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Cauã Reymond, moda masculina e o marketplace da Aramis

A marca de moda lança hoje sua plataforma com mais oito grifes. A meta: chegar a 60 parceiros e se tornar o destino número um do estilo de vida masculino

Richard Stad, da Aramis, e Cauã Reymond: bacstage da campanha de lançamento do marketplace (Aramis/Divulgação)

Richard Stad, da Aramis, e Cauã Reymond: bacstage da campanha de lançamento do marketplace (Aramis/Divulgação)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 3 de novembro de 2021 às 06h00.

Última atualização em 3 de novembro de 2021 às 11h41.

Sessenta dias. Esse foi o prazo recorde que a Aramis levou para colocar em pé seu ambicioso projeto de marketplace. A meta: virar o principal canal de compras de moda e de estilo de vida masculino. O lançamento oficial, antecipado aqui pela Casual EXAME, acontecerá em um evento para poucos convidados hoje à noite.

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“O projeto estava na minha cabeça há um ano. Lançar um marketplace de lifestyle masculino fazia muito sentido para mim. O que eu vou gerar de valor para o meu consumidor querer ficar no ecossistema da marca? Era o que eu me perguntava”, diz Richard Stad, CEO da Aramis.

A plataforma voltada ao público masculino reúne acessórios de moda, produtos de cuidados pessoais, eletroeletrônicos, joias e itens de wellness. Neste primeiro momento participam da parceria as marcas Ecletiq, Ereditaryo, Hendrik Men Care, Kuba Audio, Key Design, Liberty Art Brothers, Wenger e Victorinox.

O funcionário Cauã Reymond

O projeto do marketplace estava previsto somente para o ano que vem. “Estávamos cheios de lançamentos importantes, rebranding da marca, óculos, calçados. Até que o Luciano [Ribeiro, empresário do ator Cauã Reymond] me ligou e ficamos conversando sobre possibilidades de parcerias. Disse a ele: se é para fazer uma coisa bold, eu estou disposto.”

O movimento de trazer Cauã para a marca e lançar o marketplace não estava orçado neste ano. “Mas o ritmo de crescimento da Aramis estava acima do esperado e resolvemos lançar este ano ainda.” O projeto do marketplace foi então antecipado, uma forma também de aproveitar o último bimestre do ano, importante para o varejo.

Cauã chega no cargo de trendhunter, ou caçador de tendências. “A ideia nesse primeiro momento foi pegar marcas que dialogam com o universo Aramis e fazer essa curadoria. Entendemos que havia esse espaço.”

O primeiro passo foi fazer uma pesquisa com os clientes da marca, sem abrir o projeto do marketplace. Quais são os territórios que eles gostariam que a marca estivesse presente? Em produto, informação, conteúdo. “Estamos fazendo esse lançamento muito em cima do interesse dos nossos consumidores.”

Portfólio com 60 marcas

Que tamanho pode vir a ter o marketplace? “Eu enxergo facilmente umas 60 marcas, e não está longe assim. E tem muito teste, vamos vendo quais os produtos que conversam com nosso consumidor, como nosso CRM vai estar integrado para sugerir combinações com as nossas roupas.”

Cauã teve papel central nesse primeiro momento. “Mapeamos com eles todas essas marcas. Cauã é muito inquieto, como eu, e tem um olhar muito apurado, por ter feito tanta campanha de moda", diz Stad. Em breve a ideia é lançar uma collab com uma coleção de produtos assinada pelo ator.

O CEO da Aramis destaca a experiência de Cauã na moda. Nos tempos de modelo, ele morou em Paris e Nova York. Já como ator, foi embaixador da Giorgio Armani e participou diversas vezes da Semana de Moda de Milão como convidado da marca.

O contrato de 12 meses de Cauã com a Aramis, renovável, envolve uma taxa de sucesso da venda de produtos, com um bom volume da remuneração atrelada a esses resultados. É um modelo semelhante ao que a atriz Marina Ruy Barbosa assinou recentemente com a Arezzo ao assumir o cargo de diretora de moda do ZZ Mall, o marketplace do grupo.

Mercado disputado

O mercado de moda assistiu ao surgimento de uma série de marketplaces nos últimos anos, como o próprio ZZ Mall, o Iguatemi 365, do grupo Iguatemi, o CJ Fashion, do Cidade Jardim, e a Amaro, entre outros. O foco dos produtos, nesses casos, é moda, mas também design e decoração.

A Aramis se diferencia por ter o foco no público masculino. Ao contrário da Arezzo e do grupo Soma, a ideia não é partir para aquisições – ao menos não por ora. “Estamos trabalhando por enquanto com marketplace”, responde Stad, lacônico. A consolidação da plataforma acontecerá neste primeiro momento por meio de ampliação das parcerias.

A formação do marketplace tem uma importância mais em posicionamento, em testar mercados que podem ser explorados no futuro, e não exatamente em rentabilidade. “Mas quando olho o GMV [gross merchandsing volume, valor monetário total de vendas], não tem como não ver um canal de negócios interessante”, diz Stad. “No momento temos nosso core, lojas próprias, multimarcas, e-commerce, e uma marca geradora de Ebitda. Não precisamos nos preocupar com a rentabilização a curto prazo para justifcar o investimento.”

Crescimento de 20% ao ano

O projeto começa digital. O site da Aramis (www.aramis.com.br) está sendo refeito para acomodar o marketplace. Mas em breve essas marcas podem ganhar espaço também em alguns pontos de venda. A Aramis deve terminar 2021 com 98 lojas e presença em 920 multimarcas.

Depois do rebranding recente da Aramis, a faixa etária média que mais consome a marca passou a ser de 30 a 40 anos. Poucos anos antes, o grupo dominante era o imediatamente posterior, de 40 a 50 anos. O rejuvenescimento é comemorado pela marca – ainda que na moda cada vez menos se fale mais em comportamento e menos em idade.

A empresa projeta fechar o ano com receita de 350 milhões de reais e 40 milhões de reais de Ebitda, um crescimento de 20% sobre 2019. Em 2020, com as lojas fechadas em boa parte do período pela pandemia, a receita foi de 218 milhões de reais e o Ebitda, 16 milhões de reais.

Nos últimos anos, o crescimento médio da marca foi de 15%. Para 2022, a expectativa é crescer outros 20% em relação a esse ano. “Estamos olhando muito para a Armais como plataforma maior de entrega de valor do que a coleção que já era conhecida do mercado”, afirma o CEO.

 

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