Sal: consumo excessivo pode levar ao aumento do volume de sangue, causando uma pressão maior nos vasos (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2013 às 13h18.
São Paulo - Brasileiro adora sal. Gosta tanto que o país consome, em média, o dobro da quantidade de sódio recomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) por dia: de 5g diários. Os brasileiros ingerem 10g. O sal é um dos vilões das dietas da modernidade. Por estar relacionado a uma série de complicações na saúde, especialmente a hipertensão arterial, o condimento entrou na mira dos profissionais da área do mundo inteiro.
Apesar de ser necessário para o corpo para equilibrar o volume de líquidos dentro dos vasos sanguíneos e garantir o bom funcionamento do cérebro, é preciso bom-senso nas pitadas extras. O consumo excessivo pode levar ao aumento do volume de sangue, causando uma pressão maior nos vasos. Com isso, as chances de desenvolver hipertensão arterial é bem maior. A preocupação, explica a médica Silvana Kesrouani, diretora dos Institutos de Nefrologia de Mogi das Cruzes e de Suzano, é que o quadro atrapalha o bom funcionamento do organismo. “Com as artérias prejudicadas, que são responsáveis pela irrigação de vários órgãos, há grande probabilidade de uma série de doenças, como derrame, cegueira, insuficiência renal, problemas cardiovasculares, entre outras. E justamente por ter esse poder devastador é que a hipertensão é tão perigosa. Para a doença renal crônica, por exemplo, ela é uma das principais causas.”
Nos Institutos de Nefrologia de Mogi das Cruzes e de Suzano, a maioria dos pacientes deu entrada para o tratamento de hemodiálise com hipertensão. Em Mogi, 320 dos 330 pacientes são hipertensos (97%) e em Suzano, 135 dos 264 no total (51%). No Brasil, segundo o censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia de 2011, 35% dos doentes renais crônicos eram hipertensos e 27% diabéticos.
Confira algumas dicas para reduzir o consumo de sal:
• Embora não exista um substituto para o sal, use o mínimo possível, substituindo-o salsinha, cebola, orégano, hortelã, limão, alho, manjericão, coentro, cominhoe outras ervas;
• Tente não colocar mais sal nos alimentos e, de preferência, tire o saleiro da mesa;
• Evite embutidos (linguiça, paio, salsicha, toicinho defumado), frios (mortadela, presunto, salame), frutos do mar (camarão), defumados e carnes salgadas (bacalhau, charque, carne-seca);
• Evite conservas (pepino, azeitona, aspargo, patês e palmito), enlatados (extrato de tomate, milho e ervilha) e maionese pronta. Prefira os alimentos em seu estado natural;
• Restrinja o consumo de glutamato monossódico, usado em alguns condimentos e nas sopas de pacote;
• Aperitivos como batata frita, amendoim salgado e castanha de caju contêm muito sal e devem ser consumidos com moderação;
• Compare os produtos com menor teor de sódio.