Confira os principais fatos da Semana de Moda de Londres
Coleções mais ecológicas e a baixa participação chinesa por conta do coronavírus marcaram a Semana de Moda de Londres
AFP
Publicado em 18 de fevereiro de 2020 às 16h42.
A exploração do estilo britânico, coleções mais ecologicamente responsáveis e uma participação chinesa em forte declínio marcaram a Semana de Moda de Londres , dedicada às coleções outono/inverno 2020-2021 e que chega ao fim nesta terça-feira.
Impacto do novo coronavírus
A participação dos varejistas e meios de comunicação chineses em Londres foi significativamente reduzida devido às restrições de viagens impostas pela nova epidemia de coronavírus.
Um duro golpe para a indústria da moda, já que os chineses são os maiores consumidores de luxo do mundo.
Essa epidemia tem um "impacto negativo significativo" na demanda de luxo, alertou a Burberry em 7 de fevereiro, obrigada a fechar temporariamente 24 de suas 64 lojas na China. As demais trabalham com horários reduzidos.
Enquanto as infecções excedem 72.000 casos na China continental e cerca de 900 em cerca de 30 países, o British Fashion Council, organismo que representa a moda britânica, tomou medidas de precaução com uma limpeza completa do local do desfile principal.
No entanto, nos desfiles, poucos usavam máscaras sanitárias no rosto.
Otimismo
Entre as peças de mais destaque de Roksanda, um volumoso vestido de festa laranja fluorescente com cauda violeta.
Os icônicos vestidos de tule de Molly Goddard são sobrepostos em tecidos jacquard, para um visual infantil e alegre.
Texturas e volumes é o "novo estilo", explica JW Anderson. Para sua nova coleção, quis "algo otimista". Em bom irlandês, inspirou-se na famosa cerveja Guinness para as cores e design de alguns vestidos.
"Havia algo de bonito na tipografia da Guinness, ouro, preto, um pequeno toque de prata", explica o criador.
Você quer ser a rainha da noite? Opte por um terno de lantejoulas Halpern com calça de perna de elefante ou um terno com cristais, com capuz combinando de Richard Quinn.
Exploração do estilo britânico
Em uma época de introspecção para o Reino Unido, no contexto do Brexit, os estilistas recorreram a materiais tipicamente britânicos, como o tweed Harris em Vivienne Westwood, com rombos bege clássicos iluminados com toques violetas.
Margaret Howell, comemorando 50 anos de sua marca este ano, manteve-se fiel ao estilo britânico, com uma capa de chuva curta com pernas nuas, saias plissadas e gravatas-borboleta atadas às blusas. Um estilo colegial chique.
Com tartans escoceses, calças bege e capuz de lã, as modelos estão prontas para um fim de semana em Balmoral, a residência de Elizabeth II na Escócia.
Para a Burberry, o diretor criativo Riccardo Tisci continua revisando a capa de chuva que tornou a marca famosa, para rejuvenescê-la e torná-la mais sexy. Em sua quarta temporada, criou casacos híbridos entre o cobertor e a capa e misturou ousadamente diferentes estampas quadriculadas.
Consciência ambiental
Não é mais possível para os estilistas ignorar o impacto ambiental de sua indústria, que os ativistas do movimento Extinction Rebellion fizeram questão de lembrar em um protestos no sábado.
Usando materiais renováveis, "upcycling" (nova vida de roupas e acessórios), os estilistas inovadores foram destaque em uma exposição do British Fashion Council sobre "moda positiva".
As grandes marcas também estão mudando. A Burberry anunciou que seu desfile foi certificado como "neutro em carbono" e Tommy Hilfiger apresentou sua coleção como a mais ecológica já produzida.
A Semana de Moda também propôs este ano trazer roupas de alta qualidade para trocá-las.
O irlandês Richard Malone, um dos jovens estilistas mais avançados no campo do desenvolvimento sustentável, recebeu o prêmio internacional Woolmark na noite de segunda-feira, enquanto o primeiro prêmio de inovação Karl Lagerfeld recompensou a americana Emily Adams Bode, uma verdadeira ás de upcycling.