Com modelo de franquia, Evino quer chegar ao fim do ano com 30 lojas no país
A primeira unidade física foi aberta em 2022. Atualmente são nove, sendo cinco próprias e quatro franquias, a maior parte delas na cidade de São Paulo
Repórter de Lifestyle
Publicado em 13 de maio de 2024 às 15h11.
Última atualização em 13 de maio de 2024 às 15h50.
Se globalmente a expectativa é que o consumo de vinho caia 1% todos os anos até 2026, de acordo com a consultoria IWSR, especializada no mercado de bebidas, aqui no Brasil a situação é outra. O consumo médio per capita saiu de 1,8 litro em 2019 para 2,7 em 2022, e permanece nesse patamar. Atualmente há 44 milhões de consumidores de vinhos no país, duas vezes do que havia em 2010, segundo a Ideal Consulting.
E acompanhando este crescimento estava a Evino , marca do Víssimo Group que conta também com a Grand Cru, comprada em 2021. A plataforma se tornou referência da venda online de vinhos, com mais de 2 milhões de clientes. Se o mercado digital está mais do que dominado, a marca agora quer se transformar em referência também em lojas físicas. A meta é chegar até o fim deste ano com 30 pontos no país.
A aposta, seguindo Ari Gorenstein, co-CEO do Víssimo Group e co-founder da Evino, passa pelo modelo de franquia, como também algumas lojas próprias, em menor volume. A primeira unidade foi aberta em 2022. Atualmente são nove, sendo cinco próprias e quatro franquias, a maior parte delas na cidade de São Paulo. "A presença física reforça o digital e vice-versa", diz o executivo.
Gorenstein destaca que a aquisição da Grand Cru trouxe uma expertise muito grande à Evino para a operação de lojas físicas, assim como a Evino pode oferecer suporte necessário para aumentar as vendas online da Grand Cru. O empresário não abre números sobre investimentos e de faturamento, mas diz que está satisfeito com a performance das duas marcas e que os números cresceram nos últimos anos.
Recentemente, as duas marcas passaram por reposicionamento de portfólio, com a Grand Cru trazendo vinhos de gama mais elevada, e a Evino com rótulos mais de entrada. Desta forma, a operação de ambas ficou mais definida e atuam de forma complementar, com mais sinergia dos negócios, sem competir diretamente pelo mesmo cliente.
Loja moderna em três tamanhos
Um dos grandes desafios de todo o setor do mundo do vinho é atrair consumidores da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010). Dados de 2023 do Relatório Covitel, sobre hábitos de consumo dos brasileiros, mostram que a parcela de jovens entre 18 e 24 anos que consomem álcool três ou mais vezes por semana caiu de 10,7%, antes da pandemia de covid-19, para 8,1% no primeiro trimestre deste ano. Em comparação, na faixa de 45 a 54 anos, 9,1% desta população tem o hábito de consumo de bebidas alcoólicas.
Ari Gorenstein avalia que a loja física tem papel fundamental neste processo para atrair novos consumidores e ajudar na educação da vinicultura. "A ideia é que a loja seja muito convidativa para esse público, para que ele entre e descubra o vinho", diz. Além de ser um espaço de venda da bebida, as que já estão abertas funcionam como winebar. Também há eventos e degustações regulares.
As lojas de franquias são em três tamanhos: PP (com 22 metros quadrados), P (que pode chegar a 40 metros quadrados), e M (para área de até 50 metros quadrados). Os investimentos para o franqueado são de R$ 230 mil, R$ 350 mil e R$ 630 mil, respectivamente, com uma previsão de payback de até 36 meses. "Como os espaços não são só de venda de vinho, mas um local de contato com a bebida, o tíquete médio de consumo aumenta para o franqueado", explica Gorenstein.
A expectativa é que em um futuro próximo essas lojas funcionem também como um centro de distribuição para as vendas online da Evino, garantindo mais rentabilidade ao franqueado e garantindo mais agilidade nas entregas do e-commerce. Como a demanda de franquias da loja é, em grande parte, fora do eixo Rio-São Paulo o negócio tem tudo para alavancar e ajudar a venda digital crescer ainda mais.