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Do SPFW ao Magalu: Marina Bitu lança coleção sustentável com fibra de bananeira

A marca cearense se uniu à Associação Fibrarte e desenvolveu uma bolsa “minaudiere” (R$ 179) e um chapéu estilo bucket (R$ 359)

Marina Bitu: bolsa “minaudiere” (R$ 179) feita a partir da fibra da bananeira (Divulgação/Divulgação)
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 5 de setembro de 2024 às 08h02.

Última atualização em 5 de setembro de 2024 às 10h46.

Em tempos de consumo impulsivo gerado pelas fast fashions, a marca Marina Bitu vai na contramão, ao se voltar para a valorização da moda através do trabalho e saberes manuais. Na última edição da São Paulo Fashion Week, a marca cearense apresentou a coleção com texturas e técnicas manuais ancestrais da região do Cariri. Entre as peças, vestidos, camisas, quimonos e calças com barras feitas a partir da fibra de bananeira em parceria com a Associação Fibrarte.

O uso do material natural surgiu após buscas da marca por matérias-primas produzidas localmente. Localizada em Missão Velha (504 quilômetros de Fortaleza), a Associação Fibrarte trabalha com todo o processo de produção da fibra. Realizado por 17 mulheres, o trabalho das artesãs dá cor e forma aos secos troncos das bananeiras por meio de um processo totalmente manual que olha para aquilo que seria descartado, resultando em peças cheias de detalhes e características do Brasil. Agora, a associação apresenta uma coleção em colaboração com Bitu.

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Em um primeiro momento serão vendidos uma bolsa “minaudiere” (R$ 179) e um chapéu estilo bucket (R$ 359), ambos feitos a partir da matéria prima da fibra de bananeiratrabalhados com técnica de crochet e acabamento impermeável, otimizando sua durabilidade e qualidade.

Marina Bitu: chapéu estilo bucket (R$ 359) feito de palha de bananeira. (Divulgação/Divulgação)

"Desde o início de nossa colaboração com as mulheres da Fibrarte, temos direcionado todas as nossas demandas de peças que utilizam palha para elas. Cerca de 11 produtos que estão vigentes em nossa coleção demandam algum componente produzido pela Fibrarte", diz Cecília Baima, sócia e co-fundadora da Marina Bitu.

Os produtos estarão disponíveis no site e aplicativo do Magalu, visto que o projeto faz parte do Mundo Social Magalu, que busca acelerar e dar visibilidade a negócios de impacto positivo, conectando pequenos empreendedores com consumidores.

“Gosto de falar que o mundo social é um filme, e não uma foto, porque a gente entende que esses parceiros menores têm mais uma etapa de negócio deles. Não há uma questão de exclusividade, eles continuam vendendo no Instagram, WhatsApp e em outras plataformas, mas o Mundo Social é esse espaço onde eles podem ter mais visibilidade”, diz Raíssa Aryadne, responsável pelo Mundo Social Magalu e especialista em diversidade e inclusão e responsabilidade social.

“Queríamos solucionar o problema de como inserir o artesanato brasileiro num produto que gerasse desejo, porque a minha geração via o artesanato como algo antiquado. Mas sentimos que as novas gerações têm desejado tocar essas raízes, acessar esses conhecimentos, assim buscamos trabalhar com associações de diferentes tipologias do Nordeste, principalmente do Ceará, por uma questão de logística e acessos, por exemplo”, diz Marina.

As peças estarão à venda a partir de 11 de setembro. Em um primeiro momento serão apenas 20 unidades de cada item, respeitando os limites de produção.

“Sabemos que existe uma questão de colocar um artesanato no lugar do intocável, do impossível e que apenas uma minoria que tem condições de pagar. Essa colaboração vem muito do desejo transformar os produtos em peças acessíveis, além de gerar demanda de trabalho para as mulheres da associação”, diz Marina.

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