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Estas pessoas ajudam a repensar o que é ter doença mental

O fato de enfrentar um transtorno mental não quer dizer que você deva se sentir sozinho ou incapaz de alcançar suas metas


	Catherine Zeta-Jones: atriz revelou em 2011 que recebeu diagnóstico de transtorno bipolar II
 (Frederic J. Brown/AFP)

Catherine Zeta-Jones: atriz revelou em 2011 que recebeu diagnóstico de transtorno bipolar II (Frederic J. Brown/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2014 às 20h39.

Mais ou menos um em cada quatro adultos americanos sofre de um transtorno mental diagnosticável.

Esta estatística surpreendente mostra que a doença mental é algo que pode afetar qualquer pessoa, desde empreendedores até presidentes ou celebridades.

Em vista do estigma ligado à doença mental, apesar de ela ser tão frequente, muitas pessoas, ao invés de procurar o apoio que necessitam, sofrem em silêncio.

Mas, como comprovam as pessoas tremendamente bem-sucedidas destacadas abaixo, o fato de enfrentar um transtorno mental não quer dizer que você deva se sentir sozinho ou incapaz de alcançar suas metas.

Também vale notar que, no passado, falava-se muito menos desses transtornos.

E, embora muitas pessoas destacadas já tenham levado seus diagnósticos a público, há toda uma multidão de outras que os historiadores desconfiam que tenham sofrido de um transtorno ou outro – tipos criativos inovadores e renomados, como Steve Jobs, Charles Dickens e Charles Lindbergh, e políticos de talento como Abraham Lincoln e Thomas Jefferson.

Catherine Zeta-Jones

(Carlo Allegri/Getty Images)

A atriz premiada com o Oscar, que aparece totalmente calma e segura de si sobre o tapete vermelho, revelou em 2011 que recebeu o diagnóstico de transtorno bipolar II.

Zeta-Jones disse que a condição, que causa fases de depressão profunda e outras de euforia extrema, mas sem chegar à mania completa, teve um impacto enorme sobre sua vida pessoal e profissional.

Zeta-Jones não esconde a batalha que enfrenta e continua otimista quanto às chances de tratar a doença (no ano passado ela voltou a internar-se numa clínica para receber tratamento adicional).

“Este é um transtorno que afeta milhões de pessoas, e eu sou uma delas”, ela disse à revista People.

“Se o fato de eu ter revelado que sou bipolar II incentivou uma pessoa que seja a procurar ajuda, então já valeu a pena. Não há necessidade de sofrer em silêncio, e buscar ajuda não é motivo de vergonha.”

Jessie Close

A autora iminente e irmã da atriz aclamada Glenn Close recebeu o diagnóstico de transtorno bipolar I aos 47 anos, depois de enfrentar o problema durante a maior parte de sua vida.

“Quando finalmente fui diagnosticada, passei um período longo de tristeza, porque eu tinha tido tantas fases de maníaca e não estava pensando direito”, ela disse à CNN este ano.

“É difícil rever sua vida quando você já está com 50 anos.” Depois de receber o diagnóstico oficial, Jessie e Glenn Close lançaram a fundação Bring Change 2 Mind, que busca acabar com o estigma e a discriminação que cercam a doença mental.

Howie Mandel

O apresentador de "America's Got Talent" é um entre mais de 2 milhões de americanos que sofrem de TOC

O transtorno, que é associado a pensamentos e impulsos repetitivos, afetou Mandel pela maior parte de sua vida, até que ele finalmente procurou ajuda, já adulto.

 “Cuidamos da saúde de nossos dentes”, ele comentou com a CNN em fevereiro. “Mas não cuidamos de nossa saúde mental. Acho que a solução para tornarmos este mundo um lugar melhor seria sermos mentalmente saudáveis.”

Adam Levine

(Wikimedia Commons)

O vocalista do Maroon 5 sofre de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) desde criança e este ano criou um anúncio de serviço público falando de como está lidando com o problema. 

Desde que filmou o anúncio ele tem falado abertamente de sua batalha, chegando a admitir que ela às vezes o afeta no estúdio de gravação, e espera que seu status público possa ajudar pessoas que sofrem do mesmo transtorno. 

