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Brasilidade marca os desfiles da São Paulo Fashion Week

O segundo dia da 47ª semana de moda da São Paulo contou com quatro desfiles

SPFW: Lilly Sarti fez um resgate do começo da marca apostando em tecidos naturais macramê e crochê (Mauricio Santana / Contributor/Getty Images)

SPFW: Lilly Sarti fez um resgate do começo da marca apostando em tecidos naturais macramê e crochê (Mauricio Santana / Contributor/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de abril de 2019 às 11h31.

Nada como uma moldura imponente para glamourizar a passarela. O segundo dia do São Paulo Fashion Week começou bem, com o desfile da estilista Lenny Niemeyer, na Pinacoteca do Estado. Nome forte da moda praia nacional, Lenny apostou em texturas e cores inspiradas em um documento cartográfico do século 17 e em formações geológicas do país. Resumindo, maiôs cavados cheios de curvas e detalhes impecavelmente cortados em uma ou outra peça reta e minimalista. A coleção tinha os mesmos tons da arquitetura do museu, numa brasilidade supersofisticada - estética que, coincidentemente, marcou os shows do dia.

Patrícia Vieira, especialista em couro, desfilou na sequência no espaço Arca na Vila Leopoldina e explorou o tema de um jeito mais óbvio e direto. Lilly Sarti fez um resgate do começo da marca apostando em tecidos naturais macramê e crochê, enquanto Fabiana Milazzo trouxe uma coleção produzida com matéria-prima reciclada, inspirada em obras como Lixo Extraordinário, do artista Vik Muniz.

Entremeando a cartela de tons de bege, toques fortes de azulão, verde cítrico e laranja, o desfile de Lenny contou com uma proposta de styling interessante. "Era como se ela tivesse trazido elementos da moda praia para serem usados na cidade", analisa a consultora de moda Bia Paes de Barros. Em outra frente, a estilista apostou em peças rígidas como maiôs e tops de ombreiras, misturando roupas volumosas e destacando a organza, um tecido que andava sendo esnobado por marcas nacionais. "Mais uma vez, Lenny conseguiu lançar um olhar elegante sobre aspectos da nossa cultura de forma bem autêntica", diz Larissa Lucchesi, editora de moda da Marie Claire.

Embaladas por uma trilha sonora linda, começando por Ney Matogrosso e terminando em Caetano Veloso, as modelos de Patrícia Vieira exibiram vestidos de noite, peças casuais e um chemise longo surpreendentemente leve, em couro. Sua irmã, a socialite Andrea Dellal, aos 63 anos, arrancou aplausos no final do desfile com um longo verde, estampado com folhagens tropicais e aves ornamentais.

Decidida a promover a sustentabilidade e inclusão social em seu desfile, a estilista Fabiana Milazzo homenageou catadores de material reciclável de um dos maiores aterros do mundo, no Rio de Janeiro. As peças foram confeccionadas reutilizando retalhos de tecidos que normalmente são descartados. "Nosso objetivo é trazer nossas clientes, amigas e colaboradoras para perto de atitudes que protejam o meio ambiente", diz ainda Fabiana.

De volta às origens, a estilista Lilly Sarti costurou um mosaico de etnias e uma profusão de culturas em roupas no estilo chique sem esforço. A cartela percorreu tons crus, terrosos e a cor de laranja (que prometem imperar no verão), em tecidos naturais e acabamentos em crochê e macramê. Destaque para a linha de sandálias flat, com tiras finas e entrelaçadas no tornozelo, e para o trabalho criativo sobre os círculos, as pequenas esferas bordadas e os poás vistos em determinados pontos da coleção. "Essa coleção diz muito sobre a essência da minha moda", acrescenta a estilista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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