Vinhos: vinhos não são só para quem tem uma conta bancária recheada (Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2016 às 20h40.
Talvez você tenha perdido interesse por causa dos números dos leilões (“uma caixa de Romanée-Conti arrematada por US$ 59.000!”) e pense que coleções de vinhos são para aquele 1 por cento mais rico da população.
Mas não, os vinhos não são só para quem tem uma conta bancária recheada.
Apesar de uma grande inflação nos preços ter atingido grand cru e o premier cru da Borgonha, ainda há itens colecionáveis de pouco destaque para quem está começando ou tentando decidir o que fazer com o bônus deste ano.
Eis o que você precisa saber.
Tenha um plano
Sim, por favor. Como muitas amantes de vinho, eu comecei a esmo, esbanjando em um punhado de vinhos tintos premiados, e acabei com uma mistura desorganizada de garrafas e caixas em um canto do porão.
Desde então, eu me tornei sistemática em relação a meu estoque, que está envelhecendo tranquilamente.
Há vários motivos para colecionar. Por exemplo, é prático ter vinhos finos à mão, assim você não precisa correr no último minuto em busca de boas garrafas para um jantar especial.
E você economiza muito comprando os melhores produtos quando eles são jovens e estão baratos -- para envelhecê-los por conta própria -- em vez de pagar preços inflados por exemplares raros e maduros.
Embora a maioria dos itens seja produzida para ser consumida em meses, os melhores tintos têm um sabor melhor depois de envelhecidos pelo menos alguns anos, uma década ou até mais.
Os taninos nervosos dos vinhos amadurecem e os sabores frutais evoluem em camadas de complexidade terrosa que compensam o tempo de espera para bebê-los. (Vários vinhos brancos, preservados pela alta acidez, também melhoram com o passar do tempo).
Siga seu gosto
Comprar vinho é como comprar obras de arte, com a exceção de que você precisa consumir pelo menos parte deles em algum momento para desfrutar. Por isso, escolha algo que você goste.
Os únicos vinhos que de fato valem a pena colecionar são aqueles que você realmente gosta de tomar. Está pensando no potencial de investimento? Lembre-se de que o vinho não é tão líquido (trocadilho acidental) quanto as ações e de que não há garantias de que os preços por suas garrafas subirão a níveis gloriosos quando você quiser vender.
Experimente antes de comprar
Compre uma garrafa para provar antes de comprar uma caixa.
Mas eu não aconselharia a compra de mais de duas caixas de um mesmo vinho.
O motivo? O gosto dos colecionadores evolui. Já vi antigos fanáticos do cultuado cabernet liquidarem caixas e caixas em um leilão para poderem esbanjar em sua nova paixão, o Burgundy.
Pense no armazenamento
Não tem sentido manter vinhos finos parados em uma estante elegante na cozinha. Infelizmente, já vi muitos tintos caros exibidos como objetos de decoração serem destruídos aos poucos por temperaturas altas demais (o ideal é mantê-los a uma temperatura estável de 12 graus Celsius) ou porque a baixa umidade secou as rolhas.
Invista em uma unidade com temperatura controlada, mantenha um inventário daquilo que você compra e não se esqueça de listar tudo em seu seguro em caso de queda de energia.
Consiga um vendedor confiável
Comprar de um vendedor confiável, ou diretamente de uma vinícola, é melhor do que correr para um leilão, pelo menos quando você está começando.
E não se deixe seduzir por preços que são bons demais para ser verdade. A loja californiana Premier Cru ofereceu ofertas incríveis em vinhos Bordeaux de classe cru e agora está sendo processada por clientes furiosos que nunca receberam seus vinhos.
E agora... por onde começar?
O que colecionar? Esqueça os troféus muito cobiçados e busque vinhos de regiões que os grandes colecionadores tradicionais ignoram.
Escolha um lugar que você ame (como Provença) ou vinhedos que você visitou.