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Conheça o castelo na França exclusivo para convidados da Moët & Chandon

Natalie Portman, Kate Moss e Roger Federer são alguns frequentadores do Château de Saran, na região de Champagne

Vista do Château de Saran: a visita inclui passeio pelas adegas, jantar estrelado e, claro, muito champanhe. (Moët & Chandon/Divulgação)

Vista do Château de Saran: a visita inclui passeio pelas adegas, jantar estrelado e, claro, muito champanhe. (Moët & Chandon/Divulgação)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 24 de junho de 2024 às 07h29.

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Existe o luxo que o dinheiro pode comprar. E existe um luxo que não está à venda. O Château Moët & Chandon, mais conhecido como Château de Saran, na região francesa de Champagne, faz parte da segunda categoria. A casa de três andares foi fundada por Jean-Rémy Moët, neto do fundador da maison, em 1801. Após uma ampla reforma finalizada em 2019, esse pequeno castelo passou a receber convidados. Mas não qualquer um. Apenas amigos da produtora do champanhe mais vendido do mundo podem se hospedar lá.

São celebridades como Uma Thurman, Natalie Portman, Kate Moss e Roger Federer, que foram recepcionados na festa de reinauguração por Bernard Arnault, presidente e maior acionista do grupo LVMH, dono da Moët Hennessy. Até o fim dos Jogos Olímpicos de Paris, em meados de agosto, a casa receberá somente pessoas próximas à família. E sempre poucos convidados por vez. Apesar da imponência, o casarão possui só 11 quartos temáticos, planejados pelo historiador de arte Yves de Marseille.

Tive o privilégio de ser convidado para passar uma noite no Château­ de Saran, no fim de maio. Meu quarto foi o Imperial, no segundo andar, dedicado a Napoleão Bonaparte, amigo de Jean-Rémy Moët e financiador da casa de champanhe. Com papel de parede amarelo ornado com flores, bustos e quadros do imperador da França e suas duas imperatrizes, Joséphine e Marie-Louise, a suíte tem piso de tacos Versailles em carvalho desgastado, uma mesa console em mogno em estilo empire e uma lareira com colunas, além de uma belíssima banheira vitoriana de ferro fundido.

Eu poderia passar horas olhando cada detalhe do quarto, mas a programação no château é intensa. O roteiro inclui uma visita às adegas subterrâneas de pedra construídas em 1743, com 28 quilômetros de extensão, onde milhares de garrafas são empilhadas em lotes e marcadas pelos enólogos com um código secreto que identifica o tipo de champanhe e o tempo de engarrafamento. Quando o chuvoso tempo da região de Champagne permite, os hóspedes podem visitar as vinícolas cultivadas com cuidado especial com o solo e sem herbicidas. Também faz parte do roteiro um pequeno sobrevoo pela propriedade em um balão de ar quente em forma de rolha.

Taças de champanhe durante a visita

A restauração da casa foi feita por duas referências na área, o designer de interiores Yves de Marseille e o arquiteto paisagista Peter Wirtz, que conseguiram manter o espírito da propriedade, a elegância dos interiores e a beleza dos jardins. O antigo vendangeoir, termo em francês para o local onde as uvas são recebidas e processadas durante a vindima, foi restaurado em pedra e tijolo vermelho, em um estilo arquitetônico industrial contemporâneo. Fica bem em frente ao château e é usado para recepções.

Na casa principal, o terraço amplo faz a ligação entre os salões com vista para os jardins e os prados com vinhedos no horizonte. A sala de estar tem tapetes em tons ocre, um piano de cauda que é relíquia de família e detalhes em dourado. Logo ao lado fica a sala onde foi servido o melhor café da manhã que já tomei, com enorme variedade de queijos, pães, frutas e iguarias da região.

Não faltam oportunidades para beber durante a estadia. No Château de Saran, uma taça sempre aparece na sua mão. A Moët Imperial é a cuvée principal. Foi criada em 1869, ano do centenário de nascimento de Napoleão. É envelhecida por 24 meses, traz frescor e é bastante versátil. A Rosé Imperial leva vinho tinto em seu blend. Tem notas apimentadas e de frutas vermelhas e harmoniza bem com comidas em geral. A grande estrela da casa foi a Grand Vintage 2015, um champanhe safrado de um ano de produção excepcional, de sabor mais complexo, com maior densidade e um pouco menos gasoso.

Mal comparando, o Château de Saran poderia ser uma versão moderna do Palácio de Versalhes, sinônimo de luxo em seu tempo, mas em versão reduzida e contemporânea, com todos os cuidados com a sustentabilidade na produção das uvas e, ainda bem, sem o desperdício de comida da época de Luís XIV. As refeições lá são servidas no padrão francês, em porções nem muito grandes nem muito pequenas. Um dos pratos do menu do jantar elaborado pelo chef Marco Fadiga era o boeuf de l’Aubrac, gado da região montanhosa do centro-sul da França.

Se alguém terminar a refeição com fome vai encontrar no quarto um pote de biscoitos feitos com mel produzido na região, com um bilhete de boa-noite.  Assim como o método champenoise de produção de champanhe, uma visita ao Château de Saran é feita de muitos cuidados e preciosos detalhes.

* O jornalista viajou a convite da Moët & Chandon

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