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Caçada a assassino de premiê sueco tem pista de escritor

Escritor Stieg Larsson enviou à polícia evidências relacionando o assassinato do primeiro-ministro Olof Palme à África do Sul

Placa no local onde Olof Palme foi assassinado: como no caso do assassinato de Kennedy nos Estados Unidos, a morte de Palme deu origem a uma enxurrada de teorias conspiratórias (Bob Strong/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 14h14.

Estocolmo - O mais misterioso assassinato não solucionado na Suécia teve uma reviravolta: a revelação de que o escritor de histórias policiais e campeão de vendas de livros Stieg Larsson enviou à polícia evidências relacionando o assassinato do primeiro-ministro Olof Palme, em 1986, à África do Sul .

O jornal Svenska Dagbladet informou nesta terça-feira que o escritor, autor de "A Garota com Tatuagem de Dragão", encaminhou à polícia 15 caixas com papéis que, segundo ele, ligavam o assassinato de Palme, a tiros, a um ex-militar sueco que teria ligações com os serviços de segurança sul-africanos.

Os livros de Larsson, que morreu de ataque cardíaco em 2004, venderam mais de 75 milhões de exemplares em 50 países. A informação sobre o crime foi manchete nos órgãos de imprensa de toda a Suécia. Como no caso do assassinato de Kennedy nos Estados Unidos, a morte de Palme deu origem a uma enxurrada de teorias conspiratórias.

Palme, um crítico aberto do regime de segregação racial (apartheid) em vigor na época na África do Sul, foi morto à bala quando caminhava por uma rua no centro de Estocolmo na noite de 28 de fevereiro, depois de ter ido ao cinema com sua mulher.

Um criminoso de pouca expressão foi considerado culpado em 1989, mas recorreu e foi solto no mesmo ano. A polícia foi amplamente acusada de prejudicar a investigação.

O sueco que Larsson suspeitava ter sido o responsável pelo assassinato, Bertil Wedin, nega ter tido envolvimento no crime e disse ao Svenska Dagbladet: "Nada tenho a perder com o estabelecimento da verdade já que felizmente não sou o assassino." A vice-procuradora-geral Kerstin Skarp, que comanda o inquérito policial permanente sobre a morte, disse ao jornal que Wedin "não é alguém que estejamos buscando com alguma intensidade no momento".


O nome de Wedin não é novo na investigação. Já apareceu nos anos 1990 em meio a uma intensa cobertura da mídia sobre uma suposta conexão sul-africana no caso.

O assassinato deu origem a um grande número de investigações particulares, incluindo a de Larsson. Houve tantas investigações por conta própria de suecos que o assunto até deu origem a uma palavra - "privatspanare" - ou patrulheiros privados.

Alguns alegam ter resolvido o caso, com teorias que variam de um suicídio cuidadosamente preparado à ação de agências estrangeiras de espionagem.

Investigadores particulares apontaram o dedo para um grande número de suspeitos, do próprio serviço secreto sueco a separatistas curdos e às polícias secretas sul-africana e iugoslava.

Palme, primeiro-ministro social-democrata entre 1969 e 1976 e novamente entre 1982 e 1986, era odiado pelos conservadores suecos e no exterior por suas posições anticolonialistas e críticas feitas aos Estados Unidos. Alguns direitistas chegam a acreditar que ele fosse um espião da KGB.

"A Garota com Tatuagem de Dragão", o primeiro livro da séria "A Trilogia do Milênio", de Larsson, se tornou um filme de Hollywood, com Daniel Craig e Rooney Mara em 2011. Suas duas sequências, "A Menina que Brincava com Fogo" e "A Rainha do Castelo de Ar", também foram sucessos mundiais.

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Estocolmo - O mais misterioso assassinato não solucionado na Suécia teve uma reviravolta: a revelação de que o escritor de histórias policiais e campeão de vendas de livros Stieg Larsson enviou à polícia evidências relacionando o assassinato do primeiro-ministro Olof Palme, em 1986, à África do Sul .

O jornal Svenska Dagbladet informou nesta terça-feira que o escritor, autor de "A Garota com Tatuagem de Dragão", encaminhou à polícia 15 caixas com papéis que, segundo ele, ligavam o assassinato de Palme, a tiros, a um ex-militar sueco que teria ligações com os serviços de segurança sul-africanos.

Os livros de Larsson, que morreu de ataque cardíaco em 2004, venderam mais de 75 milhões de exemplares em 50 países. A informação sobre o crime foi manchete nos órgãos de imprensa de toda a Suécia. Como no caso do assassinato de Kennedy nos Estados Unidos, a morte de Palme deu origem a uma enxurrada de teorias conspiratórias.

Palme, um crítico aberto do regime de segregação racial (apartheid) em vigor na época na África do Sul, foi morto à bala quando caminhava por uma rua no centro de Estocolmo na noite de 28 de fevereiro, depois de ter ido ao cinema com sua mulher.

Um criminoso de pouca expressão foi considerado culpado em 1989, mas recorreu e foi solto no mesmo ano. A polícia foi amplamente acusada de prejudicar a investigação.

O sueco que Larsson suspeitava ter sido o responsável pelo assassinato, Bertil Wedin, nega ter tido envolvimento no crime e disse ao Svenska Dagbladet: "Nada tenho a perder com o estabelecimento da verdade já que felizmente não sou o assassino." A vice-procuradora-geral Kerstin Skarp, que comanda o inquérito policial permanente sobre a morte, disse ao jornal que Wedin "não é alguém que estejamos buscando com alguma intensidade no momento".


O nome de Wedin não é novo na investigação. Já apareceu nos anos 1990 em meio a uma intensa cobertura da mídia sobre uma suposta conexão sul-africana no caso.

O assassinato deu origem a um grande número de investigações particulares, incluindo a de Larsson. Houve tantas investigações por conta própria de suecos que o assunto até deu origem a uma palavra - "privatspanare" - ou patrulheiros privados.

Alguns alegam ter resolvido o caso, com teorias que variam de um suicídio cuidadosamente preparado à ação de agências estrangeiras de espionagem.

Investigadores particulares apontaram o dedo para um grande número de suspeitos, do próprio serviço secreto sueco a separatistas curdos e às polícias secretas sul-africana e iugoslava.

Palme, primeiro-ministro social-democrata entre 1969 e 1976 e novamente entre 1982 e 1986, era odiado pelos conservadores suecos e no exterior por suas posições anticolonialistas e críticas feitas aos Estados Unidos. Alguns direitistas chegam a acreditar que ele fosse um espião da KGB.

"A Garota com Tatuagem de Dragão", o primeiro livro da séria "A Trilogia do Milênio", de Larsson, se tornou um filme de Hollywood, com Daniel Craig e Rooney Mara em 2011. Suas duas sequências, "A Menina que Brincava com Fogo" e "A Rainha do Castelo de Ar", também foram sucessos mundiais.

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