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Carnaval do Rio tem 5 dias de transgressão e fantasia

Festa na cidade deve atrair 850 mil turistas; governo prevê que sejam gastos 1,1 bilhão de reais durante a folia

O Rei Momo recebe a chave simbólica da cidade: a festa mais tradicional do Rio começa nesta sexta-feira (AFP/Archivo / Vanderlei Almeida)

O Rei Momo recebe a chave simbólica da cidade: a festa mais tradicional do Rio começa nesta sexta-feira (AFP/Archivo / Vanderlei Almeida)

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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2012 às 15h31.

Rio de Janeiro - No ritmo contagioso do samba, milhões de brasileiros e turistas se preparam para cair na folia a partir de sexta-feira no Carnaval do Rio de Janeiro, "a maior festa do mundo", em cinco dias de muito calor, transgressão e fantasia, nos quais todos os excessos são permitidos.

Cinco milhões de pessoas, entre elas 850.000 turistas, vão participar do Carnaval este ano - uma festa que garante a criação de 250.000 postos de trabalho, deixando no Estado mais de 1,1 bilhão de reais (cerca de 640 milhões de dólares), segundo o governo.

Uma greve de policiais, decretada na semana passada, chegou a ameaçar a festa - para a qual é exigida a presença de 50.000 homens encarregados de patrulhar as ruas - mas o protesto recebeu pouca adesão e a paralisação foi suspensa na segunda-feira.

O rei Momo, com seus 160 quilos e 1,84 metro de altura, receberá na sexta-feira a chave da prefeitura, tornando-se o prefeito simbólico da "cidade maravilhosa", um evento para o qual se prepara há meses com uma dieta espartana, aulas de 'spinning' e sessões de massagem.

Em meio ao desfile de inúmeros 'blocos de rua' que reúnem dezenas de populares nas ruas, chega-se à apoteose, representada pelos desfiles das 13 melhores escolas de samba, nas noites de domingo e de segunda-feira, na disputa pelo título de "campeã do Carnaval", acompanhadas com a mesma paixão dedicada às grandes partidas de futebol.

"Sonhamos o ano todo com a vitória. O desfile de uma escola tem que ter fantasia, harmonia, alegria, mas não pode faltar emoção; que o público fique de pé à visão de uma alegoria. Esse é o requisito fundamental e o que torna uma escola campeã", explicou à AFP André Cezari, diretor artístico da Beija-Flor, campeã de 2011.

Os desfiles são realizados para um público privilegiado de 72.500 pessoas no Sambódromo, de 720 metros de comprimento, reformado e ampliado este ano para recuperar o projeto original elaborado há três décadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, de 104 anos.


Mas o que significa realmente o Carnaval para um carioca?

"O Carnaval nos permite travestir. O homem se veste de mulher e a mulher de homem e o pobre, de rico", comenta Alex de Sousa, carnavalesco da União da Ilha, enquanto supervisiona os últimos preparativos na "Cidade do Samba".

"No Carnaval começa a loucura, mas uma loucura boa, na qual a tristeza vai para o espaço e só fica a alegria", resume Flavio Rocha, um advogado de 49 anos que, durante a festa de Momo, confecciona luxuosas fantasias. Este ano, por exemplo, ele vai se transformar num pássaro prateado para desfilar no Sambódromo.

Cada escola gasta de 2 a 5 milhões de dólares para organizar seus desfiles, suspeitos de serem financiados em grande parte pela máfia do jogo do bicho. Mas cada vez mais empresas brasileiras e estrangeiras investem na festa, transmitida pela televisão para todo o mundo.

A Prefeitura e o Governo tentam nos últimos anos melhorar a segurança e a imagem da cidade, que será uma das sedes da Copa do Mundo de futebol em 2014, além de acolher os Jogos Olímpicos de 2016.

Para isso, iniciaram em 2008 uma campanha para retomar o controle de várias favelas, dirigidas durante décadas por traficantes e milícias paramilitares.

No sábado, por exemplo, centenas de moradores da comunidade de Tuiuti, controlada pelo governo há oito meses, desfilaram junto com policiais num inédito carnaval de rua, ao som do "samba da paz" composto por um soldado de 23 anos.

Na Bahia (nordeste), a terceira cidade do Brasil, uma greve de 12 dias dos policiais terminou na semana passada e também quase pôs em cheque o célebre carnaval de Salvador, a capital do Estado. Durante a greve, foram assassinadas pelo menos 176 pessoas, mais que o dobro da média habitual.

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