Casual

De 300 a 80.000 garrafas: os brasileiros que produzem vinho na Califórnia

Dupla de produtores gaúchos se divide entre a elaboração de vinhos aqui e nos Estados Unidos

Lucas Foppa e Ricardo Ambrosi. (Divulgação/Divulgação)

Lucas Foppa e Ricardo Ambrosi. (Divulgação/Divulgação)

Gilson Garrett Jr.
Gilson Garrett Jr.

Repórter de Lifestyle

Publicado em 27 de fevereiro de 2024 às 07h22.

A jornada de Lucas Foppa e Ricardo Ambrosi é um conto moderno de perseverança, paixão e dedicação que culminou na realização de um sonho improvável: produzir vinho na Califórnia, lar de alguns dos vinhedos mais renomados do mundo. Esses dois produtores brasileiros, fundadores da gaúcha Tenuta Foppa & Ambrosi, transformaram uma pequena operação de 300 garrafas no Brasil em uma empreitada internacional que agora alcança produção de 80.000 garrafas de vinho por ano.

A trajetória desses "guris", como eles mesmos se denominam, começou em 2017, quando embarcaram em uma jornada de aprendizado no coração da Califórnia, o Napa Valley. Trabalhando incansavelmente por longas 15 horas por dia, absorveram os segredos do mercado americano, uma experiência que moldaria o futuro de sua própria vinícola no Brasil.

Mas o sonho não parou por aí. Inspirados por amigos e colegas, incluindo Miguel Cará e Alberto Mendoza, ambos com raízes profundas no mundo do vinho e com laços entre os Estados Unidos e o Brasil, Foppa e Ambrosi viram uma oportunidade única de expandir seus horizontes para além das fronteiras brasileiras.

Foi assim que nasceu a Tenuta Foppa & Ambrosi em solo estadunidense, uma iniciativa que viu esses visionários brasileiros se unirem a parceiros estratégicos para dar vida ao seu sonho americano. Com uvas cultivadas com cuidado e paixão, e sob a orientação de Foppa e Ambrosi, a primeira safra do Foppa & Ambrosi American Collection Syrah 2021 - Napa Valley chegou ao Brasil no começo de fevereiro, pontuando um marco significativo em sua jornada.

No entanto, o caminho para trazer seu vinho dos vinhedos ensolarados da Califórnia para as taças dos apreciadores brasileiros não foi fácil. Enfrentando desafios logísticos, burocráticos e até mesmo questionamentos sobre o processo de importação, Foppa e Ambrosi perseveraram, determinados a compartilhar sua paixão e sua história por meio de cada garrafa.

LEIA TAMBÉM >>> O que é terroir? O maior especialista do mundo explica como ele muda o vinho

Terroir do Nappa e o Gaúcho

Foppa e Ambrosi contam que precisaram de muito estudo para entender o terroir e produzir os vinhos no Nappa Valley. "Por mais que tenhamos escolhido a região mais fresca, que fica perto da Baía de San Pablo, temos nessa realidade um clima muito mais quente e seco do que temos no Rio Grande do Sul, por isso os vinhos tendem a ser mais alcoólicos, com uvas em um nível quase de sobrematuração", explicam.

Hoje, o Foppa & Ambrosi American Collection Syrah 2021 - Napa Valley é uma realidade tangível, um testemunho do poder dos sonhos e da resiliência. Com 900 garrafas chegando ao Brasil, cada uma contendo não apenas vinho, mas também o espírito e a dedicação de dois produtores que ousaram sonhar grande.

Como o lote é pequeno, a distribuição por aqui será mais dirigida. "Vamos direcionar este produto e prestigiar os clientes que sempre acreditaram em nós, assim como as pessoas que vão visitar a nossa região e reservam um tempo para conhecer a nossa estrutura. Queremos muito contar essa história para as pessoas ", dizem.

Para a dupla, esta não é apenas uma história sobre vinho; é uma história sobre amizade, determinação e a busca incansável pela excelência. Com cada gole, os consumidores brasileiros não apenas saboreiam um vinho excepcional, mas também compartilham um pedaço dessa incrível jornada, uma jornada que começou com 300 garrafas e agora abraça o mundo, uma taça de cada vez.

Acompanhe tudo sobre:Vinhosbebidas-alcoolicas

Mais de Casual

Linho, leve e solto: confira itens essenciais para preparar a mala para o verão

Os 5 melhores filmes e séries para maratonar no fim de semana

Estas são as atrações turísticas que você não poderá visitar em 2025

6 livros que C-levels brasileiras recomendam para o fim do ano