Estilista Kenzo Takada morre vítima de covid-19, aos 81 anos (Francois Durand / Correspondente/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de outubro de 2020 às 16h07.
Última atualização em 5 de outubro de 2020 às 10h52.
O estilista japonês Kenzo Takada faleceu neste domingo, 4, aos 81 anos. A família disse, em comunicado à mídia francesa neste domingo, que Takada morreu de complicações causadas pela covid-19, em um hospital em Neuilly-sur-Seine, perto de Paris.
A casa de moda divulgou um comunicado no Instagram: "É com imensa tristeza que KENZO soube do falecimento de nosso fundador ... por meio século, o sr. Takada foi uma personalidade emblemática na indústria da moda - sempre infundindo criatividade e cor para o mundo."
Embora o estilista tenha se aposentado de sua casa desde 1999 para seguir carreira na arte, Kenzo continuava sendo uma das mais respeitadas figuras da alta moda parisiense. Desde 1993, a marca Kenzo é propriedade da empresa francesa de artigos de luxo LVMH. O atual estilista, Felipe Oliveira Baptista, apresentou na última quarta-feira a coleção primavera-verão 2020 da Kenzo para editores de moda.
Carreira
Takada nasceu em 27 de fevereiro de 1939, em Himeji, na província de Hyogo, no Japão, se apaixonou ainda jovem pelos desenhos e a costura, observando as revistas de moda e as costuras de suas irmãs.
Estudou no Bunka College of Fashion de Tóquio e teve um breve período de trabalho no Japão, antes de se mudar para Paris em 1965, para trabalhar como designer freelance.
Em Paris, assumiu uma butique em 1970, que serviu para firmar sua futura estética do pronto-para-vestir, inspirada pelas cenas de selva do pintor Henri Rousseau e mesclada com estilos asiáticos.
Lançou a primeira linha masculina em 1983 e seu primeiro perfume cinco anos depois.
O amor de Kenzo pelas viagens e pelo uso de influências étnicas foram características fortes em suas três décadas no topo de sua casa. Sua contribuição para a moda foi significativa. Ele defendeu uma estética jovem, com formas desestruturadas, eliminando os zíperes para liberar as silhuetas. Suas assinaturas eram as mangas mais largas e buracos para os braços, que remetiam a história de seu continente natal, a Ásia.