(Germano Lüders/Exame)
Julia Storch
Publicado em 17 de fevereiro de 2021 às 12h10.
Em 2019, a revista Time lançou o ranking TIME 100 Next, uma nova lista que destaca as cem personalidades em ascensão que estão desenhando o futuro dos negócios, entretenimento, esportes, política, ciência e saúde. Na lista de 2021, divulgada hoje (17), dois brasileiros foram incluídos: a cantora Anitta e o político Guilherme Boulos.
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“Sempre soube que o Brasil tinha uma rainha em Anitta”, disse o cantor colombiano J Balvin à revista. “Temos muito em comum - como eu, ela se fez sozinha. Nos conhecemos no Instagram e começamos a conversar, e percebi que compartilhamos outra qualidade: não deixamos ninguém fazer nosso trabalho. Gostamos de fazer tudo sozinhos.”
A cantora e empresária de 27 anos, já esteve na lista de 100 pessoas mais influentes pela revista Forbes Brasil, em 2013. No mesmo ano, a carioca foi eleita pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como artista revelação do ano.
Introducing the 2021 #TIME100Next, featuring 100 emerging leaders who are shaping the future of entertainment, health, politics, business and more https://t.co/2T0DWI9gZt pic.twitter.com/rIL4YgTxmE
— TIME (@TIME) February 17, 2021
Para Balvin, “Anitta é uma verdadeira traficante que transformou seu movimento em um império. Ela pegou o som do Brasil - o funk, que é como o nosso reggaeton - e levou para outro nível, para que os sons fossem para todos”.
O cantor ainda exaltou o trabalho de Anitta para além da música. “Ela dá esperança para aqueles que não pensaram que poderiam sobreviver. Por trás de sua fachada de super-heroína está um ser humano real e sensível que dá muito às pessoas. Eu quero que as pessoas se conectem com o ser humano incrível por trás da boa música. Ela tem talento suficiente para continuar conquistando o mundo.”
Guilherme Boulos
Outra personalidade brasileira que entrou no ranking foi o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e uma das figuras da esquerda política brasileira, Guilherme Boulos.
A revista norte-americana cita que a inclusão de Boulos na lista se deu pela mudança impulsionada pelo paulistano em unir a esquerda brasileira para desafiar a extrema direita.
Nascido e criado em São Paulo, Boulos trabalhou por duas décadas como organizador comunitário em bairros pobres. Um mês antes do primeiro turno para as eleições para prefeito da capital, o candidato do PSOL não era o favorito à vitória, com apenas 10% dos votos esperados.
“Mas, ao conquistar os jovens e energizar eleitores desiludidos com a esquerda dominante do Partido dos Trabalhadores, Boulos derrotou o candidato preferido de Bolsonaro e outros para chegar ao segundo turno. No final, ele perdeu a eleição - mas analistas disseram que seu desempenho chocante na cidade influente o estabeleceu como uma figura ascendente na política brasileira e deu à esquerda um novo caminho a seguir. Muitos esperam que Boulos concorra à presidência em 2022 e desempenhe um papel importante na reconstrução da força da esquerda nesse ínterim”, publicou a revista.
No ano passado, após as eleições, em viagem pelo país, o político comentou sobre a união da esquerda no Brasil. “Eu lembro que quando acabou a eleição de 2018 e o Bolsonaro ganhou teve um monte de gente que se apressou para dizer que a esquerda estava morta, que não tinha espaço para as ideias de esquerda e que a gente viveria um período longo de hegemonia dessa visão autoritária, intolerante. Passaram só dois anos e a esquerda ganhou aqui em Belém com o Edmilson, a esquerda foi ao segundo turno em São Paulo, mobilizou, encantou a juventude. A esquerda disputou valores, porque não disputamos só votos. Nossa disputa é cultural”, disse Boulos.