste treino é de 200 kW (270 CV).
A sessão de classificação determinará a posição no grid de largada e os pilotos só terão um carro e só poderão realizar um máximo de quatro voltas.
Os carros entrarão na pista por períodos para facilitar voltas limpas para os pilotos na classificação e, da mesma forma que nos treinamentos, disporá da máxima potência, ou seja 200 kW (279 CV).
Na corrida, com uma duração de uma hora, os pilotos deverão, obrigatoriamente, fazer duas paradas nos boxes para mudar de carro e não poderão fazer mudanças de pneus.
Os carros estarão limitados na corrida a uma potência de 133 kW (180 CV), embora pontualmente poderão utilizar a máxima de 200 kW, utilizando o "Push-to-Pass" (Boost) em momento controlados pela FIA.
O Spark-Renault SRT_01E é o primeiro carro homologado pela FIA e será utilizado na primeira temporada. Ele foi desenvolvido e construído pela nova empresa francesa Spark Racing Technology, dirigida por Frédéric Vasseur, junto com um consórcio de empresas líderes em competição automobilística.
A companhia italiana Dallara, com mais de 40 anos de experiência no automobilismo, construíu chassi de fibra de carbono e alumínio, extremamente ligeiro, e desenhou a aerodinâmica do carro para facilitar as ultrapassagens. O carro se ajusta às provas de choque da FIA, as mesmas utilizadas para regular a Fórmula 1.
O sistema de propulsão elétrico e o eletrônica serão fornecidos pela McLaren Eletrônica Systems, enquanto a Williams Advanced Engineering, que faz parte do grupo de empresas da Williams, que inclui a Williams F1 Team, fornecerá as baterias.
A caixa de câmbio sequencial, com relações fixas, será fornecida pelo especialista Hewlland.
A integração de todos os sistemas corresponde à Renault, através da Renault Sport Technologies, enquanto os pneus, especialmente desenhados para esta competição, serrão proporcionados por Michelin.
O carro tem uma longitude máxima de 5 metros, uma largura máxima de 1,80m e uma altura de 1,25m, com um peso final mínimo de 800 quilos, dos quais 200 correspondem às baterias.
Os carros terão uma aceleração de 0 a 100 km/h em 3 segundos e uma velocidade máxima, limitada pela FIA, de 225 km/h, embora estes números sejam provisórios.
A organização de Fórmula E sabe que o barulho de um carro de corrida é muito importante para seus seguidores, por isso que o som do novo Spark-Renault SRT_01E será uma das características mais singulares do campeonato.
Contrariando a crença popular, os carros da Fórmula E estão longe de ser silenciosos, produzindo um som futurista moderno, combinado com a fusão dos pneus na pista, o pacote aerodinâmico do carro e da própria transmissão elétrica.
Em alta velocidade, o som produzido por um SRT_01E será de aproximadamente 80 decibéis, mais que um automóvel médio a gasolina (70 dB).
Por razões de segurança, será utilizado um som artificial quando os carros entrarem na "pit lane" para assegurar que possam ser escutados pelos mecânicos e o resto do pessoal nos boxes.