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Com Tom Hanks frustrado, Greyhound estreia no streaming da Apple

As primeiras críticas ao filme não têm sido favoráveis, mas a produção é mais uma das apostas da Apple para engrenar o Apple TV+ frente a Netflix e Disney

Tom Hanks em Greyhound: filme ambientado na Segunda Guerra Mundial (Sony/Divulgação)
EY

Ernesto Yoshida

Publicado em 10 de julho de 2020 às 06h48.

Última atualização em 10 de julho de 2020 às 16h10.

Não é do jeito que Tom Hanks gostaria, mas o filme Greyhound, um drama ambientado na Segunda Guerra, tem sua estreia mundial nesta sexta-feira, 10, exclusivamente pela plataforma de streaming de vídeo Apple TV+ . O veterano ator, ganhador de dois Oscars, não escondeu sua frustração com o fato de seu mais recente trabalho não poder ser exibido nas salas de cinema por causa da pandemia do coronavírus.

Em entrevista publicada pelo jornal inglês The Guardian na segunda-feira, Hanks disse sentir “absoluto desgosto” com a não exibição do filme na tela grande dos cinemas. Em março, quando estavam na Austrália para uma filmagem, Hanks e sua mulher, a atriz Rita Wilson, foram as primeiras celebridades de Hollywood a revelarem que haviam se infectado com o novo coronavírus. Ambos se recuperaram e doaram plasma sanguíneo com anticorpos para ajudar nas pesquisas sobre a covid-19.

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Produzido pela Sony Pictures com um orçamento de 50 milhões de dólares, Greyhound estava previsto para chegar aos cinemas em 8 de maio, coincidindo com a celebração dos 75 anos da vitória aliada sobre os alemães na Segunda Guerra. O avanço da covid-19, porém, fez com que o lançamento fosse adiado para junho. Como a pandemia não recuou, a Sony Pictures decidiu fechar um contrato com a Apple estimado em 70 milhões de dólares. O acordo garante à Apple exclusividade na exibição de Greyhound, por 15 anos, nos países em que o serviço Apple TV+ está disponível, incluindo o Brasil (exceto na China, onde a Sony manteve o direito de exibição nos cinemas).

Greyhound é baseado no livro The Good Shepherd (O Bom Pastor), de 1955, do escritor inglês C.S. Forester, autor de vários romances de guerra naval. Na versão adaptada para o cinema, com roteiro assinado por Hanks, o filme conta a história do capitão Ernest Krause, um comandante americano encarregado de liderar a escolta de um comboio de navios mercantes que levavam suprimentos dos Estados Unidos para a Europa. A travessia é feita pelas perigosas águas do Atlântico, infestadas por submarinos alemães. A história é uma referência à Batalha do Atlântico, o confronto marítimo entre forças aliadas e nazistas que se estendeu por toda a Segunda Guerra.

As primeiras críticas ao filme dirigido por Aaron Schneider não têm sido muito favoráveis. Hanks, como de hábito, é elogiado por sua atuação correta, mas nada que se destaque em relação a vários outros papeis de capitão que desempenhou ao longo de 40 anos de carreira (um dos mais inesquecíveis é o capitão John H. Miller no filme O Resgate do Soldado Ryan, de 1998). Vários críticos fazem ressalvas à falta de personagens marcantes no filme e torcem o nariz para o uso excessivo de efeitos visuais nas cenas das batalhas.

A fria recepção da crítica não é uma boa notícia para a Apple, que ainda não conseguiu fazer o seu serviço de streaming deslanchar, por falta de um catálogo mais robusto e diversificado. A Apple TV+ foi lançada em novembro de 2019 para concorrer com serviços como Netflix, HBO Go, Disney+ e Amazon Prime. A Apple não divulga números, mas a agência de notícias Bloomberg estimou que, nos três primeiros meses de lançamento, a Apple TV+ havia conquistado cerca de 10 milhões de assinantes, incluindo muitos que estão em período de degustação gratuita do serviço. O Disney+, lançado na mesma época, afirma passar de 50 milhões de assinantes. A líder Netflix tem cerca de 183 milhões de assinantes no mundo.

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