“O TDAH não é uma coisa ruim, e você não deve achar que é diferente de quem não tem TDAH”, ele escreveu na revista ADDitude

“Lembre-se que você não está sozinho. Há outras pessoas que estão passando pela mesma coisa.”

Carrie Fisher

Conhecida principalmente pelo papel da cativante princesa Leia na franquia “Star Wars”, Carrie Fisher já recebeu vários elogios por seu ativismo na comunidade de saúde mental. 

Em entrevista ao Sarasota Herald-Tribune, ela explica que as pessoas com doença mental não devem sentir que precisam abrir mão de seus sonhos só porque sofrem de um transtorno. 

“Tenha medo, mas faça assim mesmo”, ela aconselhou. 

“O importante é a ação. Não fique esperando para ser confiante. Simplesmente faça o que tem que fazer, e a confiança acabará vindo depois.” 

Fisher teve a autoconfiança necessária para não deixar que o transtorno bipolar a definisse quando anunciou seu diagnóstico publicamente, em 2000. 

“As pessoas falam em ‘doença mental’ como se isso não fizesse parte do corpo”, ela disse à Forbes em 2011. “Ter uma doença mental não é motivo para sentir vergonha.”

Drew Barrymore

(Getty Images)

Essa atriz adorável e simpática nem sempre teve a cara de felicidade que mostra hoje. 

Drew Barrymore lutou contra a dependência de drogas e álcool, o que acabou levando-a à depressão grave e a uma tentativa de suicídio. 

Em entrevista à Teen Ink, ela ofereceu alguns conselhos a teens que lutam contra demônios semelhantes: “Fique firme e procure pessoas sinceras e confiáveis, que lhe falarão com franqueza e lhe darão uma orientação para passar pelas fases difíceis. Não dá para fazer tudo sozinho. Acredite que você vai conseguir superar essa fase. Você vai superar. As coisas vão melhorar. A vida é uma série de altos e baixos, e, quando você está na pior, a boa notícia é que as coisas vão melhorar outra vez. E vão ficar tranquilas, claras e belas.”

Michael Phelps

O atleta olímpico que recebeu mais medalhas em todos os tempos também enfrentou o TDAH quando criança, informou a Everyday Health

Sua incapacidade de se concentrar era motivo de preocupação para sua família. 

Mas seus pais perceberam que, embora Michael não tivesse disciplina na sala de aula, conseguia cultivá-la em outro lugar: na piscina.

 “Michael tem resiliência mental”, sua mãe, Debby Phelps, disse à Everyday Health. 

“Ele é muito intenso, mas não conseguia se concentrar. Mas, mesmo quando tinha só 9 ou 10 anos, nas provas de natação ele ficava focado durante quatro horas –mesmo que ele próprio só fosse nadar por três ou quatro minutos--, porque a natação é sua paixão.”

Ludwig van Beethoven

(Joseph Karl Stieler via Wikimedia Commons)

É possível que o gênio musical também sofresse de transtorno bipolar, que pode até ter influenciado sua criatividade. 

De acordo com François Martin Mai, autor de Diagnosing Genius: The Life and Death of Beethoven, o compositor manifestava sinais de depressão e episódios de mania, alguns dos quais chegaram a se refletir em suas obras. 

Em uma resenha do livro de Mai, o New England Journal of Medicine chama a atenção para a lógica do autor, citando que Beethoven ainda era capaz de canalizar sua energia criativa:

“Mai analisa com profundidade o modo como as doenças crônicas e a psicopatologia de Beethoven podem ter contribuído para sua criatividade. Mas também é importante reconhecer que Beethoven tinha um impulso interno que exigia expressão, mesmo quando confrontado com muitos obstáculos.”

Sinead O'Connor

A pop star recebeu o diagnóstico de transtorno bipolar e depressão em 2005, segundo o Irish Mirror, mas descobriu em 2013 que o diagnóstico tinha sido equivocado.

Durante essa época, O’Connor falou publicamente, no programa “Oprah” em 2007 e em outros lugares, sobre sua batalha contra a doença mental.

Ela continua a combater a estigmatização dos transtornos mentais, tendo dito à revista TIME em 2013: “Infelizmente há um estigma tão grande em torno da doença mental ou do que é visto como sendo doença mental que as pessoas são tratadas como m.... e as doenças são usadas para maltratar as pessoas de uma maneira que não seria feita no caso de doenças físicas”.

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