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Brasil bate recorde de vendas de carros e ritmo deve ficar acelerado neste ano

O governo protecionista do americano Donald Trump, a partir de 2025, promete impulsionar ainda mais o setor automotivo brasileiro

Planta da Stellantis em Porto Real (RJ): montadora vai investir 30 bilhões de reais até 2030. (Stellantis/Divulgação)

Planta da Stellantis em Porto Real (RJ): montadora vai investir 30 bilhões de reais até 2030. (Stellantis/Divulgação)

Gilson Garrett Jr.
Gilson Garrett Jr.

Repórter de Lifestyle

Publicado em 2 de janeiro de 2025 às 06h33.

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Soldas, o vaivém das empilhadeiras e o aperto constante de parafusos marcaram a rotina na construção da fábrica da GWM em Iracemápolis, no interior de São Paulo, durante o ano de 2024. Com um investimento de 4 bilhões de reais, a montadora chinesa aposta na produção local e na criação de um centro de pesquisa. A planta, anteriormente operada pela Mercedes-Benz, vai começar a operação ainda nesse primeiro semestre de 2025, com cerca de 700 funcionários.

“Com a fábrica, podemos desenvolver produtos regionais, algo que é um dos nossos principais objetivos”, afirma Ricardo Bastos, diretor de assuntos institucionais da GWM Brasil. E o movimento não para por aí: pelo menos outras quatro marcas chinesas devem desembarcar no Brasil no próximo ano, impulsionadas pela demanda crescente e pelo cenário geopolítico global.

O setor automotivo teve um papel fundamental na industrialização do Brasil quando, nos anos 1950, o presidente Getúlio Vargas proibiu a importação dos carros inteiros e incentivou a instalação de fábricas por aqui. Agora, o bom momento do segmento, atual e no futuro próximo, pode ter um ingrediente geo­político. O crescente interesse das montadoras chinesas pelo Brasil deve se intensificar com a política protecionista do novo governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, que assumirá em janeiro.

“A Tesla tem um acordo com a BYD sobre o fornecimento de baterias, produzidas na Ásia, mas, se o governo americano se tornar mais hostil, a China pode priorizar sua própria indústria”, explica Milad Kalume Neto, consultor independente do setor automotivo. A supertaxação de veículos chineses nos Estados Unidos pode acelerar a busca por mercados alternativos, com o Brasil se posicionando como um destino prioritário.

Recorde de vendas

O setor automotivo local já está em ascensão. O país deve fechar 2024 com 2,5 milhões de carros emplacados, um número não registrado desde 2018, superando até a Grã-Bretanha e consolidando-se como o sexto maior mercado global, segundo dados da ­Anfavea.

“Para 2025, a projeção é de 2,6 milhões de unidades”, afirma Kalume Neto. Apesar da crescente presença chinesa, empresas europeias, japonesas e americanas continuam apostando no Brasil. Até 2033, as montadoras instaladas no país planejam investir 125 bilhões de reais, o maior valor já registrado no setor. Esse investimento deve ser impulsionado pelos incentivos do programa Mover, que visa promover a eficiência energética e a produção de veículos menos poluentes.

“Esses bilhões em investimentos serão direcionados à modernização das fábricas, com foco na redução das emissões de carbono e no desenvolvimento de motores híbridos flex”, afirma Kalume Neto. A projeção é que em 2030 híbridos e elétricos representem metade das vendas de carros novos no país.

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