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Bob Dylan reage a críticos que o acusaram de plágio

Músico disse que a apropriação musical é "parte da tradição do folk", em entrevista à revista Rolling Stone

Bob Dylan tocando guitarra elétrica: o influente artista falou pela primeira vez sobre as acusações, dizendo que no folk e no jazz "a citação é uma tradição rica e enriquecedora" (Kevin Winter/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2012 às 12h12.

Nova York - O cantor Bob Dylan reagiu com irritação às acusações de plágio em algumas letras de suas canções, xingando seus críticos e dizendo que a apropriação musical é "parte da tradição do folk".

Em entrevista à revista Rolling Stones na edição que circulará na sexta-feira, o influente artista norte-americano falou pela primeira vez sobre as acusações, dizendo que no folk e no jazz "a citação é uma tradição rica e enriquecedora".

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"Todo mundo pode, menos eu", queixou-se. "Para mim há regras diferentes." Ele chamou seus críticos de "wussies and pussies" (algo como "fracos e covardes").

A Rolling Stone divulgou trechos da entrevista na quarta-feira, e depois disso a Reuters obteve uma transcrição completa.

Em 2003, o Wall Street Journal relatou que as letras do disco "Love and Theft", de 2001, eram notavelmente parecidas com trechos de uma obscura biografia de um bandido japonês lançada em 1995.

Doze trechos semelhantes foram identificados. Num dele, por exemplo, a letra de Dylan diz: "Não sou tão legal e clemente quanto pareço"; no livro, lê-se a frase: "Não sou tão legal ou clemente quanto eu poderia parecer".

Em 2006, o New York Times fez alegações semelhantes envolvendo o álbum "Modern Times", evocando frases de um poeta da época da Guerra da Secessão norte-americana.

"Estou trabalhando dentro da minha forma de arte", disse o cantor de 71 anos na entrevista. "É simples assim (...). Chama-se composição. Tem a ver com melodia e ritmo, e depois disso vale tudo. Você torna tudo seu. Todos nós fazemos isso." "Essas são as mesmas pessoas que tentaram pregar em mim o nome de Judas", disse ele, aludindo à celebre recriminação que ele sofreu de fãs na década de 1960, que o consideravam um traidor do blues por adotar a guitarra elétrica.

"Como se (tocar guitarra elétrica) fosse de alguma forma comparável a trair nosso Senhor e levá-lo a ser crucificado. Todo esse mal (...) pode apodrecer no inferno."

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