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Anna Muylaert é convidada a integrar Academia do Oscar

Ciente de que seu convite faz parte de uma iniciativa para tornar a Academia mais inclusiva para mulheres e negros, a diretora vê o Oscar com olhar crítico

Anna Muylaert: Ciente de que seu convite faz parte de uma iniciativa para tornar a Academia mais inclusiva para mulheres e negros, a diretora vê o Oscar com olhar crítico (Larry Busacca/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2016 às 18h00.

A cineasta paulistana Anna Muylaert, 52, está feliz por ter sido convidada a se juntar à icônica Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar – mas mantém os pés firmes no chão.

Ciente de que seu convite, feito pela instituição na última quarta-feira (29), faz parte de uma iniciativa para tornar a Academia mais inclusiva para mulheres e negros , a diretora de Que Horas Ela Volta? (2015) vê o Oscar com olhar crítico.

"Ele [o prêmio] tem notoriedade, então, com credibilidade ou sem, é o empreendimento mais importante do mundo", conta em entrevista ao HuffPost Brasil. "Não importa se ele tem credibilidade, ele lida com a notoriedade mesmo."

"[O Oscar] tem filmes dos grandes estúdios, em que são investidos muito dinheiro. Ali é o poder da indústria, não o da arte. Não são os filmes que ganham o Oscar – são os interesses por trás."

Muylaert não é a única brasileira a ter recebido o convite. Também foram chamados, entre outros, Alê Abreu, indicado em 2015 pela animação O Menino e o Mundo; Rodrigo Teixeira, produtor da RT Features, responsável por filmes como A Bruxa (2015) e Frances Ha (2012); e Lula Carvalho, diretor de fotografia de Tropa de Elite (2007) e da série Narcos.

Um total de 683 artistas receberam o convite no último dia 29. Ao ver seu nome citado entre centenas, a diretora não acreditou.

"Primeiro, eu pensei que era trote", conta, "mas depois vi que era verdade e fiquei feliz, animada."

Como mostram os nomes, a Academia prossegue em seu caminho para concretizar as tais "medidas dramáticas", anunciadas no início do ano, para tornar-se menos masculina e branca e mais diversificada.

"Imagino que eles farão isso agora durante uns anos. Como neste ano [a quantidade de mulheres na Academia] passou a ser 27%, provavelmente no ano que vem eles convidarão mais. Assim você tem uma votação mais equilibrada", diz.

"Na verdade, o que eles querem é aumentar a quantidade de mulheres e negros. Ficou claro no ano passado que a maior parte dos votantes é homem e branco. Eles preferem esse tipo", afirma, mencionando 2015, quando o Oscar também enfrentou fortes críticas sobre ter pouquíssimos negros entre os indicados nas principais categorias.

Apesar disso, a cineasta – que atualmente trabalha na divulgação de seu novo filme, Mãe Só Há Uma – vê o convite com bons olhos.

"No mercado isso é muito bom, você passa para outra categoria, é uma distinção. Estou muito feliz por provavelmente ser a primeira diretora brasileira a estar na Academia", diz.

Diferente do ano passado, em que Muylaert viajou por inúmeros países, festivais e premiações pelo sucesso Que Horas Ela Volta?, desta vez ela tem trabalhado em uma campanha mais suave para Mãe Só Há Uma.

"A gente o vendeu para 11 países até agora. É um filme mais fechado, para jovens."

O filme estreia em 21 de julho – e já venceu o prêmio da revista Männer, da mostra de temática LGBT Teddy, no Festival de Berlim, no início deste ano.

Confira o trailer de 'Mãe Só Há Uma':

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A cineasta paulistana Anna Muylaert, 52, está feliz por ter sido convidada a se juntar à icônica Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar – mas mantém os pés firmes no chão.

Ciente de que seu convite, feito pela instituição na última quarta-feira (29), faz parte de uma iniciativa para tornar a Academia mais inclusiva para mulheres e negros , a diretora de Que Horas Ela Volta? (2015) vê o Oscar com olhar crítico.

"Ele [o prêmio] tem notoriedade, então, com credibilidade ou sem, é o empreendimento mais importante do mundo", conta em entrevista ao HuffPost Brasil. "Não importa se ele tem credibilidade, ele lida com a notoriedade mesmo."

"[O Oscar] tem filmes dos grandes estúdios, em que são investidos muito dinheiro. Ali é o poder da indústria, não o da arte. Não são os filmes que ganham o Oscar – são os interesses por trás."

Muylaert não é a única brasileira a ter recebido o convite. Também foram chamados, entre outros, Alê Abreu, indicado em 2015 pela animação O Menino e o Mundo; Rodrigo Teixeira, produtor da RT Features, responsável por filmes como A Bruxa (2015) e Frances Ha (2012); e Lula Carvalho, diretor de fotografia de Tropa de Elite (2007) e da série Narcos.

Um total de 683 artistas receberam o convite no último dia 29. Ao ver seu nome citado entre centenas, a diretora não acreditou.

"Primeiro, eu pensei que era trote", conta, "mas depois vi que era verdade e fiquei feliz, animada."

Como mostram os nomes, a Academia prossegue em seu caminho para concretizar as tais "medidas dramáticas", anunciadas no início do ano, para tornar-se menos masculina e branca e mais diversificada.

"Imagino que eles farão isso agora durante uns anos. Como neste ano [a quantidade de mulheres na Academia] passou a ser 27%, provavelmente no ano que vem eles convidarão mais. Assim você tem uma votação mais equilibrada", diz.

"Na verdade, o que eles querem é aumentar a quantidade de mulheres e negros. Ficou claro no ano passado que a maior parte dos votantes é homem e branco. Eles preferem esse tipo", afirma, mencionando 2015, quando o Oscar também enfrentou fortes críticas sobre ter pouquíssimos negros entre os indicados nas principais categorias.

Apesar disso, a cineasta – que atualmente trabalha na divulgação de seu novo filme, Mãe Só Há Uma – vê o convite com bons olhos.

"No mercado isso é muito bom, você passa para outra categoria, é uma distinção. Estou muito feliz por provavelmente ser a primeira diretora brasileira a estar na Academia", diz.

Diferente do ano passado, em que Muylaert viajou por inúmeros países, festivais e premiações pelo sucesso Que Horas Ela Volta?, desta vez ela tem trabalhado em uma campanha mais suave para Mãe Só Há Uma.

"A gente o vendeu para 11 países até agora. É um filme mais fechado, para jovens."

O filme estreia em 21 de julho – e já venceu o prêmio da revista Männer, da mostra de temática LGBT Teddy, no Festival de Berlim, no início deste ano.

Confira o trailer de 'Mãe Só Há Uma':

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