Dez carros que tiveram sua fabricação terceirizada
Não é o logotipo da marca que garante que aquela empresa fabricou o carro. Aqui estão boas provas disso
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2017 às 10h57.
Última atualização em 4 de abril de 2017 às 10h57.
Kadett GSi conversível
A GM tinha boa relação com a Bertone nos anos 1990. A empresa italiana fabricava os Astra Coupé e conversível, além do Kadett conversível. No caso dos carros vendidos no Brasil, isso envolvia um esforço de guerra que durava seis meses: o assoalho e as peças da dianteira eram enviados do Brasil para a Itália, onde a carroceria era montada e depois era enviada ao Brasil novamente para receber o conjunto mecânico.
Peugeot RCZ
Por mais que metade das peças do Peugeot RCZ sejam compartilhadas com o 308, ele sequer foi desenvolvido pela Peugeot. A missão de transformar o conceito 308 RCZ, mostrado em 2007 no cupê 2 + 2 que chegou a ser vendido no Brasil coube à austríaca Magna-Steyr.
Eles deveriam criar o carro de produção com poucas mudanças no design e assim fizeram com desenvolvimento totalmente virtual, sem protótipos em tamanho real. O RCZ ficou pronto em 2009 e sua produção, que durou até o final de 2015, também foi responsabilidade da Magna.
Land Rover Defender
Hoje a Land Rover produz o Evoque e o Discovery Sport no Brasil. Mas seu primeiro carro nacional foi o Defender, montado por aqui entre 1998 e 2005. Na época, a Rover ainda pertencia à BMW, mas quem montava o carro era a Karmann-Ghia, em São Bernardo do Campo. Apenas 1/4 do carro era nacional, o que correspondia ao motor 2.5 Maxion de 115 cv e à bateria.
Mercedes-Benz Classe G
Quando o Mercedes Classe G começou a ser desenvolvido, em 1972, a Magna-Steyr (a mesma do Peugeot RCZ citado acima) ainda se chamava Steyr-Daimler-Puch. Era um conglomerado bem-sucedido na fabricação de veículos pesados da qual a Daimler fazia parte. Nada mais justo do que delegar a eles o desenvolvimento e a fabricação de seu SUV concebido para uso militar.
Mesmo sem nunca ter sofrido grandes alterações a nível estrutural, o Classe G permanece em produção – e a Mercedes garante que ele continuará no mercado enquanto houver demanda e for possível atender às legislações de segurança e emissões vigentes na Europa.
Porsche Boxster
A primeira geração do Porsche Boxster era produzida por uma fabricante de tratores e veículos agrícolas. Era a finlandesa Valmet, que surgiu em 1968 como joint-venture entre Saab e Scania, e que anos depois passaria a fabricar alguns Saab. Isso continuou mesmo depois da Valmet comprar as ações que cabiam à Saab – a partir daí, ela também passou a atender outras empresas.
Entre elas estava a Porsche, que não conseguia atender a demanda pelo Boxster. A fabricante alemã entregava as chapas estampadas e as peças à Valmet, que se encarregava de encaixar tudo devidamente para formar o carro. Depois, o mesmo aconteceu com o Cayman. A parrceria acabou em 2011, mas hoje a Valmet ajuda a complementar a produção dos Mercedes Classe A e GLC.
Mini Countryman
O Mini Cooper é, historicamente, fabricado em Oxford, na Inglaterra, na terceira fábrica de carros mais antiga do mundo. Talvez por limitações da unidade, o SUV Countryman e sua extinta versão duas portas, o Paceman, tiveram sua produção terceirizada desde o lançamento até agora à austríaca Magna. Contudo, a nova geração do Countryman – que estreia em 2017 – será fabricada pela VDL NedCar, empresa holandesa que fabricou os Mitsubishi Outlander e Colt para o mercado europeu até 2012.
Opel Calibra
Por ter terceirizando a produção, a Opel conseguiu mantê-lo em produção após o fim do primeiro Vectra (Divulgação)
Lançado na Europa em 1991, o Opel Calibra fez tanto sucesso que continuou em produção mesmo depois do fim da produção da primeira geração do Vectra, em 1995. Todos os 1.567 Calibra vendidos no Brasil entre 1993 e 1995 foram produzidos em Rüsselsheim, na Alemanha. Contudo, a Valmet finlandesa também produziu o cupê esportivo de 1991 a 1997.
Buick GNX
O Buick GNX foi o mais lendário – e um dos mais raros – muscle car dos anos 80. Seu motor era um V6 3.8, que produzia alegados 280cv (isso porque a GM divulgava número abaixo da realidade, pois o Corvette tinha 230 cv nesta época) e estava sempre combinado a um câmbio automático de quatro marchas. Era 1 segundo mais rápido que o Vette, sendo mais rápido também que o BMW M635i e o Porsche 928S.
Mas este sedã de duas portas vendido unicamente na cor preta à la Darth Vader era na verdade fabricado pela ASC, empresa americana que surgiu nos anos 1960 para produzir tetos solares e depois passou a desenvolver e fazer versões conversíveis de carros norte-americanos. O GNX foi seu maior projeto, ainda que tenha recorrido à McLaren Performance Technologies para cumprir o prometido.
BMW X3
A BMW só começou a fabricar SUVs na Alemanha em 2009, com o lançamento do X1. Seu primeiro utilitário esportivo foi o X5, de 1999, que era fabricado apenas nos Estados Unidos. Já a primeira geração do X3, vendida entre 2003 e 2010, era fabricada (de novo!) na Áustria pela Magna-Steyr.
Ford Escort RS Cosworth
Criado no início dos anos 1990 para homologação do Escort no World Rally Championship (WRC), o Escort RS Cosworth foi um dos esportivos europeus mais marcantes daquela época. Tinha motor o 2.0 16V YBT do Ford Sierra preparado pela Cosworth, que colocou turbo da Garrett e fez outras otimizações para render 227 cv de potência e 31,6 mkgf. Era o que bastava para que, com câmbio manual de cinco marchas e tração integral, chegasse aos 100 km/h em 6,1 s.
Mas ele não foi fabricado pela Ford, tampouco pela Cosworth, e sim pela Karmann na Alemanha, com alguns componentes importados do Reino Unido. Cerca de 7.500 unidades foram produzidas entre 1992 e 1996, mas apenas dois foram importados para o Brasil pela Autolatina: um vermelho (hoje pintado de cinza) e um azul.
Este conteúdo foi originalmente publicado pelo site da Quatro Rodas.