Dos cinemas para o streaming, a nova leva de filmes adiados pela pandemia
Disney+, Netflix e Prime Video se agarram nas oportunidades de estreia no streaming com os adiamentos de lançamentos no cinema
Julia Storch
Publicado em 19 de janeiro de 2021 às 15h15.
Última atualização em 19 de janeiro de 2021 às 15h44.
A vacinação contra o coronavírus traz a esperança de retomada de diversos setores pausados mundo afora. Um deles, a indústria cinematográfica. Porém, quem espera pausar o streaming e voltar aos cinemas em breve, está um tanto enganado, já que diversas produções previstas para o primeiro semestre deste ano foram adiadas ou terão suas estreias nas plataformas.
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Em outubro do ano passado, os cinemas paulistas reabriram com 60% da capacidade máxima, hoje a lotação máxima das salas é de apenas 40%. No ano passado a Warner Bros. divulgou que todas as produções previstas para 2021 estreariam tanto nos cinemas quanto na HBO Max. Voltar ao cinema ainda não é uma escolha para muitos, e a visão de estúdios de estrearem filmes no streaming parece não ser uma má ideia, por enquanto.
Após a estreia de Mulher-Maravilha 1984 nos cinemas brasileiros (e na HBO Max nos Estados Unidos), a Warner Bros. planeja outras estreias na plataforma para este ano. Entre os filmes, estão o esperado Matrix 4, Duna de Denis Villeneuve, a pré-sequência de Sopranos e Esquadrão Suicida. A decisão da Warner demonstra o poder e a importância do streaming perante a crise dos cinemas.
Na sequência de estreias no streaming está a Disney+, lançada no final de 2019 a plataforma chegou ao Brasil no final do ano passado, e tem sido uma salvação monetária para a Disney com seus parques temáticos fechados. A estreia de Mulan na plataforma foi descrita pelo CEO Bob Chapek como pontual para uma superprodução da Disney. Talvez não fosse esperada outra estreia na plataforma. Mas, visto que a pandemia ainda está acontecendo, a animação Soul estreou recentementena plataforma.
Enquanto a maioria dos blockbusters já foi adiada, outros ainda têm estreias previstas, mas com fortes chances de serem postergados. Para este ano a Sony está programada para lançar na primeira semana de fevereiro, o live-action de Cinderela, estrelado por Camila Cabello, e o suspense de super-heróis Morbius com Jared Leto, que tinha data prevista de estreia para julho do ano passado, e será lançado em outubro de 2021.
Como a Sony não possui um serviço de streaming para lançar os filmes, a distribuidora terá que ou adiar as datas de estreias ou vender os títulos para plataformas como Netflix e Prime Video, assim como fez a Paramount, que vendeu a maioria dos próximos lançamentos enquanto aguarda a estreia, nos cinemas, de Um Lugar Silencioso – Parte II, prevista para23 de abril.
Para filmes que geram bilheterias milionárias, é quase impossível ter o retorno financeiro esperado com o cenário atual. Isso significa que a sequência de Velozes e Furiosos 9 (prevista para 26 de maio) e o novo filme de James Bond, 007 – Sem Tempo para Morrer (marcado para 2 de abril) provavelmente deixarão as datas de lançamento vagas para outros filmes, a não ser que a taxa de pessoas vacinadas mundo afora esteja alta. A MGM, financiadora da franquia 007, e a Universal, o estúdio por trás de Velozes e Furiosos, ainda não se pronunciaram sobre a possível mudança nas estreias.