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Entenda o câncer raro que matou Steve Jobs

Apenas 3% dos pacientes diagnosticados com câncer de pâncreas sofrem da mesma doença do fundador da Apple

Steve Jobs, o fundador da Apple, na apresentação do iPad 2: sintomas do câncer que o matou só aparecem nas fases mais avançadas da doença (Justin Sullivan / Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2011 às 17h08.

São Paulo – De cada 1,5 milhão de pacientes diagnosticados com câncer no pâncreas por ano nos Estados Unidos, apenas 2 mil sofrem da mesma doença que colocou um ponto final na vida de Steve Jobs nesta quarta-feira.

O fundador da Apple foi diagnosticado, em 2004, com um tumor do tipo neuroendócrino de pâncreas, uma forma rara de câncer no órgão.

“O pâncreas é um órgão misto. Isso significa que ele produz hormônios em sua parte endócrina, como a insulina, e produz as enzimas digestivas em sua parte exócrina”, explica o oncologista IgorMorbeck, professor da Universidade Católica de Brasília.

Segundo ele, os tipos de câncer mais comuns no órgão aparecem nessa parte exócrina. Nesses casos, os pacientes têm, em média, dois anos de sobrevida após a descoberta da doença.

No caso de Jobs, o câncer se desenvolveu na parte endócrina do pâncreas. Apesar de ser menos comum, a doença é menos agressiva do que os tumores da parte exócrina. Segundo estudo de 2005, as chances de cura são de até 50%.

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O problema é que a doença, em ambos os casos, é silenciosa. De acordo com Paulo Hoff, diretor da Oncologia do Hospital Sírio Libanês, os casos de tumores pancreáticos não apresentam sintomas claros que levem ao diagnóstico precoce da doença. Dessa forma, a maioria dos pacientes descobre o câncer já em estado avançado. Com isso, as chances de cura diminuem para quase zero.



Em 2004, Jobs passou por um procedimento cirúrgico para a retirada do tumor. Não se sabe ao certo se a equipe médica dele tinha certeza de que o haviam curado completamente. O fato é que ele não passou por sessões de rádio ou quimioterapia.

Cinco anos depois,  Steve Jobs foi submetido a um transplante de fígado na tentativa de impedir a proliferação da doença. O procedimento é experimental e sujeito a complicações. “A expectativa de vida dos pacientes que passam por esse tipo de intervenção varia de 10 a 20 anos, mas Steve Jobs viveu bem menos que isso”, diz Hoff, que lançou um livro sobre a doença este ano.

Sintomas


Ainda não existem exames capazes de diagnosticas o câncer de pâncreas nas primeiras fases da doença. Quando os médicos descobrem, o tumor já está em estágios mais avançados. Fato que, em alguns casos, inviabiliza uma cirurgia para retirada do órgão.

Os sintomas ficam evidentes quando a doença já está bastante desenvolvida. “Geralmente, os pacientes apresentam uma dor de intensidade forte e inexplicável na região superior do abdômen e um emagrecimento importante, como, por exemplo, perder 5 quilos em quatro semanas”, afirma o Morbeck.

Ainda não se sabe quais os fatores que levam ao desenvolvimento de câncer no pâncreas. Por enquanto, a única explicação é que seja de origem genética.

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