"Belém: Zona De Conflito" expõe conflito árabe-israelense
Diretor Yuval Adler foca o drama nas complexas relações entre aqueles que se veem envolvidos nas ações de terrorismo e contraterrorismo
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2014 às 17h34.
São Paulo - Poucas produções são tão sensíveis e densas ao lidar com os conflitos entre israelenses e palestinos quanto o début cinematográfico de Yuval Adler, "Belém: Zona de Conflito", que estreia em São Paulo e Brasília.
Sem tomar partido, pelo menos não ostensivamente, o novo diretor israelense foca o drama nas complexas relações entre aqueles que se veem envolvidos nas ações de terrorismo e contraterrorismo.
Inspirada em testemunhos colhidos pelo jornalista Ali Waked (corroteirista com Adler), que cobriu os choques na Cisjordânia por quase uma década, a história se concentra no adolescente Sanfur (Shadi Mar'i), nome que significa o equivalente árabe para "Smurf".
Por ser irmão do líder local das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, Ibrahim (Slmnham), responsável por grandes ataques terroristas, Sanfur é recrutado aos 15 anos para ser informante de Razi (Tsahi Halevi), um oficial do serviço secreto israelense.
//www.youtube.com/embed/cuxsHdfCJVY
Embora o foco seja a relação paternal entre Sanfur e Razi, Adler dispõe na tela de outros personagens que dão ao espectador uma rara oportunidade de visualizar as disputas territoriais durante a Segunda Intifada. Como o segundo homem de Ibrahim, Badawi (Hitham Omari), e a liderança sênior da Autoridade Palestina, que negocia com o Hamas.
Quando ocorre um atentado em Jerusalém a mando de Ibrahim, Razi descobre por seus companheiros que Sanfur é na verdade um agente duplo. Ao mesmo tempo que dá informações sobre as milícias, oferece ajuda ao irmão - que até então jurava nunca ver. O agente se encontra, tal como seu informante, em uma delicada situação envolvendo traição e proteção.
A cadeia de eventos que se desenrolam no filme , em cujo epicentro estão presos Razi e Sanfur, move a tensão bem amarrada por Adler. Os personagens não têm pontos de escape, pois além do envolvimento nas organizações, seja de segurança, seja de reivindicação, há também as relações comunitárias e familiares que os mantêm girando no mesmo lugar.
Com um resultado tão contundente, não é de se estranhar que "Belém: Zona de Conflito" tenha sido indicado a 12 Prêmios Ophir deste ano, o equivalente ao Oscar em Israel, obtendo sete, entre eles, melhor filme, roteiro e diretor. Também venceu o Prêmio Fedora, durante o Festival de Veneza 2013, além de ter sido a indicação de Israel para o Oscar, injustamente preterido pela Academia norte-americana.
São Paulo - Poucas produções são tão sensíveis e densas ao lidar com os conflitos entre israelenses e palestinos quanto o début cinematográfico de Yuval Adler, "Belém: Zona de Conflito", que estreia em São Paulo e Brasília.
Sem tomar partido, pelo menos não ostensivamente, o novo diretor israelense foca o drama nas complexas relações entre aqueles que se veem envolvidos nas ações de terrorismo e contraterrorismo.
Inspirada em testemunhos colhidos pelo jornalista Ali Waked (corroteirista com Adler), que cobriu os choques na Cisjordânia por quase uma década, a história se concentra no adolescente Sanfur (Shadi Mar'i), nome que significa o equivalente árabe para "Smurf".
Por ser irmão do líder local das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, Ibrahim (Slmnham), responsável por grandes ataques terroristas, Sanfur é recrutado aos 15 anos para ser informante de Razi (Tsahi Halevi), um oficial do serviço secreto israelense.
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Embora o foco seja a relação paternal entre Sanfur e Razi, Adler dispõe na tela de outros personagens que dão ao espectador uma rara oportunidade de visualizar as disputas territoriais durante a Segunda Intifada. Como o segundo homem de Ibrahim, Badawi (Hitham Omari), e a liderança sênior da Autoridade Palestina, que negocia com o Hamas.
Quando ocorre um atentado em Jerusalém a mando de Ibrahim, Razi descobre por seus companheiros que Sanfur é na verdade um agente duplo. Ao mesmo tempo que dá informações sobre as milícias, oferece ajuda ao irmão - que até então jurava nunca ver. O agente se encontra, tal como seu informante, em uma delicada situação envolvendo traição e proteção.
A cadeia de eventos que se desenrolam no filme , em cujo epicentro estão presos Razi e Sanfur, move a tensão bem amarrada por Adler. Os personagens não têm pontos de escape, pois além do envolvimento nas organizações, seja de segurança, seja de reivindicação, há também as relações comunitárias e familiares que os mantêm girando no mesmo lugar.
Com um resultado tão contundente, não é de se estranhar que "Belém: Zona de Conflito" tenha sido indicado a 12 Prêmios Ophir deste ano, o equivalente ao Oscar em Israel, obtendo sete, entre eles, melhor filme, roteiro e diretor. Também venceu o Prêmio Fedora, durante o Festival de Veneza 2013, além de ter sido a indicação de Israel para o Oscar, injustamente preterido pela Academia norte-americana.