Al Pacino em Veneza: "Fiz coisas que eu gostaria de não ter feito. Mas assim é como são as coisas e todos sabemos disso" (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2012 às 20h13.
Veneza - Al Pacino chegou neste domingo ao Festival Internacional de Cinema de Veneza para receber a premiação pelo conjunto de sua obra e foi ovacionado de pé por fãs emocionados.
Um dos atores mais respeitados do cinema contemporâneo, vencedor de um Oscar e com sete indicações na carreira, Al Pacino tornou-se merecedor do prêmio Jaeger-Le Coultre Glory to the Filmmaker 2011 Award, um prêmio concedido pelo festival de Veneza a um artista que deixou uma marca original no cinema contemporâneo.
"Esta noite vou receber um prêmio sobre o qual não conheço muito bem os detalhes", disse honestamente o ator.
Sobre o início da carreira, lembrou de quando se apaixonou por fazer filmes, "foi algo mágico para mim". No começo ele lembra que fez cinco, seis filmes que estão bem guardados e nunca serão exibidos - como suas pinturas.
Mas foi suficiente para que percebesse que amava o trabalho do diretor e serviu para tornar mais fácil para os produtores com os quais trabalhou depois. "Não sabia até então nada sobre as necessidades do diretor".
Isso o levou a realizar seu primeiro filme para o público, "Ricardo III - Um Ensaio", em 1996.
Um filme/documentário que mostra o processo de criação da peça de teatro Richard III e com o qual Pacino queria simplesmente conseguir que o público se relacionasse com Shakespeare.
Quinze anos depois veio a Veneza com "Wilde Salome", um projeto similar a "Ricardo III- Um Ensaio", no qual mostra como foi construída a obra de Oscar Wilde, protagonizada por ele mesmo e por Jessica Chastain.
Neste caso, o que queria era mostrar o grande escritor que foi Wilde, um gênio "que foi afastado antes que ser compreendido".
Honesto, mas conhecedor de seu encantamento, Pacino conquistou todos em Veneza com suas brincadeiras.
"Fiz coisas que eu gostaria de não ter feito, muitas coisas. Mas assim é como são as coisas e todos sabemos disso", afirmou o ator, de 71 anos, e com aproximadamente 50 títulos nas costas - incluído "Perfume de Mulher", com o qual ganhou seu único Oscar em 1993.
Uma longa carreira que continuará porque, afirmou que "ainda há filmes que vêm a mim".
"Sempre digo que vou ser seletivo, mas não sou porque sempre quero fazer. Espero algum dia seguir a filosofia de fazer o que sinto que é adequado a mim"