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Em Festival de Cinema de Toronto, todos estavam contra os ricos

Os filmes de Hollywood sempre precisaram de um vilão, e os ricos têm sido um alvo fácil

Toronto: festival de cinema trouxe críticas sociais no line up (Toronto/Getty Images)

Toronto: festival de cinema trouxe críticas sociais no line up (Toronto/Getty Images)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 19 de setembro de 2019 às 09h00.

Última atualização em 19 de setembro de 2019 às 09h00.

Os filmes de Hollywood sempre precisaram de um vilão, e os ricos têm sido um alvo fácil desde os dias de “A Felicidade Não Se Compra” até “Wall Street – Poder e Cobiça”, “Psicopata Americano” e “A Grande Aposta”.

Mas temas de improbidade financeira e luta de classes são mais proeminentes em filmes este ano, pelo menos considerando o que foi mostrado no Festival Internacional de Cinema de Toronto.

O antecipado “A Lavanderia”, de Steven Soderbergh, estrelado por Meryl Streep e Gary Oldman, é um mergulho ficcional nos esquemas globais de evasão fiscal que ficaram conhecidos como Documentos do Panamá. “Greed” é uma farsa no estilo de documentário, estrelada por Steve Coogan como um magnata do varejo bilionário chamado Sir Richard “Greedy” McCreadie - um retrato pouco disfarçado de Sir Philip Green - enquanto se prepara para comemorar seu aniversário de 60 anos com seus amigos plutocratas na ilha grega de Míconos.

O documentário “Red Penguins” lança um olhar sobre a corrupção por trás da ressurreição do time de hóquei do Exército Vermelho da Rússia após a Guerra Fria e sua infeliz parceria com os Pittsburgh Penguins da NHL. “Made in Bangladesh” mostra trabalhadores explorados no país do sul da Ásia. Até o personagem principal de “Coringa” é espancado por um grupo de corretores bêbados.

Mas o retrato mais marcante da guerra econômica no festival é representado por “Parasita”, um filme do diretor sul-coreano Bong Joon-ho que ganhou a Palma de Ouro quando estreou em Cannes no início do ano. Trata das artimanhas de uma família humilde para conseguir trabalhar na casa de um executivo rico. "As pessoas ricas são realmente ingênuas", diz o patriarca no início do filme.

Mas o filme mais emblemático de Wall Street, a julgar pela reação do público em Toronto, é “As Golpistas”. Estrelado por Jennifer Lopez e Constance Wu, protagonista de “Podres de Ricos”, como dançarinas exóticas tentando sobreviver em Nova York após a recessão, o filme mostra como a dupla tenta enganar profissionais de Wall Street, atraindo homens com a perspectiva de uma noite de bacanal sexual, depois drogando-os e roubando seu dinheiro.

É uma visão chamativa de temas sobre controle, empoderamento feminino e ganância em Wall Street, que investiga as ambiguidades morais do mundo dos negócios. Como a experiente e carismática Ramona, Lopez acredita que o país pode ser visto como um clube de striptease metafórico: "Há pessoas jogando dinheiro para o alto”, e pessoas dançando conforme a música.

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