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Chanel de volta às raízes na Alta costura

A marca fez um desfile de estudantes de convento em preto e branco, uma homenagem à infância de sua lendária fundadora Gabrielle Chanel

Desfile Chanel: a coleção primavera-verão da Chanel é praticamente toda em branco e preto, com vestidos de "tweed" na abertura do desfile, combinados com botinas ou sapatos que lembram meia brancas (Charles Platiau/Reuters)

Desfile Chanel: a coleção primavera-verão da Chanel é praticamente toda em branco e preto, com vestidos de "tweed" na abertura do desfile, combinados com botinas ou sapatos que lembram meia brancas (Charles Platiau/Reuters)

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AFP

Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 17h16.

A maison Chanel voltou nessa terça-feira (21) em Paris às suas raízes com um desfile de estudantes de convento em preto e branco, uma homenagem à infância de sua lendária fundadora Gabrielle Chanel e seus desenhos simples e apurados.

Quase um ano após a morte de Karl Lagerfeld, a estilista Virginie Viard, seu antigo braço direito transformada em diretor artística, trouxe para passarela um tom sóbrio e sofisticado ao desfile de Alta costura, diferente das propostas de seu antecessor.

Dessa vez o cenário trazia lençóis brancos bordados pendurados em varais. Sob o teto de cristal do museu Grand Palais, a passarela lembra o verão e inclui uma fonte.

A coleção primavera-verão da Chanel é praticamente toda em branco e preto, com vestidos de "tweed" na abertura do desfile, combinados com botinas ou sapatos que lembram meia brancas.

O tradicional blazer é atualizado com saias de tule superpostas, buscando um efeito mais vaporoso e leve.

A 'top model' Gigi Hadid desfilou um vestido preto longo com gola redonda, conhecida como "Claudine", e mangas brancas. Já a sul-sudanesa Adut Akech desfilou com uma camisa branca com decote nos ombros, conhecida como Bertha, e saia preta de babados. O vestido-bustiê da modelo Kaia Gerber tinha uma nuvem de tule preto que cobria os ombros.

- Sem joias -

Os vestidos brancos justos são usados com botinas da mesma cor e cordões pretos. Maquiagem neutra, sem joias, o importante era a pureza de cada um dos looks. "Mademoiselle Chanel impôs a nobreza do silêncio contra o barulho mundano" escreveu o cineasta Jean Cocteau.

É essa visão que Viard tentou reconstruir com esse desfile que, como todos os eventos da Chanel, é um dos mais esperados e assistido na primeira fila por dezenas de celebridades.

A estilista visitou uma antiga abadia da ordem de Cister em Aubazine (centro da França), onde "Coco" Chanel morou após a morte de sua mãe e onde passou parte de sua infância. Esse local influenciou o estio da fundadora da marca, puro e rigoroso, segundo ela mesma admitiu.

"O que me interessa dessa decoração é o paradoxo entre a sofisticação da Alta costura e a simplicidade do lugar", disse Viard em nota. "A ideia da estudante de internato, da roupa para as crianças do passado, eu gosto muito".

Os sérios uniformes das jovens internas coabitam com vestidos leves, de bordados florais. As estampas de alguns looks evocam os vitrais vistos por Gabrielle Chanel todos os dias, quando pequena.

A pureza das linhas aparece também nos casacos longos e no vestido de noiva que encerra o desfile, curto e simples, com gola Claudine tripla e véu bordados com ramos de glicínia.

A Semana de Moda de Alta costura termina nessa quinta-feira, 23 de janeiro.

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