Casual

Dark kitchen: app Apptite conecta chefs a clientes e cresce na pandemia

Com cinco anos de história, a startup cresceu no último ano com o aumento de pedidos por delivery e a busca por refeições caseiras

 “Queremos resolver o problema de alimentação no dia a dia, desde um prato feito maravilhoso no almoço até um jantar mais sofisticado”, comenta o CEO do Apptite, Guilherme Parente. 
 (Apptite/Divulgação)

“Queremos resolver o problema de alimentação no dia a dia, desde um prato feito maravilhoso no almoço até um jantar mais sofisticado”, comenta o CEO do Apptite, Guilherme Parente. (Apptite/Divulgação)

JS

Julia Storch

Publicado em 16 de março de 2021 às 12h24.

Última atualização em 19 de março de 2021 às 13h05.

Durante um jantar com amigos, com pratos encomendados através de um aplicativo de delivery, Guilherme Parente e a chef de cozinha Fernanda Kanitz comentaram sobre a ideia de um aplicativo em que chefs pudessem oferecer seus pratos feitos na cozinha de casa. A conversa do jantar não durou somente até a sobremesa. Em seis meses, Parente desenhou o projeto da startup e lançou, em 2016, o Apptite, aplicativo nos mesmos moldes da conversa com Kanitz. “Queremos resolver o problema de alimentação no dia a dia, desde um prato feito maravilhoso no almoço até um jantar mais sofisticado durante a semana”, comenta o CEO. 

Seu dinheiro está seguro? Aprenda a proteger seu patrimônio

Nos últimos cinco anos, o marketplace presente apenas em São Paulo já contou com mais de 6 mil chefs inscritos na plataforma. Hoje em dia são 900 cozinheiros ativos, chamados de chefs autorais, que cozinham dentro de suas casas mais de cem mil pratos por mês. Chamadas de dark kitchens (cozinhas dedicadas apenas ao preparo de refeições para delivery), este modelo de vendas já estava em crescimento mesmo antes da pandemia. Para a Euromonitor, o mercado pode valer até 1 trilhão de dólares em todo o mundo até 2030. 

O crescimento das dark kitchens e pedidos de refeição por delivery impactou também cozinheiros amadores, que decidiram se aventurar entre as panelas para obterem uma renda extra. Assim, no ano passado o aplicativo dobrou seu faturamento e cresceu 130% em vendas de pratos. 

Porém, para incrementar a receita, no final do ano passado a startup decidiu impulsionar seus clientes, franqueando a marca. “Alguns dos nossos chefs chegam a faturar até R$ 40 mil reais por mês, enquanto outros não passam de R$ 2 mil. Isso não significa que a qualidade da refeição é inferior, mas que precisam de uma mudança no cardápio”, comenta Parente.

Seguindo uma pesquisa de tendências encomendada pela marca, foi estabelecido que massas e hambúrgueres são os pratos mais procurados pelos clientes. Assim, com investimento inicial de R$ 15 mil na franquia, os cozinheiros recebem R$ 5 mil em insumos, entre massas, carnes, molhos já porcionados e ultracongelados, para seguirem as receitas do cardápio estabelecido e manterem o padrão da marca. Das vendas, os cozinheiros ficam com 75% do valor. Já o retorno do investimento na franquia acontece em até 6 meses, segundo Parente. 

 

O CEO do Apptite, Guilherme Parente. (Apptite/Divulgação)

Em contrapartida, a startup oferece suporte de marketing, divulgação, entrega feita com motoboys terceirizados, gestão financeira e itens como sacolas, etiquetas e lacres. Além disso, os franqueados devem comprar os ingredientes para as receitas através do Apptite Shop, loja online de fornecedores selecionados pela startup. 

Através do aplicativo ou site, é possível procurar as refeições pelo nome do prato ou do chef. O cardápio varia desde tapioca recheada de ovos e queijo a risoto de abóbora com camarões. Também é possível comprar pratos congelados, desde porções individuais até refeições porcionadas para 14 dias, além de doces, bebidas e itens de empório como pães, tortas e massa fresca. 

 

Mas em época de pandemia, como confiar na qualidade dos produtos? “Os cozinheiros precisam comprovar que participaram do curso de boas práticas de manuseio de alimentos da Anvisa. Além disso, nós fazemos uma vistoria da cozinha”, comenta Parente. Para vender refeições através do aplicativo, “os cozinheiros também precisam ser um Microempreendedor Individual (MEI) e gostarem de cozinhar”, complementa. Para continuar na plataforma, os chefs precisam manter uma nota mínima de 4,7 em uma escala de 0 a 5.

Com um ano positivo para a marca, Parente espera para 2021 dobrar novamente o faturamento e cadastrar até 40% novos chefs na plataforma, sejam estes franqueados ou autorais. “Nascemos como um marketplace. Nossa ambição é nos tornar uma grande rede de alimentação de home chefs, que vendem em qualquer canal”, comenta Parente sobre a entrada dos pratos no aplicativo Uber Eats. “Queremos ser a maior rede de alimentação do Brasil”, finaliza.

Acompanhe tudo sobre:AlimentaçãoAppsChefsCozinhasDelivery

Mais de Casual

Business Black: Uber lança categoria de alto padrão para viagens corporativas

O que a compra dos hotéis da Accor no Brasil diz sobre o turismo nacional

Os iates de luxo feitos no Brasil e que são desejados nos Estados Unidos

Conheça o spa dentro de hotel em São Paulo que foi eleito o melhor da América Latina