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Daniel Dias quer ser o nadador paralímpico com mais medalhas

Alguns tentam compará-lo ao americano Phelps, mas o brasileiro, que nasceu com má formação congênita, prefere escrever a própria história

Daniel Dias: Dias, 28 anos, pode chegar a 24 medalhas paralímpicas ao final dos Jogos do Rio (Buda Mendes/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2016 às 17h05.

Daniel Dias conquistou sua primeira medalha de ouro nos Jogos Rio-2016 na quinta-feira e agora está a oito pódios de se tornar o nadador com mais medalhas paralímpicas na história.

Alguns tentam compará-lo ao americano Michael Phelps, mas o brasileiro, que nasceu com má formação congênita dos membros superiores e da perna direita, prefere escrever a própria história.

Com uma velocidade absurda, Dias disputará nove provas no Rio-2016. Na primeira delas, conquistou o ouro nos 200 m livres da categoria S5, com uma vantagem de 10 segundos sobre o americano Roy Perkins, que levou a prata.

Com os resultados, surge a comparação com Phelps.

"Sou Daniel Dias, quero construir meu próprio espaço, mas fico feliz que me comparem com um grande atleta", disse à AFP já com a medalha da prova.

Phelps conquistou 28 medalhas olímpicas, sendo 23 de ouro.

Dias, 28 anos, pode chegar a 24 medalhas paralímpicas ao final dos Jogos do Rio, o que o faria supera o australiano Matthew Cowdrey, que tem 23 e não disputa esta edição. E em Tóquio-2020, quem sabe subir ainda mais vezes ao pódio.

"Nunca penso nisso, de verdade, apenas em dar o meu melhor e nadar bem. A medalha é a consequência do esforço", declarou.

A nadadora americana Trischa Zorn, de 52 anos, é a maior medalhista da história paralímpica, com 55 pódios (41 ouros, nove pratas e cinco bronzes).

Emoção em casa

Daniel Dias conquistou seu primeiro ouro no Rio na quinta-feira, o sétimo consecutivo, depois de vencer todas as provas que disputou há quatro anos em Londres, onde bateu cinco recordes mundiais e se consagrou pela segunda vez como o melhor atleta paralímpico do mundo.

Mas a emoção de vencer em casa, com os gritos de "é campeão" no centro aquático e a torcida cantando o hino brasileiro no momento do pódio, não tem comparação.

"É mais emocionante do que imaginava", admitiu o nadador.

E o brasileiro terá a chance de repetir a experiência mais oito vezes.

Além dos 200 m livres de quinta-feira, Daniel disputará os 50 e 100 m livres, 50 m borboleta, 100 m peito e 50 m costas. Também participará em três provas de revezamento.

"É algo único, nunca mais vamos voltar a viver isto, temos que aproveitar cada segundo", disse o vencedor em três ocasiões do prêmio Laureus, considerado o "Oscar do esporte".

O mais recente foi conquistado em abril, depois das edições de 2009 e 2013.

Entre a grande torcida brasileira estavam presentes as pessoas mais importantes para o nadador: os dois filhos, a esposa e os pais.

De volta à Vila dos Atletas, a medalha foi sua companhia.

"Você não quer largar", declarou Dias, dono de 14 ouros em Mundiais.

Lenda do esporte

Daniel de Faria Dias nasceu em 28 de maio de 1988 em Campinas (São Paulo).

Sua mãe, Raquel Dias, conta como a gravidez mudou com um pequeno sangramento. Ela seguiu para o hospital, onde o filho nasceu de 37 semanas, pesando 1,9 kg e com 41 centímetros.

Ela recorda que chorou muito depois do parto "sem saber porquê", segundo o site do atleta.

"Mais tarde fomos comunicados que nosso filho era um garoto que não tinha os pés e nem as mãos", completa. Na realidade, o atleta tem uma perna.

Daniel cresceu e passou a usar uma prótese, que rompeu diversas vezes em partidas de futebol.

Aos 16 anos, ele assistiu na televisão o desempenho nos Jogos de Atenas-2004 do nadador Clodoaldo Silva, que acendeu a pira paralímpica no Maracanã, e se apaixonou pela natação adaptada.

A partir deste momento passou a ser construída a lenda deste jovem, símbolo da luta, um menino que chorou muito, mas conseguiu superar os preconceitos e os apelidos cruéis dos colegas, que tocavam nele "para ver se era de verdade".

