Exame Logo

Conectado, o turista moderno procura o calor humano

Viajantes, hoteleiros e dirigentes das empresas de transporte aéreo viram seu trabalho perturbado pelo emprego da internet, ampliado recentemente pelo boom de smartphones

A utilização dos meios móveis de telecomunicações modifica radicalmente a relação entre o cliente e os fornecedores dos serviços de viagem (©AFP/Archives / Andrew Caballero-Reynolds)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de abril de 2012 às 19h01.

Tóquio - Acabaram as viagens reservadas com meses de antecedência, pois os turistas conectados de hoje mudam seus planos de um dia para outro, estando sempre à procura de contato humano, analisaram especialistas, reunidos no Japão.

"Compreender o uso das novas tecnologias é fundamental para que a indústria do turismo possa continuar a crescer", destacou Philip Wolf, fundador do centro de análises PhoCusWright.

O Conselho Mundial da Viagem e do Turismo (WTTC, na sigla em inglês) encerrou nesta quinta-feira sua reunião anual, tentando compreender esses "novos consumidores", que o setor terá que atrair, se quiser atingir seu objetivo de crescimento no longo prazo de 4% por ano e manter sua parte de 9% no Produto Interno Bruto mundial.

Viajantes, hoteleiros e dirigentes das empresas de transporte aéreo viram seu trabalho perturbado pelo emprego da internet, ampliado recentemente pelo boom de smartphones e tablets multimídia.

Um terço dos seres humanos estão conectados hoje e 39% estarão em 2016. Mais da metade da humanidade (56%) dispõe de um telefone celular clássico ou "inteligente"- aparelhos que ainda têm margens significativas de desenvolvimento na Ásia e na África.

"Não há mais 'on' e 'off', os novos consumidores estão conectados todo o tempo e passam de um aparelho a outro. Os profissionais de turismo que não se adaptarem vão perder mercado", martelou Wolf.

A utilização dos meios móveis de telecomunicações modifica radicalmente a relação entre o cliente e os fornecedores dos serviços de viagem.

Dois terços das reservas de hotel feitas a partir de um terminal móvel são logo para a noite seguinte, contra 15% daquelas provenientes de um PC fixo; notebooks, smartphones ou tablets oferecem a possibilidade de reprogramar sem parar o percurso.


Atrair os clãs nômades

Esses novos meios permitem aos profissionais conhecer melhor seus clientes, mas estes últimos são mais desconfiados e exigentes quando usam as ferramentas de comunicação mais modernas.

"Na China, a geração nascida a partir dos anos 80 utiliza em massa os aparelhos digitais e a internet. Seus membros sabem se sair bem sozinhos quando viajam", destacou CC Zhuang, diretor presidente da Qunar, o principal site chinês dedicado a viagens.

Eles podem se passar sem os serviços de uma agência, procurando ativamente na telinha todas as informações necessárias às suas férias antes de partir, transferindo-as aos aparelhos móveis que levam consigo.

Seja ele chinês, japonês, europeu ou americano, o viajante de hoje tem tanta vontade de passar bons momentos com os seus e ir ao encontro de amigos, do que explorar monumentos e apreciar as paisagens.

"As pessoas não viajam para mudar e ver outras coisas. Querem descobrir a si mesmas e a humanidade através de outra ou da própria cultura", considerou Jabu Mabuza, vice-presidente do grupo hoteleiro sul-africano Tsogo Sun.

A viagem torna-se, então, um momento privilegiado para o indivíduo conectado, em relação virtual permanente.

"A satisfação do turista será medida em termos de enriquecimento espiritual. Ele quer conhecer as comunidades locais e a cultura do local de destino, fazer trocas, reafirmar suas ligações com a família e amigos", enumera Sadahiko Oda, diretor presidente da rede de hotéis japoneses Kagaya.

O desafio para os profissionais do turismo consistirá, no futuro, em atrair e tornar fiéis esses clãs nômades.

Veja também

Tóquio - Acabaram as viagens reservadas com meses de antecedência, pois os turistas conectados de hoje mudam seus planos de um dia para outro, estando sempre à procura de contato humano, analisaram especialistas, reunidos no Japão.

"Compreender o uso das novas tecnologias é fundamental para que a indústria do turismo possa continuar a crescer", destacou Philip Wolf, fundador do centro de análises PhoCusWright.

O Conselho Mundial da Viagem e do Turismo (WTTC, na sigla em inglês) encerrou nesta quinta-feira sua reunião anual, tentando compreender esses "novos consumidores", que o setor terá que atrair, se quiser atingir seu objetivo de crescimento no longo prazo de 4% por ano e manter sua parte de 9% no Produto Interno Bruto mundial.

Viajantes, hoteleiros e dirigentes das empresas de transporte aéreo viram seu trabalho perturbado pelo emprego da internet, ampliado recentemente pelo boom de smartphones e tablets multimídia.

Um terço dos seres humanos estão conectados hoje e 39% estarão em 2016. Mais da metade da humanidade (56%) dispõe de um telefone celular clássico ou "inteligente"- aparelhos que ainda têm margens significativas de desenvolvimento na Ásia e na África.

"Não há mais 'on' e 'off', os novos consumidores estão conectados todo o tempo e passam de um aparelho a outro. Os profissionais de turismo que não se adaptarem vão perder mercado", martelou Wolf.

A utilização dos meios móveis de telecomunicações modifica radicalmente a relação entre o cliente e os fornecedores dos serviços de viagem.

Dois terços das reservas de hotel feitas a partir de um terminal móvel são logo para a noite seguinte, contra 15% daquelas provenientes de um PC fixo; notebooks, smartphones ou tablets oferecem a possibilidade de reprogramar sem parar o percurso.


Atrair os clãs nômades

Esses novos meios permitem aos profissionais conhecer melhor seus clientes, mas estes últimos são mais desconfiados e exigentes quando usam as ferramentas de comunicação mais modernas.

"Na China, a geração nascida a partir dos anos 80 utiliza em massa os aparelhos digitais e a internet. Seus membros sabem se sair bem sozinhos quando viajam", destacou CC Zhuang, diretor presidente da Qunar, o principal site chinês dedicado a viagens.

Eles podem se passar sem os serviços de uma agência, procurando ativamente na telinha todas as informações necessárias às suas férias antes de partir, transferindo-as aos aparelhos móveis que levam consigo.

Seja ele chinês, japonês, europeu ou americano, o viajante de hoje tem tanta vontade de passar bons momentos com os seus e ir ao encontro de amigos, do que explorar monumentos e apreciar as paisagens.

"As pessoas não viajam para mudar e ver outras coisas. Querem descobrir a si mesmas e a humanidade através de outra ou da própria cultura", considerou Jabu Mabuza, vice-presidente do grupo hoteleiro sul-africano Tsogo Sun.

A viagem torna-se, então, um momento privilegiado para o indivíduo conectado, em relação virtual permanente.

"A satisfação do turista será medida em termos de enriquecimento espiritual. Ele quer conhecer as comunidades locais e a cultura do local de destino, fazer trocas, reafirmar suas ligações com a família e amigos", enumera Sadahiko Oda, diretor presidente da rede de hotéis japoneses Kagaya.

O desafio para os profissionais do turismo consistirá, no futuro, em atrair e tornar fiéis esses clãs nômades.

Acompanhe tudo sobre:Indústria eletroeletrônicaSmartphonesTabletsTurismo

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Casual

Mais na Exame