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Após 30 anos, homem que matou pai de Michael Jordan sairá da cadeia

Larry Demery, um dos dois homens condenados pelo assassinato de James Jordan, ganhará liberdade condicional dentro de três anos

Michael Jordan: pai foi assassinado em 1993; tragédia influenciou sua aposentadoria temporária da NBA por quase dois anos (Kent Smith/NBAE/Getty Images)

Michael Jordan: pai foi assassinado em 1993; tragédia influenciou sua aposentadoria temporária da NBA por quase dois anos (Kent Smith/NBAE/Getty Images)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 25 de agosto de 2020 às 16h44.

Última atualização em 25 de agosto de 2020 às 16h49.

Em 2023, o homem que matou James Jordan, pai do astro do basquete Michael Jordan, sairá da cadeia sob liberdade condicional, trinta anos após sua prisão. O N.C. Post-Release Supervision and Parole Commission, órgão do estado americano da Carolina do Norte responsável pelas questões de liberdade condicional no sistema prisional, colocará Larry Demery sob supervisão a partir de 6 de agosto de 2023.

Primeiramente condenado a uma prisão perpétua, mais quarenta anos, sua sentença foi revisada em 2008 para prisão perpétua, o que permitiu a chance de uma liberdade condicional. Agora, 25 anos depois da condenação, Demery será solto em 2023, participando de um projeto de reintegração à sociedade.

O outro homem condenado, Daniel Green, continua a servir a pena de prisão perpétua, mais dez anos. Green tenta há décadas a revisão do caso. Ele jura que não estava presente no momento do assassinato e que acabou ajudando Demery posteriormente, com o carro e o corpo de James Jordan. Green e Demery tinham ambos 18 anos em 1993 e já tinham ficha criminal.

O caso chocante tomou conta dos noticiários em julho de 1993. Dirigindo sozinho em 23 de julho em Lumberton, Carolina do Norte, James Jordan parou o carro em um recuo da estrada para dormir. Dois homens, Demery e Daniel Green, decidiram assaltá-lo e atiraram uma vez no peito de Jordan. O corpo ficou desaparecido por dias, até ser encontrado perto de um rio. Por mais de uma semana, a família Jordan não sabia o que havia acontecido, dando o pai como desaparecido.

A tragédia, comentada no documentário da Netflix sobre Michael Jordan "The Last Dance", influenciou diretamente a decisão do astro do Chicago Bulls de se aposentar após três títulos consecutivos da NBA. Cansado físico e mentalmente e abalado pela tragédia, Jordan se refugiou no beisebol. Um ano e meio depois, no fim da temporada de 1995, retornou ao Bulls, ganhando mais três títulos com o time.

Em diversos momentos no documentário, Jordan se emociona ao falar do pai, tido por ele como o seu melhor amigo, um companheiro que estava ao seu lado em todos os momentos de sua carreira no basquete, e que desde sua infância havia lhe ensinado o valor da disciplina e da perseverança. Jordan chora copiosamente na frente das câmeras em 1996, após ganhar o seu quarto título pelo Bulls, o primeiro sem a presença do pai. O jogo da final, contra o Seattle Supersonics, aconteceu justamente em 16 de junho, no Dia dos Pais nos Estados Unidos.

A tragédia ganhou contornos bizarros quando alguns jornalistas começaram a insinuar que o astro do Bulls poderia estar envolvido com o crime. Tempos antes, Jordan enfrentara uma polêmica sobre apostas em jogos de golfe, que ele praticava com um homem que depois foi investigado pela polícia. Para alguns jornais, supostas "dívidas de jogo" de Jordan poderiam estar relacionadas à morte do pai. As insinuações maldosas se mostraram infundadas. A polícia não encontrou qualquer tipo de ligação entre os dois fatos e Jordan, na questão das apostas de golfe, jamais foi formalmente acusado ou investigado. O astro sempre negou qualquer "vício" em apostas, dizendo que só gosta de competir e se divertir e que "nunca apostou em ninguém que nele próprio", durante partidas de pôquer ou golfe.

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