Casual

Exumação revela bigode intacto de Salvador Dalí

A revelação de que o famoso bigode do pintor se mantém intacto após 28 anos surpreendeu os especialistas durante o procedimento

Salvador Dalí: o corpo do pintor foi exumado para a realização de um teste de paternidade (Reg Birkett/Keystone/Getty Images)

Salvador Dalí: o corpo do pintor foi exumado para a realização de um teste de paternidade (Reg Birkett/Keystone/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 21 de julho de 2017 às 11h40.

Última atualização em 21 de julho de 2017 às 11h46.

Com o bigode intacto e colocado "às dez e dez", como ordenou há 28 anos antes de morrer, o famoso pintor espanhol Salvador Dalí foi exumado de acordo com um processo de paternidade aberto pela vidente Pilar Abel.

Durante mais de três horas e a portas fechadas, os peritos trabalharam no túmulo do artista surrealista enterrado no Teatro-Museu de Figueras, a localidade catalã onde nasceram tanto ele quanto sua pretensa filha.

De seu corpo embalsamado foram extraídos cabelo, unhas e dois ossos longos para obter o DNA que será comparado com o de Pilar Abel, de 61 anos, no Instituto de Toxicologia e Ciências Forenses de Madri.

Os especialistas se surpreenderam ao abrir o túmulo e descobrir que o famoso bigode do pintor se mantinha intacto.

"Fiquei assombrado. Foi como um milagre", afirmou Narcís Bardalet, o médico legista que embalsamou o artista em 1989 e acompanhou emocionado a operação.

Ao levantar o lenço de seda branca que cobria o rosto de Dali, além do bigode icônico, o cabelo do artista também estava intacto.

Lluis Peñuelas Reixach, secretário-geral da Fundação Dalí, que administra o museu, criticou a exumação como "um ato de violência contra o falecido". Ele ressaltou, porém, que o procedimento foi realizado sem incidentes, "preservando a intimidade de Salvador Dalí e do patrimônio do Museu".

Exumação criticada

A resposta à pergunta sobre se Pilar Abel é, ou não, filha de Dalí deverá esperar algumas semanas. Em setembro, serão apresentadas as provas no julgamento previsto para analisar o processo.

O pintor catalão morreu em Figueras em 23 de janeiro de 1989, aos 84 anos, após compartilhar boa parte de sua vida com Gala, musa que aparece em muitos de seus quadros e com quem não teve filhos.

A exumação foi ordenada pela Justiça no fim de junho, em resposta à demanda de Pilar Abel Martínez. Caso sua filiação seja comprovada, ela poderá abrir outro processo para reivindicar pelo menos 25% da herança do pintor, segundo seu advogado.

Pilar assegura que, por enquanto, o mais importante é "saber a verdade" sobre sua identidade.

A herança, que inclui propriedades imobiliárias e centenas de quadros, encontra-se toda nas mãos do Estado espanhol e é administrada pela Fundação Dalí. O patrimônio era de quase 400 milhões de euros no fim de 2016, segundo o balanço anual.

De acordo com o relato de Pilar, que tem lacunas a serem preenchidas, sua mãe conheceu Dalí trabalhando como empregada na casa de amigos do pintor, no povoado catalão de Cadaqués. Lá, passava longas temporadas em sua casa de Port-Lligat.

Quando grávida, casou-se com outro homem e, meses depois, Pilar nasceu. Com apenas oito anos, ela teria ouvido da avó a "verdade" sobre sua identidade.

Sua mãe confirmou essa história em 2007. Pilar diz contar com outras testemunhas que sabem do caso que sua mãe, agora com 87 anos e com Alzheimer, manteve com Dalí.

Acompanhe tudo sobre:ArteArtistasEspanhaMadriMortes

Mais de Casual

Arquitetos são substituídos por marcas e prédios se tornam grifes para morar

Voos internacionais em 2025 devem ter Ásia como destino principal

6 dicas para aproveitar Fernando de Noronha em qualquer época do ano

Os presentes mais populares deste Natal, segundo o ranking de apps da Apple