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Chuva de estrelas na próxima temporada da Broadway

As estrelas de Hollywood aquecem suas vozes e medem seu talento sem truques ou efeitos especiais na próxima temporada da Broadway

Times Square no cruzamento com a Broadway: Broadway já aderiu a moda de divulgar seus projetos com anos de adiantamento (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2013 às 09h29.

Nova York - As estrelas de Hollywood aquecem suas vozes e medem seu talento sem truques ou efeitos especiais na próxima temporada da Broadway, e já começam as expectativas sobre Denzel Washington em "A Raisin in "The Sun", James Franco em " Of Mice and Men" e Michelle Williams em "Cabaret".

Depois de provada a eficiência nas bilheterias da tendência de importar estrelas do cinema para os tablados da Meca do teatro nova-iorquino, a Broadway deixou de ser revanchista com Hollywood, que muitas vezes tomou seus melhores materiais e estrelas.

Scarlett Johansson em "Gata em Teto de Zinco Quente", de Tennessee Williams; Tom Hanks em "Lucky Guy", e Rachel Weisz e Daniel Craig em "Traição", de Harold Pinter, se transformaram nos chamados "hot tickets", as entradas mais disputadas desta temporada.

O mesmo é esperado para o próximo ano, pois apesar de nem terem começado os ensaios, já começaram a ser vendidos como pão quente na padaria as entradas para "A Raisin in The Sun", que marcará a volta de Denzel Washington a Broadway após ganhar o Tony com "Fences".

Washington estreará este clássico drama racial de Lorena Hansberry em 3 de abril, repetindo a parceria com diretor de "Fences", Kenny Leon, e representa o exemplo de como o teatro nova-iorquino não guarda rancor de Hollywood.

A indústria do cinema, no entanto, deu as costas a Jessica Tandy quando adaptou à grande tela "Um Bonde Chamado Desejo". Os estúdios pensaram que não tinha apelo suficiente e decidiram trocá-la por Vivien Leigh.

Pelo mesmo motivo, em 1964 a então desconhecida Julie Andrews foi trocada por Audrey Hepburn em "My Fair Lady", embora tenham precisado dublá-la depois. Andrews consumou sua "vingança" com o megasucesso comercial de "Mary Poppins" no mesmo ano, filme pelo qual levou o Oscar.

Apesar da chuva de prêmios Tony ganhos por "Agosto", de Tracy Letts, nenhum dos atores da obra original foi levado para sua adaptação cinematográfica, abarrotada de estrelas como Julia Roberts e Meryl Streep.


A Broadway, por outro lado, joga com suas próprias cartas, que não são tanto as da popularidade, mas as do prestígio, e por isso Washington não será a única superestrela que os espectadores poderão ver em carne e osso nas imediações da Times Square.

Duas semanas mais tarde que ele, James Franco estreará na Broadway com um título capital da literatura americana,"De ratos e homens", de John Steinbeck.

Mas tanto Franco como Washington assumem o desafio da distância curta e a fala direta. Maior ainda será o de Michelle Williams em "Cabaret". A musa do cinema independente terá que mostrar suas aptidões como cantora nada menos que na remontagem do bem-sucedido espetáculo que Sam Mendes concebeu em 1998.

Este musical, síntese perfeita da contribuição de Bob Fosse ao gênero, volta com um especialista mestre de cerimônias, Alan Cummings, e Williams terá que fazer esquecer antecessoras tão difíceis de superar como Lotte Lenya e Natasha Richardson, para não falar da inesquecível Sally Bowles de Liza Minnelli no cinema.

Tudo isso depois de uma das brincadeiras mais celebradas dos últimos Tony, quando Neil Patrick Harris (que estreará na primavera o musical "Hedwig and the Angry Inch") disse: "Na Broadway não precisamos de um primeiro plano como em "Os miseráveis" (o filme de Tom Hooper) para demonstrar que cantamos ao vivo, porque fazemos isso oito vezes por semana".

Um que já demonstrou para surpresa de muitos sua boa voz no cinema e no teatro, foi Ewan McGregor, que volta a Broadway desta vez com uma proposta não musical, uma obra de prestígio, "Realidade", de Tom Stoppard.

Com o verniz de teatro adulto que identifica o autor e os conflitos intelectuais e sentimentais através do metateatro, "Realidade" já ganhou o Tony de melhor obra em 1984 e o Tony de melhor remake em 2000.

Danny DeVito também retoma "Os reis do riso", de Neil Simon, e a aposta por um texto novo, de Will Eno "The Realistic Joneses", que contará com Toni Collete, Michael C. Hall e Marisa Tomei para analisar as misérias de duas famílias de um bairro residencial americano.

