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A Hora do Planeta: marca de moda Oriba lança coleção feita de garrafas pet

Criada com plástico reciclado, a linha rePET descarrega o impacto de garrafas plásticas que viveriam no planeta por cerca de 500 anos

Campanha rePET da Oriba: moda contemporânea (Oriba/Divulgação)

Campanha rePET da Oriba: moda contemporânea (Oriba/Divulgação)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 25 de março de 2023 às 06h30.

A moda pela moda não existe. Seja na alta costura ou no fast fashion, as coleções refletem os valores de cada época. Nesse sentido, a Oriba está muito bem posicionada: trata-se de uma marca de básicos com qualidade, para que os clientes façam mais combinações e comprem menos.

A Oriba vem se comprometendo a ações ligadas à responsabilidade ambiental e social. A marca apresenta agora a nova edição da coleção cápsula rePET para o dia do movimento a Hora do Planeta, em que pessoas e empresas desligam as luzes como forma de chamar a atenção para os desafios climáticos, neste sábado 25.

São seis peças no total. O look completo utiliza cerca de 42 garrafas recicladas pós consumo em sua produção. "Muitas marcas escolhem compensar sua produção em 'créditos de carbono' sem mudar nada no processo”, comenta Rodrigo Ootani, um dos sócios da marca.

Segundo o empresário, a prática precisa ser mais abrangente. “Reconhecemos na indústria da moda um movimento em  busca da sustentabilidade, mas a transformação precisa estar em todas as etapas. Não queremos só 'inspirar', mas sim 'provocar' a mudança."

O lançamento da nova coleção é, segundo a marca, um convite para refletir sobre como tornar a relação “pessoas, produto e planeta” mais harmônica. RePET é uma linha permanente que foi lançada pela primeira vez em 2020 com o objetivo de dar um novo uso ao plástico que iria para o que se convencionou chamar de lixo.

Bonés, calças e jaqueta

Nas edições passadas foram lançadas calças, bermudas, jaquetas, bolsas e mochilas. Agora a Oriba traz dois bonés, um bucket hat, uma jaqueta corta vento, um shorts e uma shoulder bag. A peça de entrada é o boné, vendido a 140 reais. A peça mais cara é a jaqueta, 490 reais.

"Mantivemos o minimalismo, mas, pela primeira vez, estampamos o nosso logo. Essa coleção nasceu para vestir quem se orgulha das suas escolhas e, como nós, acredita que é possível fazer mais pelo meio ambiente", conta Paulinho Moreira, sócio da marca.

Cada peça traz na etiqueta o número de garrafas recicladas que foram utilizadas em sua produção, impactando o consumidor com informações reais, que, muitas vezes, são escondidas.

A indústria da moda consome, para fazer tecidos sintéticos, a mesma quantidade de petróleo que a Espanha inteira em um ano, o que representa 1.35% do consumo total de petróleo no mundo, egundo estudos citados pela marca.

Matérias-primas com pouco impacto

“Quando criamos a Oriba percebemos que as marcas não escolhem uma matéria-prima mais sustentável, principalmente para garantir um lucro maior. Mas quando falamos de plástico, precisamos lembrar que o primeiro criado pela humanidade ainda está nesse planeta, então cabe a nós, como indústria primeiramente, ressignificar essa ideia de que existe algum descarte do plástico”, completa Moreira.

O rePET é resultado de uma série de processos ambientalmente responsáveis de reciclagem. "As garrafas, vindas de centros de descarte pós consumo, são fragmentadas em pequenos pedaços em processos mecânicos; depois, são submetidas a uma série de tratamentos para que esses pedaços se transformem em uma espécie de granulado de PET. A partir dessas pequenas partículas é feito o fio do tecido", explica Ootani.

Além dessa linha, a marca aposta em outras matérias primas responsáveis, como por exemplo o algodão orgânico, plantado no interior da Paraíba, e o Beta Jeans, que não só não desperdiça água como também a devolve mais limpa aos rios.

"A premissa para criação de todo produto na Oriba, começa pela escolha da matéria-prima com menor impacto e melhor usabilidade para o consumidor. Então, isso é uma busca constante. Se não pudermos fazer melhor, talvez seja melhor não fazermos", diz Ootani.

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