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Estilistas que valorizam identidades e a entrada de oito marcas no SPFW

Através do Projeto Sankofa, oito marcas novas irão estrear na próxima edição do São Paulo Fashion Week, que acontece em outubro

SPFW: os negros ainda são minoria nos desfiles de moda.  (Gamma-Rapho/Getty Images)

SPFW: os negros ainda são minoria nos desfiles de moda. (Gamma-Rapho/Getty Images)

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Julia Storch

Publicado em 4 de março de 2021 às 08h42.

Após a implementação, em outubro do ano passado, de um tratado de proporcionalidade racial para modelos na Semana de Moda de São Paulo (SPFW), mais um passo está sendo dado para aumentar a participação de identidades ou etnias racializadas, como pretos, indígenas e asiáticos, na moda brasileira. O Projeto Sankofa vai possibilitar que oito marcas novas façam suas estreias na próxima edição do evento de moda mais importante da América Latina.

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O projeto foi criado pela organização Pretos na Moda, que também encabeçou a discussão sobre a presença de negros na passarela, e pela startup de inovação social Vetor Afro-indígena na Moda (Vamo). "Quando a gente gerou o tratado, a gente sabia da necessidade de incluir estilistas, porque não fazia sentido só a capa do SPFW ser preta", afirmou Natasha Soares, fundadora do Pretos na Moda.

Ateliê Mão de Mãe, AZ Marias, Meninos Rei, Mile Lab, Naya Violeta, Santa Resistência, Silvério e TA Studios vão divulgar fashion filmes em abril na SPFW. Rafael Silvério, designer fundador da Silvério e guardião da Vamo, explica que cada estilista apresentará uma coleção-cápsula, com três a cinco looks. "Para outubro será algo maior", já adianta.

O lançamento será um acontecimento na história dessas marcas, no entanto é apenas uma parte mais visível de um trabalho mais complexo que está acontecendo nos bastidores. Durante três temporadas da semana de moda da capital paulista, o Sankofa vai oferecer aos estilistas amparo de psicólogos, advogados e contadores. Além da assessoria desses profissionais, marcas que já estão consolidadas na SPFW e no mercado vão atuar como "madrinhas" das novatas no evento. "A SPFW está nos planos de qualquer estilista, mas é uma coisa que a gente olha muito de longe. O Sankofa acelerou em cinco anos a entrada da TA Studios na semana de moda de São Paulo", disse a estilista Gi Caldas, que trabalha com moda há 20 anos e tem marca própria há oito. A designer da TA Studios contou que está sendo acompanhada diariamente por sua "fada" Patricia Viera. Outras marcas "madrinhas" são Projeto Ponto Firme, de Gustavo Silvestre; Isaac Silva; João Pimenta; Juliana Jabour; UMA por Raquel Davidowicz; Angela Brito; e Vitorino Campos.

 

Em abril, também será lançada uma websérie com três capítulos de dez minutos. O documento audiovisual vai mostrar a concepção e o desenvolvimento do projeto; o processo seletivo das marcas; e os bastidores da produção dos fashion filmes.

Retornar ao passado para ressignificar o presente e construir o futuro é a tradução de Sankofa, ideograma presente no adinkra, conjunto de símbolos ideográficos dos povos acã, grupo linguístico da África Ocidental.

"O SPFW acolhe este movimento, é nosso compromisso acolher e potencializar projetos assim dentro da maior plataforma de moda do País", disse Paulo Borges, fundador e diretor criativo da SPFW.

 

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