Barrichello, nosso azarado favorito, sai da F-1
Como a ida de Rubinho para a Indy acabou com o último motivo brasileiro para ver a F-1
Rafael Kato
Publicado em 12 de março de 2012 às 10h45.
São Paulo - Que a Fórmula 1 vinha mal das pernas, isso não é novidade para ninguém. Mas, agora, a categoria recebeu seu golpe mortal. Com a saída de Rubens Barrichello, o recordista de participações em grandes prêmios, qual interesse os brasileiros terão no esporte? Rubinho é nosso azarado favorito. É o cara que nós amamos odiar.
No fundo, vencer nunca foi importante em nossa torcida por ele. Eu me lembro de Barrichello liderar Interlagos, em 1999, por 23 voltas. Surpreso e esperando o pior, fiquei grudado na tela. Não deu outra. O motor estourou e Rubinho desceu do carro cabisbaixo. Sacou a bandeira do Brasil e balançou para a torcida. Era esse misto de raiva com “eu já sabia” que me mantinha a assistir às corridas seguintes. Ainda tenho guardado a capa do jornal do dia em que ele ganhou o primeiro GP, na Alemanha, em 2000. Eu custava a acreditar que ele tinha vencido alguma coisa.
Barrichello é conhecido por fazer boas temporadas. Não bate e nem quebra o carro. Só que também não vence. Ele sempre pisou errado (e na bola). Usa o mesmo pé para o acelerador e freio. Schumacher, por exemplo, utiliza os dois pés e, no final, tem uma recuperação muito mais rápida em uma curva.
Mesmo com suas falhas técnicas, Barrichello venceu outras 10 vezes. Torcemos contra em todas. Sua saída deixará uma lacuna irreparável. Não teremos mais o nosso bode-expiatório. Vai-se o anti-exemplo e o que fica? Não haverá graça em ver Bruno, um cara com sobrenome de campeão e alçado à Fórmula 1 por Eike Batista. Ninguém aguenta Felipe Massa, o piloto de Galvão Bueno. Rubinho não tem perfil de campeão, e nenhum deles tem também.
Os desafios na Indy
Ainda resta uma chance ao torcedor brasileiro. Poderemos secar Rubinho na Indy. Não será trabalho de grande monta, pois o piloto começará do zero, dirigindo em circuitos que não conhece e dificilmente irá bater os nomes como o do tetra-campeão Dario Franchitti e do bicampeão Scott Dixon, ambos da equipe Ganassi.
A partir do dia 25 de março, iremos conferir a primeira performance de Barrichello na categoria. Depois de muito tempo, Rubinho parece ter dado sorte. A estreia será no circuito de rua de São Petersburgo, na Flórida. Se circuito fosse oval – algo comum nos EUA e com o qual Barrichello não está acostumado – o brasileiro estaria frito. Com um provável resultado pífio, ele nos decepcionaria novamente. E voltaria a ser o velho Rubinho de sempre.
São Paulo - Que a Fórmula 1 vinha mal das pernas, isso não é novidade para ninguém. Mas, agora, a categoria recebeu seu golpe mortal. Com a saída de Rubens Barrichello, o recordista de participações em grandes prêmios, qual interesse os brasileiros terão no esporte? Rubinho é nosso azarado favorito. É o cara que nós amamos odiar.
No fundo, vencer nunca foi importante em nossa torcida por ele. Eu me lembro de Barrichello liderar Interlagos, em 1999, por 23 voltas. Surpreso e esperando o pior, fiquei grudado na tela. Não deu outra. O motor estourou e Rubinho desceu do carro cabisbaixo. Sacou a bandeira do Brasil e balançou para a torcida. Era esse misto de raiva com “eu já sabia” que me mantinha a assistir às corridas seguintes. Ainda tenho guardado a capa do jornal do dia em que ele ganhou o primeiro GP, na Alemanha, em 2000. Eu custava a acreditar que ele tinha vencido alguma coisa.
Barrichello é conhecido por fazer boas temporadas. Não bate e nem quebra o carro. Só que também não vence. Ele sempre pisou errado (e na bola). Usa o mesmo pé para o acelerador e freio. Schumacher, por exemplo, utiliza os dois pés e, no final, tem uma recuperação muito mais rápida em uma curva.
Mesmo com suas falhas técnicas, Barrichello venceu outras 10 vezes. Torcemos contra em todas. Sua saída deixará uma lacuna irreparável. Não teremos mais o nosso bode-expiatório. Vai-se o anti-exemplo e o que fica? Não haverá graça em ver Bruno, um cara com sobrenome de campeão e alçado à Fórmula 1 por Eike Batista. Ninguém aguenta Felipe Massa, o piloto de Galvão Bueno. Rubinho não tem perfil de campeão, e nenhum deles tem também.
Os desafios na Indy
Ainda resta uma chance ao torcedor brasileiro. Poderemos secar Rubinho na Indy. Não será trabalho de grande monta, pois o piloto começará do zero, dirigindo em circuitos que não conhece e dificilmente irá bater os nomes como o do tetra-campeão Dario Franchitti e do bicampeão Scott Dixon, ambos da equipe Ganassi.
A partir do dia 25 de março, iremos conferir a primeira performance de Barrichello na categoria. Depois de muito tempo, Rubinho parece ter dado sorte. A estreia será no circuito de rua de São Petersburgo, na Flórida. Se circuito fosse oval – algo comum nos EUA e com o qual Barrichello não está acostumado – o brasileiro estaria frito. Com um provável resultado pífio, ele nos decepcionaria novamente. E voltaria a ser o velho Rubinho de sempre.