Daniel Dias mostra que, na verdade, sobe ao pódio todos os dias de sua vida.

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Daniel Dias conquistou sua primeira medalha de ouro nos Jogos Rio-2016 na quinta-feira e agora está a oito pódios de se tornar o nadador com mais medalhas paralímpicas na história.

Alguns tentam compará-lo ao americano Michael Phelps, mas o brasileiro, que nasceu com má formação congênita dos membros superiores e da perna direita, prefere escrever a própria história.

Com uma velocidade absurda, Dias disputará nove provas no Rio-2016. Na primeira delas, conquistou o ouro nos 200 m livres da categoria S5, com uma vantagem de 10 segundos sobre o americano Roy Perkins, que levou a prata.

Com os resultados, surge a comparação com Phelps.

"Sou Daniel Dias, quero construir meu próprio espaço, mas fico feliz que me comparem com um grande atleta", disse à AFP já com a medalha da prova.

Phelps conquistou 28 medalhas olímpicas, sendo 23 de ouro.

Dias, 28 anos, pode chegar a 24 medalhas paralímpicas ao final dos Jogos do Rio, o que o faria supera o australiano Matthew Cowdrey, que tem 23 e não disputa esta edição. E em Tóquio-2020, quem sabe subir ainda mais vezes ao pódio.

"Nunca penso nisso, de verdade, apenas em dar o meu melhor e nadar bem. A medalha é a consequência do esforço", declarou.

A nadadora americana Trischa Zorn, de 52 anos, é a maior medalhista da história paralímpica, com 55 pódios (41 ouros, nove pratas e cinco bronzes).

Emoção em casa

Daniel Dias conquistou seu primeiro ouro no Rio na quinta-feira, o sétimo consecutivo, depois de vencer todas as provas que disputou há quatro anos em Londres, onde bateu cinco recordes mundiais e se consagrou pela segunda vez como o melhor atleta paralímpico do mundo.

Mas a emoção de vencer em casa, com os gritos de "é campeão" no centro aquático e a torcida cantando o hino brasileiro no momento do pódio, não tem comparação.

"É mais emocionante do que imaginava", admitiu o nadador.

E o brasileiro terá a chance de repetir a experiência mais oito vezes.

Além dos 200 m livres de quinta-feira, Daniel disputará os 50 e 100 m livres, 50 m borboleta, 100 m peito e 50 m costas. Também participará em três provas de revezamento.

"É algo único, nunca mais vamos voltar a viver isto, temos que aproveitar cada segundo", disse o vencedor em três ocasiões do prêmio Laureus, considerado o "Oscar do esporte".

O mais recente foi conquistado em abril, depois das edições de 2009 e 2013.

Entre a grande torcida brasileira estavam presentes as pessoas mais importantes para o nadador: os dois filhos, a esposa e os pais.

De volta à Vila dos Atletas, a medalha foi sua companhia.

"Você não quer largar", declarou Dias, dono de 14 ouros em Mundiais.

Lenda do esporte

Daniel de Faria Dias nasceu em 28 de maio de 1988 em Campinas (São Paulo).

Sua mãe, Raquel Dias, conta como a gravidez mudou com um pequeno sangramento. Ela seguiu para o hospital, onde o filho nasceu de 37 semanas, pesando 1,9 kg e com 41 centímetros.

Ela recorda que chorou muito depois do parto "sem saber porquê", segundo o site do atleta.

"Mais tarde fomos comunicados que nosso filho era um garoto que não tinha os pés e nem as mãos", completa. Na realidade, o atleta tem uma perna.

Daniel cresceu e passou a usar uma prótese, que rompeu diversas vezes em partidas de futebol.

Aos 16 anos, ele assistiu na televisão o desempenho nos Jogos de Atenas-2004 do nadador Clodoaldo Silva, que acendeu a pira paralímpica no Maracanã, e se apaixonou pela natação adaptada.

A partir deste momento passou a ser construída a lenda deste jovem, símbolo da luta, um menino que chorou muito, mas conseguiu superar os preconceitos e os apelidos cruéis dos colegas, que tocavam nele "para ver se era de verdade".

Daniel Dias mostra que, na verdade, sobe ao pódio todos os dias de sua vida.

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