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Eataly Brasil quer manter marca no país, mas uso é proibido até decisão na Justiça

A decisão não é definitiva e foi tomada em um processo de arbitragem com a empresa italiana que detém a marca globalmente

Eataly: 2.000 pessoas passam pelo local diariamente. (Gabriel Reis/Divulgação)
Gilson Garrett Jr.
Gilson Garrett Jr.

Repórter de Lifestyle

Publicado em 10 de fevereiro de 2025 às 12h43.

O Eataly Brasil está impedido de usar a marca do mercado italiano na loja localizada na Avenida Juscelino Kubitscheck, em São Paulo. A decisão não é definitiva e foi tomada em um processo de arbitragem com a empresa italiana que detém a marca globalmente. Com isso, há alguns dias foi feita a retirada do letreiro identificador do local, mas o mercado gastronômico segue em operação, incluindo os restaurantes no espaço.

O contrato com a matriz tem duração de 30 anos, iniciados em 2022. Em nota enviada à EXAME Casual, o Eataly Brasil disse que "é contra a rescisão unilateral do contrato e defende a manutenção de seus direitos contratuais".

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Presente no Brasil há quase uma década, no auge rede italiana chegou a atingir faturamento anual de R$ 100 milhões. Atraindo amantes da gastronomia com aulas-show de chefs renomados e pratos de estrelas como Alex Atala e Massimo Bottura, o Eataly enfrentou um cenário difícil devido à pandemia de covid-19 e problemas de gestão, resultando em dívidas de R$ 55 milhões.

Em 2023, o fundo Wings, formado por investidores diversos, e um Family Office assumiram a operação. A transação retirou a South Rock, em recuperação judicial, do controle da operação. A dívida foi parcialmente renegociada, com R$ 20 milhões pagos, mas ainda restam R$ 35 milhões. Para ajustar as contas, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial no final de 2024.

Em conversa reservada com a reportagem, dois fornecedores de ramos diferentes dizem que ainda não receberam o pagamento de valores que chegam próximo a R$ 1 milhão.

Em nota, o Eataly afirmou que a recuperação judicial tem como objetivo garantir a continuidade da mediação com credores e encontrar a melhor solução para os créditos em aberto. "Essa decisão reflete o compromisso da empresa com uma negociação estruturada, que proporcione um acordo seguro, ágil e equilibrado para todas as partes envolvidas", afirmou a empresa.

Tentativa de Reestruturação

No fim do ano passado, o Eataly Brasil anunciou uma série de mudanças para aumentar o faturamento, saldar as dívidas e atrair novamente o público. Segundo a nova administração, no terceiro trimestre de 2024, a marca atingiu o break even, o ponto em que as despesas e receitas se equilibram. O faturamento estava na casa dos R$ 5 milhões mensais, ainda abaixo da média de R$ 10 milhões que chegou a ter em outros tempos.

Parte da reestruturação incluiu a renovação dos restaurantes. No último andar, foi inaugurado o Nice to Meat U, especializado em carnes. Já um restaurante terceirizado, que ficava no térreo, deixou o Eataly e a operação passou a ser própria. A nova gestão inaugurarou uma escola de gastronomia com capacidade para 20 pessoas, voltada tanto para aulas abertas ao público quanto para eventos corporativos.

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