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De Castelo Rá-Tim-Bum a Steve Jobs, MIS completa 50 anos

Museu terá exposição sobre John Lennon quando reabrir, mas devido à pandemia do coronavírus tem investido em tour virtuais

Castelo Rá-Tim-Bum: exposição de 2014 a 2015 foi uma das mais conhecidas do MIS (Paulo Pinto/Fotos Públicas)

Castelo Rá-Tim-Bum: exposição de 2014 a 2015 foi uma das mais conhecidas do MIS (Paulo Pinto/Fotos Públicas)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de maio de 2020 às 14h30.

Última atualização em 29 de maio de 2020 às 16h51.

Nascido da ideia de preservar parte da memória paulista, o MIS - Museu da Imagem e do Som completa 50 anos nesta sexta-feira, 29 de maio. A festa para comemorar ia ser linda e contaria com uma mostra pensada especialmente para a data, mas a pandemia de coronavírus fez com que o museu adiasse os festejos e desse novo rumo a suas atividades, que passaram a ser oferecidas de forma online. Com as perspectivas de reabertura das atividades, ideias de como dar início a essa nova fase de forma segura passaram a ser a prioridade.

Ao falar com o Estadão, por telefone, Cleber Papa, diretor do MIS, revela que as perspectivas mais otimistas trabalham com a reinício do funcionamento da instituição a partir do mês de agosto. "Quando reabrirmos, a exposição que estará no museu será a do John Lennon, que ficou apenas três dias aberta para o público", informa. Essa mostra, que ficou aberta pelo período de 13 a 15 de março, seria uma das grandes apostas da gestão para este ano. John Lennon em Nova York é composta de imagens que o fotógrafo norte-americano Bob Gruen fez do ex-Beatle, quando o músico decidiu se mudar para a cidade americana, nos anos 1970. Para montá-la, o autor ficou de olho em cada detalhe e participou, mesmo distante de todo o processo.

Assim, as fotos foram reveladas no Brasil, mas eram encaminhas cinco provas para os Estados Unidos, para ele escolher a que preferia, e ainda era dele a decisão sobre qual laboratório seria o responsável, o tipo de papel usado, também. Mas o desfecho dessa trabalheira foi à altura, pois contou com a presença do próprio Gruen no MIS dando seu aval. A ideia é que a exposição fique em cartaz por ao menos quatro meses.

Papa conta ainda o que deverá ocupar o local na sequência. "Depois dela (Lennon), devemos ter Chaplin, o Homem Orquestra, que vai focar na relação de Charles Chaplin com a música", conta com entusiasmo, explicando que essa mostra, que vem de Paris, permitirá algumas brincadeiras com o público, que verá o cineasta por um outro ângulo, tendo a música como centro da atenção. Ainda em negociação, a previsão é de que chegue ao MIS no ano que vem.

Mesmo com o retorno às atividades, o MIS, de acordo com o diretor, terá de voltar mantendo o máximo cuidado, o que vem sendo pensado e debatido internamente. Como esse período de quarentena obrigou o museu a trabalhar de forma remota, virtual, oferecendo suas atividades de forma online, por suas redes sociais e site, a ideia agora será manter isso de forma constante. "A gente mudou totalmente a forma da nossa plataforma e deve continuar assim. Devemos manter as atividades virtuais de forma definitiva, e esse MIS presencial deve ter novas regras." E isso será possível, segundo Papa, fazendo com que as exposições de grande porte fiquem mais tempo em cartaz, o que possibilitaria ser vista pelo mesmo número de pessoas, se fosse presencial, mas com menos gente por dia.

"Vamos alargar o perfil das mostras, de forma que as pessoas possam visitar com calma, ou seja, em vez de ficar três meses em cartaz, deverão permanecer mais tempo", ajudando a espacejar as visitações, imagina ele.

Estes novos tempos farão o espaço repensar também o uso de algumas tecnologias, como será o caso das atividades que precisam do touch screen, do toque na tela com os dedos. Ele se preocupa também com a questão do celular e dos fones de ouvido, necessários em diversos programas do museu. "Não teremos mais fones, as pessoas usarão os seus próprios, o que será um problema a ser superado, pois teremos de adaptar o maquinário para aceitar os vários modelos", diz, mostrando que esta fase atual vai exigir mudanças de pensamento e a procura de alternativas para que voltemos o mais próximo possível do normal.

Ligado à Secretaria de Estado da Cultura, o MIS foi inaugurado em 1970 e teve como referência seu irmão carioca, que surgiu nove antes com o conceito de preservação e produção de imagem e som. Após ocupar espaços diferentes da cidade, passando pelos bairros dos Campos Elísios, Avenida Paulista e Itaim, ganhou sede própria, em 1975, no Jardim Europa, onde até hoje se mantém.

A inauguração do prédio do MIS foi marcada pela exposição Memória Paulistana, organizada por Rudá de Andrade, na época diretor técnico do MIS. De lá para cá, o museu se transformou em referência na realização de mostras que atraíssem o interesse geral, montando diversas outras exposições, que preencheram os seus espaços. Em sua história mais recente, o MIS sediou eventos em que seu espaço ficou até pequeno para a grande quantidade de público, como foi o caso da mostra com personagens e cenários da série de TV Castelo Rá-Tim-Bum, em cartaz entre 2014 e 2015. Imbatível em números, Castelo é questão de orgulho para todos que ali trabalham, pois ultrapassou a marca dos 400 mil visitantes.

E, para animar os fãs, nesta sexta, às 20h, terá live com atores do elenco do Castelo Rá-Tim-Bum, no #MISemCasa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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