Seleção brasileira recebe o troféu da Copa de Confederações (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2013 às 22h06.
Em noite inspirada que ficará marcada na história do Maracanã, a seleção brasileira sagrou-se tetracampeã da Copa das Confederações ao atropelar por 3 a 0 a Espanha na final deste domingo.
O Brasil, que já havia levantado o troféu em 1997, 2005 e 2009, mandou um recado forte para a concorrência a um ano da Copa do Mundo de 2014, que também será disputada no país.
Tudo deu errado para a Espanha, que conquistou praticamente todos os títulos possíveis nos últimos cinco anos, mas voltou a fracassar na Copa das Confederações, como em 2009, quando perdeu por 2 a 0 para os Estados Unidos nas semifinais.
A derrota para o Brasil foi a primeira dos espanhóis em 30 jogos oficiais, desde que foram derrotados pela Suíça na estreia na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.
Fred balançou as redes duas vezes, no início de cada tempo, enquanto Neymar anotou o segundo gol brasileiro logo antes do intervalo.
Somando cinco gols desde o início da competição, o atacante do Fluminense dividiu a artilharia da competição com Fernando Torres, que passou em branco neste domingo. Já Neymar, que marcou quatro vezes, foi o eleito melhor jogador do torneio, recebendo a bola de ouro.
O público chegou cedo ao estádio, que estava praticamente lotado quando começou a cerimônia de abertura da final, que contou com apresentações de Jorge Ben Jor, Ivete Sangalo, Arlindo Cruz, e da dupla sertaneja Victor e Léo.
Cerca de trinta minutos antes da partida, houve confrontos entre policiais e manifestantes nos arredores do estádio. Era possível sentir o cheiro de gás lacrimogênio da parte de cima da arquibancada.
Como aconteceu desde o início da competição, a torcida cantou o fim do hino nacional à capela, num momento emocionante que deixou os jogadores visivelmente empolgados antes da bola rolar.
Mesmo enfrentando os campeões mundiais e bicampeões europeus, a seleção brasileira logo partiu para cima, impondo um ritmo alucinante e abrindo o placar com menos de dois minutos de bola rolando.
Hulk recebeu na direita e cruzou para a área, em direção de Neymar e Fred. Casillas se atrapalhou e o atacante do Fluminense, mesmo caído, conseguiu empurrar a bola para as redes ao esticar a perna na pequena área. Depois do gol, praticamente toda equipe, inclusive alguns reservas, foram para os braços da torcida, e só não subiram na arquibancada porque foram contidos pelos seguranças.
A Espanha era irreconhecível, incapaz de impor seu toque de bola. Sem opções para chegar perto da área, Iniesta arriscou de fora da área aos 20, mas Júlio César fez uma grande defesa.
Cada vez que a Espanha perdia a bola, os volantes Paulinho e Luiz Gustavo conseguiam achar Neymar, que puxava os contra-ataques, infernizando a zaga adversária.
Aos 30, o camisa dez deu uma linda arrancada pela esquerda e deu um passe primoroso para Fred. A bola passou entre dois zagueiros e sobrou limpa para o centroavante, que perdeu o duelo cara a cara com Casillas.
A primeira chance espanhola veio aos 40. Pedro recebeu livre pela direita e tocou na saída de Júlio César. A bola ia entrando, mas David Luiz surgiu de carrinho para tirar a bola em cima da linha de forma milagrosa. A torcida comemorou como se fosse gol do Brasil e o zagueiro do Chelsea teve seu nome gritado por longos minutos.
O Maracanã foi literalmente abaixo aos 44, quando Neymar ampliou o marcador com um verdadeiro gol de placa. O camisa 10 arrancou mais uma vez pela esquerda, tabelou com Oscar, que devolveu com extrema categoria, e emendou com um disparo incrível no ângulo de Casillas.
Não satisfeito com os dois gols da vantagem, o Brasil voltou com tudo depois do intervalo, e Fred fez o terceiro logo aos 3 do segundo tempo. A jogada começou com Hulk, que deu passe longo da direita para a esquerda, Neymar deixou passar e o camisa 9 chutou colocado no canto oposto de Casillas.
Aos 7, Jesus Navas entrou no lugar de Mata e no minuto seguinte caiu na área na área após ser levemente calçado por Marcelo. O juiz marcou pênalti, e a torcida começou a gritar o nome de Júlio César, que havia feito uma defesa sensacional nas semifinais em cobrança de Forlán. O goleiro nem teve trabalho. Sergio Ramos chutou para fora, acabando de vez com qualquer chance de reação da sua equipe. Não era o dia da Espanha.
Depois do susto, a torcida começou a gritar "Olé" a cada de toque de bola brasileiro, antes de cantar "O Maraca é nosso"!
Aos 22, Sergio Ramos foi expulso por uma entrada dura em Neymar quando era o último homem da defesa, para o desespero da sua namorada, a cantora colombiana Shakira, que estava presente no estádio e foi motivo de chacota de parte da torcida.
Faltando vinte minutos para o fim da partida, todo o estádio já cantava o hino nacional. A seleção brasileira se contentou em administrar o resultado e Felipão colocou Jô, Jadson e Hernanes em campo para que também possam participar da festa.
Depois dessa vitória sensacional, o Brasil sonha mais do que nunca com o hexa e espera rever o Maracanã no dia 13 de julho de 2014, data da final da Copa do Mundo. A torcida não se enganou, cantando "o campeão voltou"!