Documentário mostra pacificação de favelas do Rio

Rio de Janeiro - O processo de pacificação das favelas do Rio de Janeiro chega aos cinemas brasileiros com todas as suas nuances em um documentário filmado por quatro diretores que vivem nestes bairros pobres e que dão voz a seus moradores.

O documentário "5x Pacificação" é herdeiro do filme de ficção "5x Favela - Agora por Nós Mesmos", que estreou no Festival de Cannes de 2010, com o qual compartilha os mesmos produtores, Cacá Diegues e Renata Almeida Magalhães, e parte dos diretores.

A nova produção tem a assinatura de Cadu Barcelos, Rodrigo Felha, Luciano Vidigal e Wagner Novais, todos eles cineastas moradores em favelas cariocas e responsáveis por algum dos cinco curtas-metragens.

"5x Pacificação" aborda, a partir da perspectiva dos moradores das favelas cariocas, a nova política de segurança aplicada nos últimos quatro anos em várias destas comunidades que permitiu a expulsão dos grupos armados e a implantação, até o momento, de 28 Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

Essas unidades permitiram a patrulha permanente dos becos das favelas e, ao acabar com o domínio dos grupos armados, que se prolongou por quatro décadas em algumas regiões, também contribuíram para melhorar sensivelmente a segurança em toda a cidade.

A partir de uma ótica intimista, o documentário dá voz aos moradores das favelas e dos bairros ricos do Rio, às autoridades, aos responsáveis pelo projeto das UPPs, sociólogos e antropólogos e, o que é mais impactante, a vários ex-integrantes de grupos armados que tentam mudar de vida.

Os antigos criminosos relatam seu passado de violência, assassinatos e dinheiro fácil e revelam como o esgotamento de uma vida de perigo os levou a mudar os fuzis por trabalhos humildes, aproveitando o novo regime de ordem e paz.

Em declaração surpreendente, um ex-criminoso assegura que a maioria dos traficantes de drogas estaria disposta a abandonar as armas se lhes fosse concedida uma anistia.

A câmera nervosa dos diretores foca as montanhas de lixo, a miséria, os ferimentos à bala dos ex-criminosos e também as espetaculares vistas das favelas.

Os moradores dessas comunidades contam sobre seu medo da Polícia, que no passado era sinônimo de tiroteios e que agora já foi protagonista de alguns casos de corrupção.

"As UPPs não são um milagre", diz uma mulher entrevistada, que reivindica mais investimentos em saneamento básico, serviços sociais e culturais, educação e oferta de emprego.

Também se ouvem queixas pela imposição de limites que antes não existiam com os traficantes, como os rígidos horários para que as festas acabem cedo, que desagradaram os jovens.

O documentário também mergulha nos pormenores do caso específico do Complexo do Alemão, um conjunto de favelas considerado durante décadas como um reduto inexpugnável e que foi conquistado com a ajuda de tanques e blindados militares em novembro de 2010.

"5x Pacificação" estreia nos cinemas de todo o Brasil nesta sexta-feira, mas seus responsáveis já o projetaram em várias favelas, com ou sem UPP, em sessões sempre seguidas de debates com os moradores.

Rio de Janeiro - O processo de pacificação das favelas do Rio de Janeiro chega aos cinemas brasileiros com todas as suas nuances em um documentário filmado por quatro diretores que vivem nestes bairros pobres e que dão voz a seus moradores.

O documentário "5x Pacificação" é herdeiro do filme de ficção "5x Favela - Agora por Nós Mesmos", que estreou no Festival de Cannes de 2010, com o qual compartilha os mesmos produtores, Cacá Diegues e Renata Almeida Magalhães, e parte dos diretores.

A nova produção tem a assinatura de Cadu Barcelos, Rodrigo Felha, Luciano Vidigal e Wagner Novais, todos eles cineastas moradores em favelas cariocas e responsáveis por algum dos cinco curtas-metragens.

"5x Pacificação" aborda, a partir da perspectiva dos moradores das favelas cariocas, a nova política de segurança aplicada nos últimos quatro anos em várias destas comunidades que permitiu a expulsão dos grupos armados e a implantação, até o momento, de 28 Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

Essas unidades permitiram a patrulha permanente dos becos das favelas e, ao acabar com o domínio dos grupos armados, que se prolongou por quatro décadas em algumas regiões, também contribuíram para melhorar sensivelmente a segurança em toda a cidade.

A partir de uma ótica intimista, o documentário dá voz aos moradores das favelas e dos bairros ricos do Rio, às autoridades, aos responsáveis pelo projeto das UPPs, sociólogos e antropólogos e, o que é mais impactante, a vários ex-integrantes de grupos armados que tentam mudar de vida.

Os antigos criminosos relatam seu passado de violência, assassinatos e dinheiro fácil e revelam como o esgotamento de uma vida de perigo os levou a mudar os fuzis por trabalhos humildes, aproveitando o novo regime de ordem e paz.

Em declaração surpreendente, um ex-criminoso assegura que a maioria dos traficantes de drogas estaria disposta a abandonar as armas se lhes fosse concedida uma anistia.

A câmera nervosa dos diretores foca as montanhas de lixo, a miséria, os ferimentos à bala dos ex-criminosos e também as espetaculares vistas das favelas.

Os moradores dessas comunidades contam sobre seu medo da Polícia, que no passado era sinônimo de tiroteios e que agora já foi protagonista de alguns casos de corrupção.

"As UPPs não são um milagre", diz uma mulher entrevistada, que reivindica mais investimentos em saneamento básico, serviços sociais e culturais, educação e oferta de emprego.

Também se ouvem queixas pela imposição de limites que antes não existiam com os traficantes, como os rígidos horários para que as festas acabem cedo, que desagradaram os jovens.

O documentário também mergulha nos pormenores do caso específico do Complexo do Alemão, um conjunto de favelas considerado durante décadas como um reduto inexpugnável e que foi conquistado com a ajuda de tanques e blindados militares em novembro de 2010.

"5x Pacificação" estreia nos cinemas de todo o Brasil nesta sexta-feira, mas seus responsáveis já o projetaram em várias favelas, com ou sem UPP, em sessões sempre seguidas de debates com os moradores.