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A força da moda fitness: Labellamafia já faturou R$ 50 milhões em 2021

Conhecida pelas peças estampadas, grife brasileira, que também aposta no streetwear, almeja terminar o ano com 150 milhões de reais de faturamento

Aline Riscado em campanha da grife (Divulgação/Divulgação)
DS

Daniel Salles

Publicado em 5 de abril de 2021 às 16h47.

Última atualização em 6 de abril de 2021 às 11h09.

Se é para queimar calorias que seja com estilo. Parece ser o que a grife brasileira Labellamafia, conhecida pelas peças bem estampadas, apregoa. Como uma Gucci ou uma Nike, é uma marca feminina que adora imprimir o próprio nome em suas roupas, ou variações dele, de preferência em letras garrafais.

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Os conjuntos para a prática de esportes, que se colam ao corpo, custam de 289,99 a 529,99 reais. Os bodies partem de 159,90 reais, as calças giram em torno de 299,90 reais e os croppeds custam cerca de 179,99 reais. Em conjunto, são peças que não têm como passar despercebidas – para alegria da clientela que adora registrar cada treino nas redes sociais.

Não que a Labellamafia não produza peças voltadas para o dia a dia. Vestidos, biquinis e maios, por exemplo, também são confeccionados pela grife, que já fez collab com marca À La Garçonne, de Alexandre Herchcovitch.

Campanha de collab da À La Garçonne com a Labellamafia (Divulgação/Divulgação)

Nascida em Florianópolis (SC), a Labellamafia foi criada em 2007 por Giulliano Puga, que hoje acumula os cargos de CEO e CCO, e a ex-mulher dele, Alice Matos, hoje uma influenciadora digital com 1,7 milhão de seguidores no Instagram. Desde 2019 ele detém 100% da companhia, antes pertencente também a outros familiares e à Pacifico Sul. A grife marca presença em 900 pontos de venda no Brasil e em mais 42 países e soma sete franquias por aqui, todas abertas durante a pandemia, e outras catorze no exterior–a meta é chegar a 30 lojas nacionais até o segundo semestre.

O ex-casal se conheceu em 2006. Filho de camelôs, Giulliano deu o pontapé inicial da marca da forma que aprendeu em casa – conquistando os clientes com a lábia. As peças, desenhadas por ele, inicialmente eram vendidas em praias badaladas de Florianópolis, como Jurerê Internacional. Alice ia na frente, exibindo as roupas da grife. Com algumas peças no braço, Giulliano mantinha-se uns passos atrás, para entabular conversa com os potenciais interessados.

“Chegava dizendo que tínhamos acabado de chegar de Ibiza e vivíamos viajando pelo mundo”, lembra ele, emendando que era tudo mentira e jamais tinha saído do Brasil. “O cliente decide se vai fazer a compra na hora que vê o vendedor. É preciso chegar com um sorriso no rosto e ar vitorioso. O discurso derrotista não funciona”.

Como na época as maquinhas de cartão não eram onipresentes como hoje – e pouca gente carregava dinheiro vivo para as praias –, a dupla tinha o hábito de deixar as peças com os compradores e ir cobrar na casa deles depois. “Esse segundo contato geralmente era sinônimo de novas vendas”, lembra o CEO da grife. Não era raro faturarem 5.000 reais em um só dia. “No primeiro ano a Alice conseguiu comprar um carro à vista.”

O robusto crescimento registrado nos últimos anos espelha a força da moda fitness e do streetwear. Se em 2019 todo a companhia registrou um faturamento de 47 milhões reais, só nos primeiros três meses de 2021 foram 50 milhões de reais. No ano passado foram 68 milhões de reais, o que corresponde a um crescimento de 45% em relação ao ano anterior. A meta agora é terminar 2021 com um faturamento de 150 milhões de reais. Se concretizado, vai representar um salto de 220% em comparação a 2019.

Alexandre Herchcovitch e Giulliano Puga: collab (Divulgação/Divulgação)

O foco no mercado digital é a principal explicação para o robusto crescimento, aliado a um contexto no qual as pessoas passaram a se exercitar mais em casa, de maneira geral, e em áreas a céu aberto – e também a gastar menos com roupas para sair, por motivos óbvios.Giulliano conta que do início da pandemia até poucas semanas atrás o e-commerce da marca foi tirado do ar. “Do contrário poderia colaborar com o fim das multimarcas que vendem nossas peças”, justifica. “O que fizemos foi criar sites para elas, e foram cerca de 300, e associá-los ao nosso estoque”.

Com a experiência de quem vende roupas pela internet desde a era do Orkut, ele diz que as lojas físicas, de maneira geral, não aproveitam as oportunidades trazidas pelo mundo digital. “A quantidade de gente impactada por uma marca com 30.000 seguidores no Instagram é maior do que o número de pessoas que passam em frente ao endereço físico dela”, resume. Aproveita para repetir o que vem dizendo para seus parceiros desde o início da crise provocada pelo novo coronavírus: “Não é porque o PIB caiu que a riqueza parou de ser gerada. Vamos absorver o que continua disponível”.

 

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