E embora uma obra de teatro não demore tanto em se realizar como um filme, a Broadway já aderiu a moda de divulgar seus projetos com anos de adiantamento e já se sabe que Hugh Jackman voltará ao teatro nova-iorquino na temporada 2015-2016 com "Houdini", o novo musical de Stephen Schwartz-Aaron.

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Depois de provada a eficiência nas bilheterias da tendência de importar estrelas do cinema para os tablados da Meca do teatro nova-iorquino, a Broadway deixou de ser revanchista com Hollywood, que muitas vezes tomou seus melhores materiais e estrelas.

Scarlett Johansson em "Gata em Teto de Zinco Quente", de Tennessee Williams; Tom Hanks em "Lucky Guy", e Rachel Weisz e Daniel Craig em "Traição", de Harold Pinter, se transformaram nos chamados "hot tickets", as entradas mais disputadas desta temporada.

O mesmo é esperado para o próximo ano, pois apesar de nem terem começado os ensaios, já começaram a ser vendidos como pão quente na padaria as entradas para "A Raisin in The Sun", que marcará a volta de Denzel Washington a Broadway após ganhar o Tony com "Fences".

Washington estreará este clássico drama racial de Lorena Hansberry em 3 de abril, repetindo a parceria com diretor de "Fences", Kenny Leon, e representa o exemplo de como o teatro nova-iorquino não guarda rancor de Hollywood.

A indústria do cinema, no entanto, deu as costas a Jessica Tandy quando adaptou à grande tela "Um Bonde Chamado Desejo". Os estúdios pensaram que não tinha apelo suficiente e decidiram trocá-la por Vivien Leigh.

Pelo mesmo motivo, em 1964 a então desconhecida Julie Andrews foi trocada por Audrey Hepburn em "My Fair Lady", embora tenham precisado dublá-la depois. Andrews consumou sua "vingança" com o megasucesso comercial de "Mary Poppins" no mesmo ano, filme pelo qual levou o Oscar.

Apesar da chuva de prêmios Tony ganhos por "Agosto", de Tracy Letts, nenhum dos atores da obra original foi levado para sua adaptação cinematográfica, abarrotada de estrelas como Julia Roberts e Meryl Streep.


A Broadway, por outro lado, joga com suas próprias cartas, que não são tanto as da popularidade, mas as do prestígio, e por isso Washington não será a única superestrela que os espectadores poderão ver em carne e osso nas imediações da Times Square.

Duas semanas mais tarde que ele, James Franco estreará na Broadway com um título capital da literatura americana,"De ratos e homens", de John Steinbeck.

Mas tanto Franco como Washington assumem o desafio da distância curta e a fala direta. Maior ainda será o de Michelle Williams em "Cabaret". A musa do cinema independente terá que mostrar suas aptidões como cantora nada menos que na remontagem do bem-sucedido espetáculo que Sam Mendes concebeu em 1998.

Este musical, síntese perfeita da contribuição de Bob Fosse ao gênero, volta com um especialista mestre de cerimônias, Alan Cummings, e Williams terá que fazer esquecer antecessoras tão difíceis de superar como Lotte Lenya e Natasha Richardson, para não falar da inesquecível Sally Bowles de Liza Minnelli no cinema.

Tudo isso depois de uma das brincadeiras mais celebradas dos últimos Tony, quando Neil Patrick Harris (que estreará na primavera o musical "Hedwig and the Angry Inch") disse: "Na Broadway não precisamos de um primeiro plano como em "Os miseráveis" (o filme de Tom Hooper) para demonstrar que cantamos ao vivo, porque fazemos isso oito vezes por semana".

Um que já demonstrou para surpresa de muitos sua boa voz no cinema e no teatro, foi Ewan McGregor, que volta a Broadway desta vez com uma proposta não musical, uma obra de prestígio, "Realidade", de Tom Stoppard.

Com o verniz de teatro adulto que identifica o autor e os conflitos intelectuais e sentimentais através do metateatro, "Realidade" já ganhou o Tony de melhor obra em 1984 e o Tony de melhor remake em 2000.

Danny DeVito também retoma "Os reis do riso", de Neil Simon, e a aposta por um texto novo, de Will Eno "The Realistic Joneses", que contará com Toni Collete, Michael C. Hall e Marisa Tomei para analisar as misérias de duas famílias de um bairro residencial americano.

E embora uma obra de teatro não demore tanto em se realizar como um filme, a Broadway já aderiu a moda de divulgar seus projetos com anos de adiantamento e já se sabe que Hugh Jackman voltará ao teatro nova-iorquino na temporada 2015-2016 com "Houdini", o novo musical de Stephen Schwartz-Aaron.

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