Casual

Artistas realizam na rua perfomance proibida no Rio

O governador Wilson Witzel (PSC) afirmou que a causa do veto foi a nudez completa de uma personagem

Baratas saem de bueiro em encenação do coletivo És uma Maluca (És uma Maluca/Facebook/Reprodução)

Baratas saem de bueiro em encenação do coletivo És uma Maluca (És uma Maluca/Facebook/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de janeiro de 2019 às 09h51.

O coletivo de artistas És uma Maluca, que no domingo, 13, teve uma encenação proibida pela Secretaria Estadual de Cultura do Rio, realizou na noite de ontem na rua a mesma encenação, em protesto contra o que classificou de censura. O ato ocorreu em frente à Casa França-Brasil, instituição do governo estadual em cujo interior seria promovida a atividade, no Centro, antes da proibição do governo.

O governador Wilson Witzel (PSC) afirmou que a causa do veto foi a nudez completa de uma personagem. Embora conteste a justificativa, a atriz usou um vestido e lingerie. A Polícia Militar também esteve no local. Inicialmente, dez policiais do 5º BPM foram ao local. Segundo os PMs, a intenção era impedir o ato, já que não havia autorização da prefeitura.

Às 18h25, no entanto, artistas lançaram milhares de baratas de plástico sobre os paralelepípedos de uma área de pedestres em frente à Casa França-Brasil e a atriz - vestida - deitou-se entre elas. Uma minúscula caixa de som ao lado entoava, em volume quase imperceptível, discursos do presidente Jair Bolsonaro, inclusive exaltando o coronel Brilhante Ustra (1932-2015), ex-chefe DOI-Codi SP durante a ditadura (1964-1985).

A cena era uma referência ao depoimento da ex-presa política Lucia Murat. Em 2013, ela contou à Comissão Nacional da Verdade que os torturadores "puseram baratas passeando" pelo seu corpo e colocaram uma barata na sua vagina.

Nenhum integrante do coletivo deu entrevista.

A encenação encerraria a exposição Literatura Exposta. O curador, Álvaro Figueiredo, classificou a proibição como censura. Em entrevista no domingo, o governador do Rio negou ter censurado a ação. Segundo ele, inicialmente a performance não era prevista.

"O contrato foi descumprido e, uma vez descumprido, não pode ser executado", declarou.

O curador Álvaro Figueiredo veiculou no Facebook um e-mail recebido na quinta-feira (10) da Casa França-Brasil. No texto, a instituição demonstrava conhecer que a performance aconteceria, tanto que exigiu que apenas maiores de 18 anos pudessem assisti-la.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Atores e atrizesEntretenimentoJair BolsonaroRio de Janeiro

Mais de Casual

Kanye West lança novo modelo Yeezy SLPRS por 20 dólares após saída da Adidas

Hotel de luxo em Lisboa combina arquitetura dos anos 1940 com rooftop de vista panorâmica

As 50 músicas mais ouvidas no Brasil em 2024; saiba mais

As 5 principais tendências de drinques e bares para 2025